Acho que é possível dizer que a Petrobras pratica preços finais diferentes para cada Ponto A de suas refinarias. O Ponto A é o limite no duto de transferência de produto entre o Refinados e Distribuidor. Esse cálculo é o resultado dos custos totais da cadeia de suprimento de derivados, rateados de forma ponderada pela margem de lucro possível em cada Unidade de Refino.
Por exemplo, a REPLAN que fica em Paulínia/SP é a refinaria mais eficiente do Brasil. É uma outra história a ser descrita pois a concepção de projeto e suas ampliações foram bem executadas. Ela refina 25% dos combustíveis, o que é uma vantagem competitiva para São Paulo e estados do Centro-Oeste.

A REDUC e RLAM carregam o fardo das Plantas de lubrificantes de base parafínica, cujo projeto básico data dos anos 60. Estimo que os produtos finais tenham um custo adicional de 30%. A venda da Rlam para o Grupo Mubadala pode ter relação com o petróleo importado do Oriente Médio que gera parafina como subproduto.
Algumas refinarias possuem um poder estatal muito forte no seu entorno, sem muita concorrência, como as gêmeas REPAR e REVAP (essa produz grande quantidade de QAV devido sua localização estratégica).

A RPBC é uma refinaria localizada na Baixada Santista, que enfrenta grande concorrência devido ao movimentado Porto de Santos, e convive com altos níveis de poluição mas é única que produz Gasolina de aviação.

A REFAP, que levou 10 anos para ser reestatizada pelo PT, sofre grande concorrência de preços com Uruguai e Argentina.
A REGAP é também uma refinaria enxuta, sem grandes pressões, podendo ofertar melhores preços finais.

Outra vantagem acumulativa das regiões ligadas ao Agronegócio é que os custos de adição de 27% de etanol na gasolina e 10% do biodiesel no diesel pelas Distribuidoras é menor.
Além disso, muitas capitais e cidades do Brasil existem leis que tornaram obrigatório a comercialização de apenas diesel S10 ou  pelo transporte público ou em todos os postos de combustíveis.

A LUBNOR era uma fábrica de asfaltos e a RPCC era uma UPGN, gêmea da U-2500 da Reduc com projeto básico feito pelo CENPES e projeto executivo pela Natron dos anos 70.
A REMAN e RECAP são plantas minúsculas, mal localizadas. A refinaria de Mauá/SP faz parte de uma cadeia Petroquímica que foi trocada de mãos diversas vezes. De certa forma, Suzano, Petroflex, Ultrapar, Braskem (antiga Copene controlada pela Odebrecht) exerciam grande influência na produção e preços finais de nafta petroquímica.

A SIX é um apêndice de mineração inexplicável. O gás de Xisto é uma fronteira interessante mas esbarra perigosamente no Aquífero Guarani. Nenhum governo responsável não trocaria água abundante por gás sujo.

As FAFENs de nitrogenados eram altamente custosas em razão da falta de gasodutos para chegada da matéria prima no Nordeste. A compra da FAFEN de fosfatados de Araucária que era da VALE foi uma irresponsabilidade absurda. O projeto da Unidade nao6atendia os requisitos mínimos de segurança exigidos pelas normas da Petrobras.

Como confiar no gás natural da Bolívia de Evo Morales pra concluir a FAFEN de Sete Lagoas/MS? A obra foi paralisada com 80% de conclusão.

O COMPERJ foi uma resposta aos apelos para se instalar mais uma Unidade de Refino no estado maior produtor de petróleo do Brasil. O projeto incluía uma unidade de Craqueamento térmico para produção de lubrificantes de base naftênica. Foi orçado em US$ 6 bilhões mas o custo total chegou a US$ 30 bilhões. Muita gente enriqueceu com essa obra cheia de greves, aditivos e atrasos. O mais interessante nessas grandes obras é a expressão “plan to fail”, pois a sobra de materiais é absurda e a única unidade em operação segura é uma Planta de Gás Natural pois a corrosão geral dos equipamentos impede qualquer decisão de conclusão e operação das demais unidades. Qualquer obra do PT se transformou em vergonha nacional.

As refinarias Premium I e II, no Maranhão e Ceará, foram obras fake que consumiram bilhões de dólares apenas em terraplanagem. O objetivo era oferecer empregos fake nas regiões para obter votos para os partidos de esquerda. O saldo foram mais dívidas a serem pagas. Por isso, a Petrobras tem dificuldades de diminuir o peso de seus custos nos preços finais de combustíveis.
A RNEST foi uma obra faraônica que alcançou US$ 20 bilhões de custo. Na Petrobras, ninguém acreditava na estória do envio do petróleo do campo de Carabobo, resultado da falcatrua de Lula e Chaves. Imaginem o tempo para retorno desses investimentos!

Compartilho as tabelas de produção do Abastecimento da Petrobras (um dia qualquer de 2012 e 2018) para maior transparência de produção e capacidades de refino. As tabelas comparativas de avaliação da Solomon de margens de Refino e ROI das refinarias são de 1996.

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