Não existe nenhuma instância da vida que esteja hermeticamente fechada e nenhum centímetro quadrado da realidade em que Cristo não possa clamar É MEU! Abrahan Kuyper
Escrevo esse post para demonstrar que a isenção exagerada de cristãos ao redor do mundo pode ser resultado de uma interpretação errada das Escrituras. Acho oportuno alertar para o excesso no envolvimento político, especialmente de muitos líderes religiosos. A longo prazo, poderá ser interpretado como uma conveniência.
Para tanto, vou utilizar a última viagem missionária do apóstolo Paulo conforme registrado por Lucas nos capítulos 20 a 28 de Atos dos Apóstolos.
O apóstolo Paulo encerra sua 3a viagem missionária em Éfeso e decide reencontrar líderes das igrejas da Macedônia, seu ponto de renovação espiritual e sucesso ministerial.
Ele sofreu grande perseguição de judeus e gentios, mas conseguiu criar uma unidade religiosa e estabeleceu uma doutrina cristã culturalmente adaptável ao contexto greco-romano. Essa foi uma estratégia política.

Atos, 19:25 – os quais ele ajuntou, bem como os oficiais de obras semelhantes, e disse: Senhores, vós bem sabeis que desta indústria nos vem a prosperidade,
Após o cumprimento da 3a viagem missionária em Éfeso, o apóstolo Paulo decide iniciar uma viagem de retorno à Jerusalém durante o Shavuot ou Pentecostes. A Festa era celebrada como a entrega da Torá ao povo de Israel, portanto era mais teológica, mais restrita às sinagogas para leitura dos 613 mandamentos. Era a Festa menos ritualística, portanto menos popular. Em Atos 19:21, Paulo planejou ir à Jerusalém para ser preso e chegar até Roma.
Atos, 20:16 – Porque Paulo havia determinado passar ao largo de Éfeso, para não se demorar na Ásia; pois se apressava para estar em Jerusalém no dia de Pentecostes, se lhe fosse possível.
Após reunião com líderes das igrejas da Grécia, Macedônia e Ásia Menor, Paulo viaja de Mileto para Tiro, Cesárea e Jerusalém.
Ele chegou na Festa de Pentecostes e se submeteu às orientações do apóstolo Tiago, irmão de Jesus. Sua fama lhe precedia, tanto que rapidamente o reconheceram na multidão de peregrinos. Sua fama era um subproduto de sua pregação e ensino persistente sobre Jesus Cristo. Um líder precisa lidar com humildade diante dos desafios e da Glória de Deus manifestada. Para os helenistas, Paulo era muito submisso à igreja de Jerusalém. Para os judaizantes, era muito permissivo com os gentios convertidos.
Atos, 21:18 – No dia seguinte Paulo foi em nossa companhia ter com Tiago, e compareceram todos os anciãos.
Paulo tinha características genéticas de judeu, sotaque de habitante da Cilicia e a atitude pacificadora de um cristão. Essa mistura cultural daria a Paulo uma vantagem discursiva diante de autoridades ou multidões.
Atos, 22:25 – Quando o haviam atado com as correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um cidadão romano, sem ser ele condenado?
Com habilidade cultural, o apóstolo Paulo mencionou um tema divisor do Sinédrio: ressurreição. Os fariseus acreditavam e os saduceus rejeitavam.
Atos, 23:6 – Sabendo Paulo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no sinédrio: Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus; é por causa da esperança da ressurreição dos mortos que estou sendo julgado.
Muitos cristãos têm sido alvo de acusações, perseguições e zombarias. No Império Romano, o conceito de Justiça estava sendo moldado. O povo judeu era muito coeso, em torno das sinagogas, em várias cidades romanas e tinham o privilégio de culto concedido por Júlio César pela fidelidade do povo judeu.
Atos, 24:1 – Cinco dias depois o sumo sacerdote Ananias desceu com alguns anciãos e um certo Tertulo, orador, os quais fizeram, perante o governador, queixa contra Paulo.
O apóstolo Paulo esteve em Roma por 2 anos, aproveitando a “tornozeleira romana” para escrever cartas às igrejas e ensinar sobre o Evangelho.
Atos, 28:30 – E morou dois anos inteiros na casa que alugara, e recebia a todos os que o visitavam…