Em nossa recente pesquisa, a pergunta chave buscou as pessoas que mudaram desde a divulgação dos dados sobre religião do Censo religioso 2010, realizado pelo IBGE. Mais informações, solicite no campo de comentários desta postagem ou envie email para obter o relatório completo: jairwpr@gmail.com.
Desde 2011, o Instituto Paracleto tem acompanhado as mudanças religiosas no Brasil, especialmente no meio evangélico. Em nosso livro Missão da igreja: dimensões e efeitos (2011) propomos uma forma de avaliação da missão integral das igrejas que entendemos ser compostas por atividades essenciais.
Nossa proposta buscou formular um fluxograma exploratório do trânsito religioso ocorrido no Estado do Rio de Janeiro nos últimos anos, isto é, desde a divulgação do Censo Nacional realizado pelo IBGE em 2010. Os resultados podem servir para demógrafos estabelecer previsões sobre indicadores religiosos.
Outros objetivos da pesquisa foram identificar os motivos para saída de uma religião ou local de culto. Os líderes precisam conhecer esses fatores para ajustar seus procedimentos e orientar para atitudes amorosas. Além disso, podemos identificar quais fatores importantes para decisão de escolha da nova religião ou local de culto. Na busca por melhores condições religiosas, culturas diferentes possuem motivações similares.
Embora os evangélicos receberam 47,3% dos novos aderentes, o segundo grupo que mais recebeu adesões com 16,4%, foram os “sem-religião”. Em uma sociedade muito cristianizada, o grupo reúne agnósticos, ateus e desigrejados.
O grupo preferencial para onde migram os católicos é o pentecostalismo, seguido por aquele sem religião. A nossa pesquisa encontrou um grande fluxo de saída das igrejas evangélicas para nenhuma religião.
Um fluxo significativo envolve ainda os sem-religião e protestantes históricos. Os históricos são semelhantes aos católicos, aumentando praticamente de forma vegetativa e perdendo fiéis quase na mesma proporção; contudo, diferentes dos católicos que aderem a todas as alternativas, a maior parte dos ex-protestantes (79,5%) simplesmente fica sem religião. Neste caso, o comportamento é semelhante ao kardecismo, que se explica a partir dos conteúdos específicos dessas religiões que tendem à secularização, como uma religiosidade que pretende um caráter científico.
Além da diversidade religiosa que o caracteriza, o Rio de Janeiro é também uma cidade com um elevado contingente de pessoas sem religião. De fato, com os seus habitantes sem religião, o Rio ocupa o 2° lugar entre as capitais brasileiras (15,5%), superado apenas por Salvador (18%).
Em 2020, a probabilidade de os mais jovens se declararem sem religião aumentou do primeiro para o terceiro grupo etário de 18,6% (15-24) para 20,1% (35- 44). Em contrapartida, essa probabilidade, considerando os indivíduos com idade superior a 65 anos, é de apenas 7,1%.
Na região metropolitana do Rio de Janeiro que inclui os municípios da Baixada Fluminense, 3 grandes municípios já apresentaram mudança na hegemonia religiosa, em 2010, foram Nova Iguaçu (com 796 mil habitantes) que apresentou uma percentagem de 33% de católicos, 36,9 de evangélicos e 21,2% de sem religião; Duque de Caxias (com 855 mil habitantes) que estava com 35% de católicos, 36,8% de evangélicos e 20,3% de sem religião; e Belford Roxo (com 469 mil habitantes) que apresentou 32,5% de católicos, 37,1% de evangélicos e 22,7% de sem religião.