Provérbios 1:8 “Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe”. Neste capítulo, destaquei o verso acima pois identifica o valor de atuação do pai e mãe em relação à atitude dos filhos.

  1. Ensinamento é a palavra que representa a Lei (Torá), significa fundamentalmente “orientação”.
  2. Instrução ou treinamento (músar), um termo que está longe de ser estático, é o primeiro sinônimo, avisando desde logo que a sabedoria será conquistada com dificuldade, uma qualidade do caráter tanto quanto da mente. Seu companheiro freqüente é correção, ou repreensão (tôkahai), um substantivo cuja derivação ressalta uma persuasão mais verbal do que física: um apelo à razão e à consciência (cf. Is 1:18; cf. Jo 16:8 com a palavra grega equivalente de tôkahat na LXX). Os dois termos juntos podem ser resumidos como sendo disciplina; lembram-nos que a sabedoria não se obtém através do estudo extra-curricular: é somente para os discípulos.

O Comentário Moody destaca sobre Provérbios _ ‘A raiz da qual esta palavra é originada tem sido usada tanto no hebraico como em outras linguagens semitas para expressar comparação. Um derivado acadiano significa “espelho“.’

Proverbios 1

Assim, um dos propósitos do livro de Provérbios é apresentar ao leitor um estilo de ensino que provoca o seu pensamento, penetrando as suas defesas por meio de estocadas de chiste, paradoxo, bom senso e simbolismo que importuna, em preferência ao método do pregador que é um ataque direto.

A forma literária mais remota e a mais simples é a do mashal. O título dos Provérbios é um plural (mishle Shelomoh). A palavra “sábio” é tradução (em grego σοφός, “sofós“) do latim sapiens.

Em 1753, o inglês Robert Lowth publicou De sacra poesi Hebraeorum (“Sobre a poesia sagrada dos hebreus”). Neste livro, Lowth destacou o grau primoroso de beleza e graça da poesia hebraica. Acima de tudo, ele considerou que o parallelimus membrorum é a característica central desta poesia.

Em seu livro, Isaiah: A New Translation with a Preliminary Dissertation and Notes, Critical, Philological, and Explanatory, Lowth deu um definição mais precisa deste fenômeno linguístico. Ele denominou “paralelismo de membros” a correspondência de um verso ou linha com outra.

Ele localizou e denominou estas correspondências poéticas em três categorias: (1) paralelismo de sinônimo; (2) paralelismo antitético e (3) paralelismo sintético. Lowth percebeu que o verso hebraico consiste tipicamente de dois segmentos (às vezes referido como “bicola”, embora padrões “tricola” sejam atestados).

Aage Bentzen, em Introdução ao Antigo Testamento, reconhece que dos antigos escritores não recebemos informação relevante a respeito do ritmo da poesia hebraica.  “A questão mais difícil da métrica hebraica“, escreve Bentzen, “é o problema do número de sílabas não acentuadas permitidas. num texto”. Aquilo a que chamamos rima é largamente compensado na poesia hebraica por outra. espécie de ritmo-o ritmo de pensamento. O que torna grande o problema é a nossa ignorância da correta pronúncia do hebraico no tempo em que a língua era viva.

Os que amam a sabedoria são os santos (hasidim: filhos leais da aliança). No Livro inteiro, ocorrem vários sinônimos para representar aquilo que é “torto” (esil), e designa àquele que tem falta de entendimento e sabedoria. Ele rejeita a sabedoria como um estilo de vida (Provérbios 1:7). Esse tipo de tolo vai além do tolo comum (kesil). Parece ter atingido um ponto sem retorno porque não tem interesse em temer ao Senhor (Provérbios 1:7; Salmos 14:1).

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