A emoção não é uma ferramenta menos importante que o pensamento. As reações emocionais exercem influência essencial e absoluta em todos os momentos do processo educativo. A educação sempre implica mudanças nos sentimentos” (Lev Vygotsky).
Não obstante Vigotski ter escrito Teoria das emoções entre 1931 e 1933, época anterior ao ano de de seu falecimento, e ter deixado a obra incompleta, ampliando as possibilidades de interpretação ambígua ou errônea do conteúdo por ele ilustrado, seus estudos deixaram contribuições à temática. O livro teve sua primeira publicação na Rússia tardiamente, em 1984 (Zavialoff, 1998). Num diálogo com o filósofo holandês Baruch de Espinosa, do século XVII, em contraposição ao filósofo René Descartes, o autor procura demonstrar que as psicologias de seu contexto, que se diziam espinosistas em suas teorias das emoções, eram, fundamentalmente, cartesianas e dualistas.
Em artigo na revista HSM management (ed. 118, pags 88-90), Angela Maciel escreve sobre novas estratégias para alavancar o aprendizado de empresas. Ela cita o filósofo francês Gilles Deleuze: “Uma aula é uma espécie de matéria em movimento, porque cada grupo ou indivíduo pega dela o que lhe convém. Nem tudo a todo momento convém a todos. Há momentos em que alguém está adormecido e outros em que acorda misteriosamente”.
Ela conclui que o ambiente, por sua vez, deve ser alegre e afetivo, para que motive as interações, estimule mudanças de ações, impulsione cada indivíduo a criar. Se o ambiente despertar emoções como medo e ansiedade, o processo de aprendizado tenderá a ser dificultado.
Quando leio as palavras aula, movimento, ambiente e afetivo, a pregação da Palavra salta diante de mim. Esse é o ponto: os ouvintes captam as doutrinas mais próximas de praticar, o ambiente precisa motivador e dinâmico e a empatia entre os membros do grupo e o líder são fundamentais.

Angela cita Deleuze: “Uma aula é tanto emoção como inteligência. Sem emoção não há nada”. A conclusão também é uma: aprender precisa ser uma experiência gratificante e prazerosa. A afetividade é o alicerce sobre o qual se constrói o conhecimento racional.
Pesquisas promovidas pelo Instituto Ayrton Senna mostram que o perfil emocional dos alunos tem impacto na sala de aula. Alunos mais responsáveis, focados e organizados aprendem em um ano letivo cerca de 30% a mais de matemática do que os demais colegas.
Clique para acessar o INAF-Relatorio.pdf
O estudo foi feito na rede estadual do Rio e apresentado em 2014. O instituto iniciou em 2013 um projeto piloto na escola estadual Chico Anysio, no Rio, que atende alunos de ensino médio. A rede estadual de São Paulo iniciou no ano passado um programa piloto voltado ao perfil emocional dos alunos. Hoje, ele atinge 145 escolas dos anos iniciais do ensino fundamental.
A diferenciação entre emoções e sentimentos, para Smirnov (1969), se dá a partir da seguinte assertiva: as emoções correspondem mais à satisfação de necessidades orgânicas, relacionadas com as sensações, enquanto os sentimentos correspondem a necessidades culturais e espirituais, as quais apareceram durante o desenvolvimento histórico da humanidade.
Os sentimentos dependem das condições de vida do homem, de suas relações e necessidades, porém o caráter social não é exclusivo deles, pois o autor considera que as emoções, ainda que mais associadas a fenômenos orgânicos, são sempre e inevitavelmente reações de um ser social, ligadas às exigências sociais de cada período histórico da humanidade.
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