Mateus 16:1-11 Os fariseus e os saduceus aproximaram-se de Jesus e o puseram à prova, pedindo-lhe que lhes mostrasse um sinal do céu. Ele respondeu: “Quando a tarde vem, vocês dizem: ‘Vai fazer bom tempo, porque o céu está vermelho’, e de manhã: ‘Hoje haverá tempestade, porque o céu está vermelho e nublado’. Vocês sabem interpretar o aspecto do céu, mas não sabem interpretar os sinais dos tempos!
Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”. Então Jesus os deixou e retirou-se.
Indo os discípulos para o outro lado do mar, esqueceram-se de levar pão. Disse-lhes Jesus: “Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus”.E eles discutiam entre si, dizendo: “É porque não trouxemos pão”.
Percebendo a discussão, Jesus lhes perguntou: “Homens de pequena fé, por que vocês estão discutindo entre si sobre não terem pão? Ainda não compreendem? Não se lembram dos cinco pães para os cinco mil e de quantos cestos vocês recolheram?Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos recolheram?
Como é que vocês não entendem que não era de pão que eu estava lhes falando? Mas tomem cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus”.

Mais de uma vez, os fariseus e saduceus lhe pediram um sinal. Eram grupos religiosos distintos. Um era mais conservador, o outro mais liberal. Mas tinham o mesmo objetivo: frear o crescimento nas pesquisas de opinião do mais novo profeta oriundo de Nazaré.

Pedir um milagre sem fé é um grande mico. Por definição, fé é a certeza das coisas que se esperam. O profeta Habacuque profetizou que o justo viveria pela fé. Quando falamos em fé, lembramos de Abraão. Deus cultivou a fé de Abraão através de 3 maneiras:

  1. dando-lhe grandes promessas;
  2. pondo-o à prova cada vez mais e;
  3. concedendo-lhe muitas aparições divinas.

Pedir um milagre sem um propósito é um grande mico. Os grandes milagres na história bíblica tinham propósitos. Os sinais no Egito realizados através de Moisés, o avivamento em Israel por Elias e Eliseu, a chegada do Messias na plenitude dos tempos e o crescimento da igreja do 1º século revelam um divino propósito. Estes períodos, com inúmeras realizações de milagres, não nos deve levar a pensar que não há necessidade de milagres em outras épocas.

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Quando Jesus ressuscitou Lázaro após 4 dias dado como morto, os membros do Sinédrio decidiram por Sua morte. Cabe lembrar que tudo estava determinado para se cumprir no tempo apropriado. O ensino rabínico era que a alma se desapegava do corpo após o 4° dia. Então, Jesus tinha o domínio do reino dos mortos para trazer à vida. Nenhum profeta realizou tal prodígio. Jesus era o próprio Deus entre os homens.

Jack Deere, em Surpreendido pelo Poder do Espíritu1, relaciona dezenas de milagres realizados ao longo de toda narrativa bíblica. Seu argumento se contrapõe ao de B.B. Warfield, John MacArthur e outros teólogos clássicos cessacionistas que fazem a cabeça da maioria dos Seminários brasileiros.

Pedir um milagre quando não se crê é um mico. Reunir argumentos para não crer em milagres também é um mico. O cientista Werner von Braun, inspirador do desenvolvimento dos grandes foguetes espaciais, afirmou uma vez: “Os materialistas do século XIX e os marxistas do século XX procuraram nos ensinar que a Ciência, que nos deu mais informações sobre a Criação, nos capacita a viver sem fé num Criador. Mas, ao contrário, em cada resposta descobrimos novas questões. Quanto mais sabemos sobre o mundo da estrutura atômica, sobre a natureza da vida e sobre o itinerário das galáxias, mais razão encontramos para admirar a maravilha da criação de Deus. A nossa necessidade de Deus não se baseia no medo apenas. O homem necessita da fé assim como de alimento, água e ar. Com toda a ciência do mundo, precisamos de fé em Deus”.

Anualmente a Oxford Dictionaries, departamento da universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 2016 é “pós-verdade” (“post-truth”). Segundo a Oxford Dictionaries, o termo “pós-verdade” com a definição atual foi usado pela primeira vez em 1992 pelo dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich.

Pela definição do dicionário, pós-verdade quer dizer “algo que denota as circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência para definir a opinião pública do que o apelo à emoção ou crenças pessoais”. Em outros termos: a verdade perdeu o valor. Não nos guiamos mais pelos fatos, mas pelo que escolhemos ou queremos acreditar que seja verdade. No mundo da pós-verdade não há mais o reconhecimento da autoridade, há o “é assim que eu penso”, não importando quem seja seu interlocutor.

1 Jack Deere, Sorpreendido por el poder Del Espiritu – Editorial Carisma, 1996

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