A atuação do presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, provocou a ira da ala mais socialista da igreja cristã brasileira. Seu efeito pode servir como “cunha” para afastar os grupos mais conservadores e liberais.
A figura abaixo mostra o efeito cunha para afastar os flanges de 2 tubulações. A História mostra que certos personagens atuaram de forma com objetivos secundários bastante controversos.
O primeiro partido do economista Eduardo Cunha foi o PRN (Partido da Reconstrução Nacional): em 1989, ele ajudou a eleger Collor presidente, como tesoureiro do comitê de campanha no Rio.
Foi o próprio PC Farias quem sugeriu a Collor nomeá-lo para a presidência da Telerj, em 1991. Antes de ingressar no mundo dos cargos comissionados, ele teve passagens como economista pelas empresas Arthur Andersen e Xerox.
Entre a Telerj e a Cehab, Cunha foi apadrinhado pelo empresário e deputado federal Francisco Silva, dono da rádio gospel Melodia, evangélico como ele, e tornou-se radialista. Passou também a frequentar os cultos da Igreja Assembleia de Deus, onde construiu sua base eleitoral.
Nessa época ele já se casara com a jornalista Claudia Cruz, apresentadora do noticiário RJTV, da TV Globo, a quem convidara para ser “a voz” da Telerj. O trabalho virou romance e, juntos, tiveram uma filha, Bárbara (ele tem outros três filhos do primeiro casamento). Levam uma vida de alto luxo: vão a jantares em restaurantes caríssimos de Paris, tiveram aulas de tênis em Nova York que custaram US$ 60 mil, possuem carros caríssimos. O dinheiro que paga esses prazeres está sendo investigado na Operação Lava Jato.
A aliança entre o PT e Eduardo Cunha foi fundamental nos mandatos do presidente Lula. No segundo mandato de Lula, havia uma ideia de prescindir do Senado pois muitos integrantes eram ex-governadores e poderiam causar problemas no futuro.
A história do Dossiê Cayman é antiga, recorrente, e o próprio Caio já havia se referido a ela. Trata-se de um dossiê com supostas provas contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no qual ele era acusado de evasão de divisas. Para quem não sabe, “Evasão de Divisas” é, grosso modo, mandar grana para o exterior sem declarar, sonegando assim os impostos sobre renda. Esse documento, se verdadeiro, seria uma arma eleitoral nas mãos dos adversários políticos de FHC.
Naquele tempo Caio Fábio estava no ápice da sua popularidade, e apesar de não ter sido jamais político, estava muito envolvido com políticos da oposição, como a Benedita da Silva e parecia simpatizar com ideais partidários do PT (algo do que ele anos depois disse ter se arrependido). Pois foi nessa época que, segundo Caio, os documentos haviam chegado às suas mãos. Segundo o então pastor presbiteriano e hoje líder do “Caminho da Graça”, líderes influentes do PT começaram a pressioná-lo, ligar pra casa dele, pedindo que ele levasse esses documentos a publico.
Muitos líderes das igrejas protestantes se ressentem desse evento pois perderam prestígio e influência.Agora, o que consta neste processo, ou melhor, o que não consta e nunca constou, é “quem foi o autor do dossiê e como ele foi parar nas mãos do reverendo Caio”.
A correlação entre a queda de Caio Fábio e a ascensão do bispo Manuel Ferreira, líder espiritual do deputado Eduardo Cunha, busca explicar a luta pela influência religiosa no estado do Rio de Janeiro com repercussões no Brasil até os dias de hoje.