O Instituto Paracleto realizou entre 2015 e 2016 pesquisa para verificar os valores morais e opiniões dos cariocas sobre alguns temas que estão sob discussão na sociedade brasileira com decisões de suas Instituições.

Cerca de 2/3 dos cariocas entendem que a criminalidade tem raízes nas escolhas que cada indivíduo faz. Entre as faixas etárias pesquisadas, os adultos acima de 65 anos são mais equilibrados em relação à falta de oportunidades e contexto que podem contribuir para a decisão de praticar atos ilegais.

Os moradores das Zonas Norte e Oeste, com menor atuação policial em relação à Zona Sul e Jacarepaguá, acompanham o aumento da criminalidade a partir das escolhas que os jovens fazem. São jovens que cresceram sem presença ativa do pai, ambiente cheio de más companhias, falência familiar e ausência de apoio do Estado para evitar o recrutamento pelas quadrilhas.

Criminalidade

Na pesquisa do Datafolha realizada em 2012, 74% dos congressistas acreditavam que a principal causa do problema da criminalidade era”a falta de oportunidades iguais para todos”. Dentre os brasileiros, só 36% concordavam com isso –para a maioria, 60%, a maior causa era “a maldade das pessoas”, raciocínio endossado por 17% dos congressistas.

O Brasil atingiu a marca recorde de 59.627 mil homicídios em 2014, uma alta de 21,9% em comparação aos 48.909 óbitos registrados em 2003. A média de 29,1 para cada grupo de 100 mil habitantes também é a maior já registrada na história do país, e representa uma alta de 10% em comparação à média de 26,5 registrada em 2004. O Mapa da Violência 2015 revelou que 42.416 pessoas morreram em 2012, vítimas de armas de fogo no Brasil, o equivalente a 116 óbitos por dia. Essa cifra é ainda mais acentuada entre os jovens, que correspondem a cerca de 59% das estatísticas.

A taxa de mortalidade por armas de fogo no Brasil, indicador que leva em conta o crescimento da população, ficou em 21,9 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2012. Essa taxa é a segunda mais alta já registrada pelo Mapa da Violência, menor apenas que a verificada em 2003, que foi de 22,2 mortes para cada 100 mil habitantes. No caso específico dos homicídios praticados com armas de fogo, a taxa de mortalidade de 2012 (20,7) é a mais elevada desde 1980.

Ao analisar o período de 2004 a 2012, o Mapa da Violência estima que 160.036 vidas foram poupadas, em virtude da política de controle de armas decorrente da aprovação do Estatuto do Desarmamento. Desse total de mortes evitadas, 113.071 foram de jovens, de acordo com a projeção.

Devido à demora dos países em fornecer dados atualizados à OMS, o estudo utilizou informações de qualquer um dos anos do período 2008-2012 para cada país. O Brasil ficou na 11.a posição, ou seja, com a 11.a taxa mais alta de mortalidade por armas de fogo no grupo de 90 países: 21,9 óbitos para cada 100 mil habitantes. A Venezuela lidera o ranking com taxa de 55,4 óbitos por armas de fogo. No extremo oposto, a Coreia do Sul, o Japão, Marrocos e Hong Kong aparecem com taxa zero de mortes por armas de fogo.