Dos 160 bairros da cidade do Rio de Janeiro, apenas 41 são atendidos semanalmente, e, mesmo assim, de forma parcial — por falta de investimentos, a coleta seletiva só ocorre em algumas ruas. Hoje, ela apresenta um desequilíbrio entre as áreas do Rio. Está mais presente nas zonas Sul (40%) e Oeste (42%) e bem menos na Norte (18%). Segundo a Comlurb, não existe coleta seletiva em favelas, o que exclui da conta um contingente de cerca de um milhão de pessoas.
A melhora da situação depende de um projeto aprovado em 2011 entre o município e o BNDES e que prevê o investimento de R$ 50 milhões para a construção de seis galpões de triagem de materiais recicláveis. A prefeitura promete melhorias, expandindo o serviço dos atuais 41 para 120 bairros. Todos esses esforços, se bem-sucedidos, devem ampliar a coleta seletiva em apenas 2%, elevando para 5% o percentual de reciclagem na capital.
O PANORAMA DA CATAÇÃO DE RECICLÁVEIS NO BRASIL[1], elaborado pelo IPEA, estimou que a coleta seletiva desenvolvida pelos catadores na cidade do Rio de Janeiro envolve diretamente 9.480 pessoas.
Não existem dados precisos, mas o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) estima que pelo menos 800 mil pessoas se valham no país do recolhimento de material reciclável como fonte de renda. Sabe-se também que funcionam em território nacional em torno de 1,6 mil cooperativas e associações. A despeito da boa imagem que se faz desse segmento, nem tudo é cor-de-rosa. “Posso dizer que sofremos com o preconceito e com a falta de organização, já que, hoje, a maioria dos catadores está nas mãos de atravessadores”, afirma Eduardo Ferreira de Paula, representante do MNCR. O serviço de coleta e triagem de resíduos sólidos sem prévia licitação. De acordo com a pesquisa Ciclosoft, realizada pelo Cempre, dos 766 municípios que já dispõem de coleta seletiva, 65% atuam segundo esse figurino. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos incentiva as prefeituras a usar as cooperativas de catadores nesse trabalho, e a tendência é que isso cresça. Basta que os prefeitos assim queiram”, destaca o MNCR. Na avaliação de Zilda Veloso, é preciso adaptar os catadores à nova realidade proposta pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. “O catador no Brasil surgiu no lixão. Isso a gente não quer mais. É uma atividade sub-humana”, afirma. “Por isso, é necessário investir em capacitação. Treiná-los para que passem a ser separadores, aprendendo a desmontar eletroeletrônicos, por exemplo,”, diz. Helio Mattar chama a atenção para um problema curioso: o fato de a coleta seletiva ainda estar longe de ser consolidada em todo o país. A falta de campanhas de conscientização e a ausência de serviços públicos de recolhimento de resíduos acabam inibindo investimentos da própria indústria de reciclagem. “Os empresários da área só vão investir se existir, de um lado, a oferta do material reciclável e, de outro, a demanda por material reciclado”, esclarece.
[1] Panorama Da Catação de Recicláveis no Brasil – Freitas, Lúcio e Fonseca, Igor
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