Os resultados do Censo 2010 demonstram os evangélicos em três grandes grupos: evangélicos de missão; evangélicos de origem pentecostal e evangélica independentes. Os evangélicos de missão tiveram um crescimento percentual de 23,9% de 2000 para 2010. Já os evangélicos de origem pentecostal cresceram 89%. E as igrejas evangélicas independentes foram a que obtiveram maior crescimento no período (1.119%).

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Relativamente no Amazonas em 2000 os católicos eram 70.8%, passando a representar em 2010 59.5%. Por outro lado, os evangélicos passaram de 21% para 31% no mesmo período. Na Região Norte foi onde ocorreu a maior redução relativa dos adeptos do catolicismo.

A Assembleia de Deus, que com seus 407.000 membros formam a maior igreja evangélica do Amazonas, embora os resultados censitários não considerem as subdivisões administrativas e doutrinárias existentes nesta igreja. A denominação Assembleia de Deus e seus ramos cresceram 64% de 2000 para 2010. Também neste grupo, merece destaque a Igreja o Brasil Para Cristo com 160% de crescimento.

No mapa da região metropolitana de Manaus do Censo de 2000, a parte central e os bairros vizinhos formavam o território católico por excelência (classe A). Este núcleo é cercado por um espaço nos quais católicos e evangélicos de missão se encontram misturados; esta área se prolonga em direção ao norte até os limites do município (classe B). Finalmente, distinguem-se em Manaus duas partes, uma no leste e outra no oeste, que formam dois amplos territórios periféricos nos quais estão implantados, principalmente, os pentecostais e as pessoas sem religião (classe C).

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Manaus, entre as capitais brasileiras, foi aquela onde o peso dos católicos na população apresentou a maior redução: de 85,9%, em 1991, passou para 69%, em 2000.

Com cerca de 90.000 fiéis, os evangélicos de missão representavam uma distribuição que incluía todos os bairros da cidade. Com quase 210.000 seguidores, os pentecostais chegam a representar 15% da população e a sua implantação é maior nos bairros periféricos.

No mapa da região metropolitana de Belém do Censo de 2000, os evangélicos de missão se mostravam pouco expressivos em Belém, onde representavam 2,4% da população, o menor percentual entre as capitais brasileiras. Com quase 195.000 fiéis no município de Belém e mais de 75.000 no resto da região metropolitana, que correspondiam, respectivamente, a mais de 15% e de 19% da população total, os evangélicos pentecostais se mostravam muito expressivos na capital paraense. Assim, Belém ocupa o segundo lugar entre as capitais brasileiras, quanto à importância do pentecostalismo.

Belem1Belem2A mais importante delas é a Assembleia de Deus, que congrega mais da metade dos pentecostais, com 8,6% da população. Em seguida, situam-se o Evangelho Quadrangular, com 3,6%, e a Igreja Universal do Reino de Deus, com 2,8%.

Em 2000, 73,8% dos paraenses se diziam católicos e, em 2010, este número é de 63,7%. Uma diferença de 10,1%, quando a média nacional foi de 9%.

Em 2000, 18,1% da população dizia seguir a algum tipo de religião pentecostal e hoje este número é de 8,6%. “Se particularizarmos para a Região Metropolitana de Belém, veremos que a população católica nessa área caiu de 70,4% para 60,4% e a evangélica subiu de 19,3% para 30,1%”.

Gostaria de propor o cruzamento desse crescimento com um importante indicador social como a violência. Por exemplo, durante o período de 2004 a 2010, o Amazonas sofreu uma expansão em seus índices de homicídio. Se em 2004 sua taxa era de 16,9 homicídios em 100 mil habitantes, passa, em 2010, para 30,6, o que representa um incremento de 81,5% nos seis anos, ou 10,4% ao ano, mais especificamente, na capital do estado.

Neste sentido, chama a atenção o enorme peso da capital Manaus na produção de homicídios, tanto no contexto da região metropolitana quanto do estado como um todo. Em 1980, representando 44% da população do estado Manaus concentrava 94% dos homicídios do estado. Em 2010 o peso demográfico da capital aumentou mais ainda, passou para 51,7% da população estadual. Ainda assim, 92% dos homicídios foram registrados na capital, da mesma forma que 79% do total de homicídios do estado.

Podemos propor a hipótese que a violência é um fenômeno urbano, fortemente ligado à regiões afastadas dos centros de prosperidade econômica das cidades. O caso de Manaus é bem exemplar. Ou seja, a troca religiosa é intensa nessas regiões porém a degradação das condições sociais não favorecem uma permanência para participação de mudanças de valores nestas comunidades.

O tablóide inglês “Daily Mirror” fez uma longa reportagem criticando a violência em Manaus, chamando-a de “Manaus homicida”. O diário relata que a pobreza causou 945 homicídios no ano passado, sendo 70% ligados ao tráfico de drogas, e que há áreas controladas por bandidos armados que são proibidas para os turistas. Um exagero baseado em dados reais.

Belém e Manaus são cidades similares, encravadas na Amazônia Brasileira, sendo que a população de Manaus é pouco maior que a de Belém. A grande diferença é que Manaus tem um importante parque industrial e Belém não. O que reflete no orçamento de cada um dos dois municípios. O orçamento de Belém para 2010 é de aproximadamente 1,4 bilhões de reais e o de Manaus 2,248 bilhões. Orçamento maior significa mais recursos para obras, e políticas públicas.

Segundo dados do IPEA de 1999, a metrópole de Belém foi a que mais teve um maior crescimento das áreas periféricas, com 157,9%, comparando a Belo Horizonte (20,9%), Salvador (18,1%) e São Paulo (16,3%). Talvez por isso, Belém seja a cidade mais verticalizada da Amazônia Legal. A capital paraense tem prédios de até 40 andares, construídos com o incentivo de um Plano Diretor que não delimita o número de pavimentos máximo dos empreendimentos. Em Manaus, o ‘teto’ dos edifícios alcançam o máximo de 18 andares.

Belém e Manaus, as duas maiores capitais da região amazônica, são as cidades com o menor percentual de arborização urbana entre 15 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes, segundo IBGE. Além disso, observou-se que as duas cidades aumentaram sua área e sua população consideravelmente nos últimos 30 anos, onde foi observado que Manaus aumentou sua área em 153 km2 e Belém 190 km2.

A cidade de Manaus foi a primeira cidade brasileira a possuir uma universidade federal que, em 2009, completou 100 anos de
existência, sendo este mais um investimento da era do extrativismo da borracha. Diferentemente de Belém que já existia há aproximadamente 300 anos. A criação efetiva da Zona Franca de Manaus em 1964, que foi a primeira experiência brasileira nesse campo mercadológico global de manufatura intensa no século XX.

Belém do Pará é uma das poucas cidades brasileiras que possui prédios em funcionamento que são patrimônios históricos de vários momentos da história da arquitetura, como as igrejas do Carmo, de 1627, a Mercês, datada de 1640, e o Teatro da Paz, de 1896, que desde sua inauguração no século XIX trouxe grandes espetáculos internacionais. Sobre o ciclo econômico da borracha, Belém foi a pioneira no Brasil a ter um projeto efetivo de desenvolvimento urbano, inspirado no planejamento urbano de Paris do século XIX. No auge da expansão, Belém era uma das mais notáveis cidades da America Latina. Depois do Rio de janeiro e de Santos, era o porto mais movimentado do Brasil, com uma população urbana que se aproximava rapidamente do quarto de milhão, em 1910. Possuía um sistema moderno de bondes elétricos, amplo serviço telefônico, água encanada e iluminação pública elétrica.

FONTES:

Clique para acessar o Dalva%20de%20C%C3%A1sia%20Sampaio%20dos%20Santos.pdf

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http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/05/manaus-e-belem-sao-capitais-menos-arborizadas-indica-ibge.html

http://www.portalamazonia.com.br/editoria/cidades/verticalizacao-entenda-as-diferencas-urbanisticas-entre-manaus-e-belem/