Elcana, um levita que morava no monte Efraim tinha 2 mulheres: Ana e Penina. Ana não conseguia ter engravidar e enfrentava as provocações de Penina. Um drama recorrente nos relatos bíblicos de poligamia. Basta lembrar do drama entre Sara, esposa de Abraão, e Agar.

Ana costumava adorar no tabernáculo estalecido em Siloé. Ela foi orar sozinha e ela balbuciava as palavras. O sacerdote Eli julgou que Ana estivesse embriagada mas se surpreendeu com a sua resposta e fé. O sacerdote então a abençoou.

O Capítulo 3 do primeiro livro de Samuel descreve:

  1. O menino Samuel ministrava perante o Senhor, sob a direção de Eli; naqueles dias raramente o Senhor falava, e as visões não eram frequentes.
  2. Certa noite, Eli, cujos olhos estavam ficando tão fracos que já não conseguia mais enxergar, estava deitado em seu lugar de costume.
  3. A lâmpada de Deus ainda não havia se apagado, e Samuel estava deitado no santuário do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus.
  4. Então o Senhor chamou Samuel.
  5. Samuel respondeu: “Estou aqui”. E correu até Eli e disse: “Estou aqui; o senhor me chamou?” Eli, porém, disse: “Não o chamei; volte e deite-se”. Então, ele foi e se deitou.
  6. De novo o Senhor chamou: “Samuel!” E Samuel se levantou e foi até Eli e disse: “Estou aqui; o senhor me chamou?”Disse Eli: “Meu filho, não o chamei; volte e deite-se”.
  7. Ora, Samuel ainda não conhecia o Senhor. A palavra do Senhor ainda não lhe havia sido revelada.
  8. O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele se levantou, foi até Eli e disse: “Estou aqui; o senhor me chamou?” Eli percebeu que o Senhor estava chamando o menino
  9. e lhe disse: “Vá e deite-se; se ele chamá-lo, diga: ‘Fala, Senhor, pois o teu servo está ouvindo’ “. Então Samuel foi deitar-se.
  10.  O Senhor voltou a chamá-lo como nas outras vezes: “Samuel, Samuel!”Samuel disse: “Fala, pois o teu servo está ouvindo”.
  11. E o Senhor disse a Samuel: “Vou realizar em Israel algo que fará tinir os ouvidos de todos os que ficarem sabendo.
  12. Nessa ocasião executarei contra Eli tudo o que falei contra sua família, do começo ao fim.
  13. Pois eu lhe disse que julgaria sua família para sempre, por causa do pecado dos seus filhos, do qual ele tinha consciência; seus filhos se fizeram desprezíveis, e ele não os puniu.
  14. Por isso jurei à família de Eli: ‘Jamais se fará propiciação pela culpa da família de Eli mediante sacrifício ou oferta’ “.
  15. Samuel ficou deitado até de manhã e então abriu as portas da casa do Senhor. Ele teve medo de contar a visão a Eli.

Este texto utilizei na minha primeira pregação na Igreja Batista do Campo dos Afonsos. Era um domingo de manhã. Eu me lembro que iniciei pregando sobre a essência da vida de Samuel. Ele era a prova de um milagre. Ele estava no lugar certo, na hora certa. Em contraste, Eli não conseguiu imprimir um legado de piedade na vida de seus filhos. Mais uma vez, o carisma havia pulado a geração seguinte. Mas Samuel estava disponível para assumir esse lugar.

Naquela manhã, eu parei de pregar após 20 minutos e fiz um apelo para quem quisesse aceitar a Jesus e ouvir Sua voz. Para minha surpresa, algumas pessoas vieram a frente. Algumas chorando. Falei com o pr. Joaquim para alguém cuidar delas ao aconselhamento. Para surpresa da igreja, pedi que os demais se sentassem porque falaria para os demais presentes.

Então, focalizei na diferença entre a essência de Samuel e na forma que Eli conhecia. Busquei demonstrar que Eli perdera a essência quando decidiu não disciplinar seus filhos. Eli permitia que Hofni e Finéias tivessem uma vida ministerial reprovável, sem dar exemplo para o povo de Israel. Samuel, porém, precisava receber a orientação. Seria necessário que Eli percebesse que Samuel era escolhido.

Muitos líderes erram em escolher seus sucessores. Líderes vitoriosos conseguem fazer a transição da posição de subordinado para a liderança de forma sábia.

Samuel foi sacerdote, juiz e profeta em Israel. Porém, com 52 anos de idade (I Sam 8:1) as tribos de Israel lhe pediriam para ungir um rei. A monarquia não estava nos planos de Deus. Porém, havia o perigo de uma cisão entre as tribos. A monarquia poderia uní-las mais rapidamente. A burocracia pedia mais organização na arrecadação de impostos e gastos com guerras. Provavelmente, Davi seria levantado de qualquer forma com um juiz entre o povo para liderar o povo mas a globalização tinha chegado.

Genealógicamente Elcana era levita da família não-sacerdotal descendente de Coate. (1 Sam. 1:1, 19; 1 Crô. 6:27, 33, 34) Sendo levita coatita, não-sacerdotal, Samuel não estava autorizado a oficiar junto ao altar do santuário, e não há registro de que o fizesse. É notável que Samuel apesar de não pertencer à linhagem de Arão, em contraste com os filhos corruptos do sumo sacerdote Eli (1Sm 2.12-26), “…ministrava perante o Senhor, sendo ainda jovem, vestido com um éfode de linho” (v. 18) e “…ia crescendo e fazia-se agradável, assim para com o SENHOR como também para com os homens” (v. 26). 

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