O Ministério do Trabalho da Alemanha proibiu gerentes de empresas de ligar ou enviar emails aos funcionários após o expediente, exceto em emergências. Segundo o ministério, a medida tem como objetivo evitar que os empregados sofram de stress indevido por estarem constantemente de plantão. O diário Sueddeutsche Zeitung relatou, nesta sexta-feira, que o órgão decidiu oficializar a prática de grandes companhias como a automotiva Volkswagen e a Detusche Telekom. O jornal citou as orientações oficiais de que nenhum funcionário deve ser penalizado por desligar seu celular ou deixar de receber mensagens, “para prevenir a auto-exploração”. Também diz que os gerentes devem ser incentivados a se abster de ligar para os funcionários em seus períodos de folga, mas o contato seria permitido “em circunstâncias excepcionais”.

O estado alemão de Baden-Württemberg aprovou medida que proíbe professores de usar as mídias sociais como Facebook e Twitter para fins profissionais. A regra que vale para contato entre colegas de trabalho ou alunos é do final de julho. Esse já é o terceiro estado do país europeu que adota a restrição.  O respeito à vida privada é um dos argumentos usados pelo governo local para aderir à medida proibitiva. O uso das redes sociais dificultaria a manutenção de uma ‘distância pedagógica’ entre alunos e professores.  A medida, que não explica como esse controle seria feito, também defende que o espaço para questões pedagógicas já existe. Entre os exemplos, estão os murais fixados no ambiente escolar ou os e-mails institucionais. 

A Volkswagen alemã decidiu cessar o envio de emails aos seus funcionários após o final de cada turno, estabelecendo uma fronteira mais definida entre o tempo laboral e o tempo de descanso.

De acordo com a BBC, que cita o jornal alemão Wolfsburger Allgemeine, os servidores do gigante da indústria automóvel vão bloquear automaticamente o envio de mensagens 30 minutos após o fim do turno, retomando-o apenas 30 minutos antes do início da jornada de trabalho do dia seguinte. A medida abrange apenas os funcionários das fábricas e serviços situados na Alemanha, mas exclui membros da administração e de algumas secções da empresa. O objectivo é assegurar o respeito pelo tempo de descanso dos trabalhadores.

A iniciativa surge depois de várias empresas terem questionado publicamente o papel dos seus serviços internos de correio electrónico. Este mês, o CEO da tecnológica francesa Atos, Thierry Breton (ex-France Telecom), declarou que cada funcionário seu recebe em média 100 emails por dia, sendo que apenas 15% contêm informação útil, gastando 15 a 20 horas semanais a ler e a responder às mensagens. Pior, esta tarefa é muitas vezes realizada em casa, roubando tempo de descanso ao funcionário, que acaba por realizar trabalho não remunerado.