Nas recentes ações e mensagens, o jesuíta salesiano Bergoglio, já se posicionou por uma atitude mais simples e austera no Vaticano. Isso pode reedificar a teologia da libertação para um choque com a teologia da prosperidade em crescimento no Brasil. A mudança pode ser brusca para uma ‘evangelicação’ da liturgia católica com a presença regular de cantores gospel evangélicos. Sem dúvida, a Renovação Carismática e seus padres cantores serão os mais beneficiados com seu pontificado.
Menos da metade dos brasileiros entre 16 e 24 anos são católicos, aponta pesquisa do Data Popular. Segundo o levantamento, 44,2% dos jovens entrevistados se declararam católicos, 37,6% protestantes/evangélicos, 6,7% de outras religiões e 11,5% afirmaram não possuir religião.
A pesquisa mostra que, entre os brasileiros com mais de 50 anos, o percentual dos que se dizem católicas é bem maior. Nessa faixa etária, 57,9% se declararam católicos, 27% evangélicos/protestantes, 11,1% de outras e 4% sem religião. A queda do percentual de católicos no país e o crescimento do número das pessoas que se declaram “sem religião” estão entre os desafios do Papa Francisco.
Além do Rio de Janeiro, apenas dois estados do Brasil não têm maioria católica: Rondônia (47,55%) e Roraima (49,14%). No Nordeste, por outro lado, os católicos formam uma ampla maioria, correspondendo a 72% da população, segundo o Censo IBGE de 2010.
— Os evangélicos estão ficando mais parecidos com os brasileiros, ou seja, mais sincréticos, menos rígidos — diz o professor Ronaldo Rômulo de Almeida, professor da Unicamp e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que acredita que um dos desafios do Papa é posicionar a Igreja Católica como mais “evangélica”, ou seja, mais próxima dos moradores e com ferramentas modernas de comunicação, algo que já começa a ter resultado com o movimento Renovação Carismática.
O gráfico abaixo mostra as visitas realizadas pelos antecessores do papa Francisco. Observa-se a frequência que alguns países, entre os quais o Brasil, tiveram na agenda dos papas. O papa João Paulo II teve uma quantidade de visitas maior que o papa Bento XVI.