A quantidade de músicas Gospel no mercado brasileiro confirma o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil mas traz à tona a falta de qualidade teológica de muitas músicas. Versos neológicos podem conter graves erros teológicos. Portanto, pode ser necessário um recall de algumas músicas gospel convocados pelos pastores, líderes destes cantores e grupos musicais.
O pr. João de Souza comenta em seu blog:
- “Quem quer a glória traz a arca”. Mas de que o autor está falando? Da arca da aliança? A arca era uma figura da presença de Deus que foi substituída pela presença direta do próprio Deus através do Espírito Santo. Caso o autor esteja tratando da glória de Deus o erro é ainda pior. Se o autor está aludindo a Davi trazendo a arca; Davi não teve glória alguma; ao contrário despiu-se das roupas da realeza e em casa foi ultrajado e machucado pelas palavras ferinas de sua esposa. Isso é glória? A glória que encheu o templo de Salomão não desceu por causa da arca; mas porque Deus resolveu se fazer presente naquela ocasião.
- “Quem quer o fogo traz sacrifício”. Não entendi o que o autor quer dizer. Porque no caso de Isaque ele tinha o fogo, mas não tinha o sacrifício. Então entendi. O autor está dizendo que para você receber do fogo de Deus você deve sacrificar alguma coisa. Se ele pensou, pensou errado. Porque Cristo é o sacrifício perfeito. Este texto de Hebreus 7.28 mostra que tanto Cristo quanto o sacrifício são perfeitos: “Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre”.
- “Quem deseja o favor do Rei toque na ponta do altar” está totalmente fora de contexto bíblico e cultural. Porque, no Antigo Testamento, as pontas do altar serviam para que uma pessoa acusada de homicídio se agarrasse e fosse imediatamente julgada pelos juízes de Israel. Adonias e depois Joabe, não encontraram favor do rei Salomão. Foram mortos segurando as pontas do altar (1 Rs 1.50 a 2.28). Tal atitude se encaixava no mandamento de Moisés de que o homicida tinha que ser morto (Ex 21.14).
Sobre o mesmo grupo musical, eu tenho uma música questionável que é Bendito Serás. Ela possui os seguintes versos:
Bendita será tua casa
Benditos serão teus filhos
E Deus engrandecerá
Teu nome
Quando a ouvi com mais atenção, percebi que estamos buscando a nossa glória pessoal. Penso que um recall da música produziria os seguintes versos mais adequados:
Bendita será tua casa
Benditos serão teus filhos
E Deus engrandecerá
Seu nome em ti.
Uma diferença sutil mas que pode ajudar o povo a compreender o verdadeiro significado das lutas e vitórias. Quem deve advertir o povo são os mestres e pastores. Afinal, sem profecia o povo se corrompe.
Este é o momento de uma reflexão sobre o conteúdo teológico e missionário das músicas gospel. Muitos cantores estão esgotando sua inspiração e buscando uma diferenciação de mercado perigosa em relação à comunicação segura dos princípios da Palavra de Deus. O seu alcance deve ser bem aproveitado por seus líderes mas deve ser corrigido para evitar a perdição dos propósitos originais.
Outro apologista, o pr. Renato Vargens adverte em seu blog:
Ontem a tarde, depois de ouvir uma canção composta por Thalles Roberto, escrevi o seguinte no Facebook:
O pr. Vargens conclui: Há pouco fiquei sabendo que o Thalles para vergonha nossa lançou no mercado um boneco chamado Thalleco. Pois é, confesso que estou assustado com o rumo da igreja evangélica brasileira. Lamentavelmente parte dos evangélicos tem acreditado num evangelho absolutamente diferente do pregado por Jesus e pelos apóstolos.
O pastor Jaime Kemp, fundador do ministério Vencedores por Cristo e do ministério Lar Cristão afirmou que artistas cristãos estão mais preocupados com a glória pessoal que com a glória de Deus. Kemp disse ao The Christian Post, que no panorama atual da música gospel, muitos dos artistas do segmento, os “artistas” querem viajar em aviões e ficar em hotéis de luxo.
“Não há sacrifício. Minha preocupação é na questão de sermos servos”, diz, e conclui: “acho que hoje muitos desses artistas pensam que a igreja que os chama são seus servos e não se colocam na posição de servir”. Outro problema que o preocupa é a chamada comercialização do evangelho, comentando sobre os artistas evangélicos que cobram cachês para tocar e priorizam os ganhos financeiros.
Falando especificamente das composições atuais, ele comenta que as letras são muito pobres, não há mensagens sobre itens fundamentais como fidelidade à palavra, arrependimento, entrega total ao senhorio do Cristo. “Não há esses elementos presentes na moderna música evangélica brasileira”. E se defende, “não faço parte deste movimento pop, cuja tônica é a desorganização e ausência de vida e testemunho cristãos”. “Realmente não sei se esses jovens que estão hoje nos palcos tem Jesus Cristo como Senhor e Salvador ou se sabem comunicar o evangelho”, enfatiza Kemp.
Confira a entrevista, bem equilibrada, com o cantor Paulo Cezar do Grupo Logos:
Republicou isso em Blog Paracletoe comentado:
Entendo que é necessário uma Reforma na liturgia de nossos cultos. A figura do líder deve ser respeitada mas não reverenciada. Os momentos de adoração não podem se transformar em shows pois afastam as pessoas do Alvo que é o Senhor Jesus.
Agora, tem algumas igrejas e líderes que são muito chatos. Não conseguem ver o crescimento pentecostal sem dirigir diversas críticas. Os shows gospel podem atrair multidões se bem usados.
Cabe a cada igreja filtrar as músicas e grupos musicais conforme sua coveniência.
Ocorre que existe muita resistência dos líderes para reordenar seus cultos de oração, aumentar sua atuação na internet, limitar seu tempo de palestra e ampliar a participação de jovens.
Adorei o comentario do partorJoão
tenho acompanhado a trajetoria do partor João há muito tempo.