Em 1818, com apenas 10 anos de idade, a mãe de Nhá Chica faleceu deixando aos cuidados da igreja católica em Baependi (MG) duas crianças, Francisca Paula de Jesus e seu irmão, então com 12 anos. Órfãos de mãe, sozinhos no mundo, Francisca Paula e Teotônio, cresceram sob os cuidados e a proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi conquistando o coração de Nhá Chica. Esta, a chamava carinhosamente de “Minha Sinhá” que quer dizer: “Minha Senhora”, e nada fazia sem primeiro consultá-la. Esta será a primeira vez que a Igreja Católica irá beatificar uma mulher negra nascida no Brasil.

O Vaticano reconheceu a cura, sem cirurgia, de uma doença no coração da professora aposentada Ana Lúcia Meirelles Leite de Caxambu, Minas Gerais, como um milagre de Nhá Chica. “A falta de ar e o cansaço que eu sentia e me impediam de fazer tudo diminuíram sensivelmente”, disse a professora em uma entrevista para a Revista Isto É. “Rezava: ‘Minha Nhá Chica, me deixa viver mais um pouco … E ela deixou”, concluiu.

A beatificação é o último processo antes da santificação. Para se tornar uma Santa, mais um milagre precisa ser atribuído à brasileira. Nhá Chica nunca fez parte dos quadros da igreja, mas chegou a ser considerada Santa pela população da cidade de Baependi.

Baependi se localiza entre as grandes cidades do Sudeste do Brasil e pode se tornar mais um pólo de romarias e turismo religioso na região.

Ela era chamada de “mãe dos pobres” por conta de suas ações caridosas. Nhá Chica nasceu na cidade mineira de São João Del Rei e viveu entre os anos de 1808 e 1895. Em 1854, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor. Desde então teve início bem ao lado da Igreja, uma obra de assistência social para crianças necessitadas que vem sendo mantida por benfeitores devotos de Nhá Chica. Hoje a “Associação Beneficente Nhá Chica” (ABNC) acolhe mais de 160 crianças entre meninas e meninos.

Cerca de 40 brasileiros são candidatos a santo. Apenas Frei Galvão conseguiu alcançar este posto até o momento. Um outro caso marcante no país é o de Santa Paulina, que embora tenha nascido na Itália e morou no Brasil a partir dos 10 anos. O Brasil é o país com o maior número de católicos do mundo, com cerca de 145 milhões de pessoas que afirmam seguir a religião.

FONTE:  The Christian Post