O governo de Cristina Kirchner decidiu expropriar parte da petroleira YPF no país, filial da espanhola Repsol 51% das ações da companhia passarão ao controle do governo federal, enquanto os outros 49% serão distribuídos entre as províncias.
O governo argentino e suas províncias produtoras de petróleo responsabilizam a Repsol por não cumprir compromissos de investimento e dizem que isso obriga o país a importar grandes volumes de hidrocarbonetos . A Repsol YPF rejeita o argumento argentino e assegura que em 2012 deveria investir US$ 3,4 bilhões no país. O presidente da empresa disse a expropriação é para ‘tapar a crise social e econômica que o país enfrenta’ . A companhia afirmou que calcula em US$ 10,5 bilhões sua participação de 57,4% em sua filial argentina YPF.
No Brasil:
A participação privada na Refinaria Alberto Pasqualini, a partir de janeiro de 2001, que levou à constituição de uma nova empresa, a Alberto Pasqualini Refap S/A., resultou de uma troca de ativos entre os dois sócios. A empresa brasileira cedeu participação em contratos de concessão de áreas de exploração de petróleo e 30% na Refap e, em troca, recebeu uma rede de postos de combustíveis na Argentina.
Em relatório publicado em 2002, a Petrobras revelou que, nessa troca, a Repsol pagou US$ 500 milhões pela participação na Refap e por 10% no Campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos. Agora, em comunicado enviado à Bolsa de Valores, a Petrobras informou que, pela recompra, pagará US$ 350 milhões à Repsol e absorverá US$ 599 milhões de dívida da antiga sócia, totalizando os quase US$ 950 milhões da operação. Mas a operação não envolve a devolução da participação da Repsol no Campo de Albacora. Ou seja, na realidade, a Petrobras está pagando um ágio superior a 70% na recompra.
Mesmo se levado em conta o aumento da capacidade da Refap, que passou de 130 mil para 190 mil barris diários, o negócio continua desvantajoso para o comprador. Considerados os valores pagos pela Petrobras, a Refap vale US$ 2,84 bilhões. Assim, cada barril refinado por dia corresponde a um investimento de US$ 14.927, bem mais do que a média dos negócios realizados no mundo nos últimos dois anos, de US$ 4.700 por barril.
A partir de 2002, a REFAP S.A. recebeu investimentos de R$ 1,2 bilhões com a liberdade de contratação de uma empresa privada. Hoje, sua arrecadação corresponde a 17% do ICMS do estado do Rio Grande do Sul.