Fundado em 1° de maio de 1913, o bairro de Marechal Hermes foi o primeiro bairro operário planejado do Brasil. Estritamente residencial, com direito a ampla rede de serviços públicos como escolas, hospitais e teatro, o bairro de Marechal Hermes nasceu como vila proletária, idealizada pelo então presidente da república Marechal Hermes da Fonseca, preocupado com a carência de moradias populares enfrentou a oposição do congresso e determinou sua construção, destinando para isso uma fortuna para a época de 11 mil contos, que teve no tenente Eng. Palmyro Serra Pulcheiro a responsabilidade do desenho e execução da planta. Sua construção previa ruas largas e arborizadas com 1350 edificações, com vários tipos de moradias, escolas profissionalizantes masculinas e femininas, repartições públicas, biblioteca, praças de esportes, hospitais e creches.
Com o término do governo de Hermes em 1914, o projeto que sofrera grande oposição da sociedade e da imprensa, foi abandonado à própria sorte e dos 1350 imóveis previstos apenas 165 foram construídos surgindo assim, agregadas à vila, moradias simples, construídas pelo seu operariado que se tornou conhecida como “Portugal pequeno”, devido à forte presença de imigrantes portugueses.
Os primeiros moradores da vila, seriam os desabrigados do Morro do Castelo quando do seu desmonte, o que acabou não ocorrendo e a prioridade foi para os funcionários públicos e apadrinhados.
Deu no Jornal do Commercio e no Diário de Notícias, edições de 17 de maio de 1888: projetou o Dr. Félix Kwakowski, a pedido dos empresários Artur Sauer e João Franklin de Alencar Lima – organizadores da Cia. de Saneamento do Rio de Janeiro –, um bairro de habitações para proletários e ex-escravos, agora libertos. O projeto foi apresentado ao público, na presença de Ministros e Conselheiros do Império. Composto por 8 estampas, incluía prédios residenciais em ferro e/ou alvenaria de pedra – natural ou artificial. As habitações se dividiam em 6 classes, desde as destinadas a um único morador até as dimensionadas para famílias de 12 pessoas. Completavam-nas, um higiênico ‘edifício-balneário’ e uma lavanderia coletiva. A idéia era evitar a proliferação, na cidade, dos cortiços e estalagens insalubres, mas não foi adiante. O tema só voltou à baila no Governo Marechal Hermes (1910-14), quando foram construídas, de fato, as 3 primeiras vilas proletárias cariocas: na Estação de Marechal Hermes, na Rua Salvador de Sá e no Jardim Botânico.
Até 1929, a casa operária era ainda definida como uma edificação que devia contar no máximo três peças entre aposentos e salas, além de cozinha e privada, segundo o Código de Obras Arthur Saboya.
João da Baiana relata no artigo O que o rei não viu, de Leticia Vidor: “A polícia perseguia a gente. Eu ia tocar pandeiro na festa da Penha e a polícia me tomava o instrumento […]Houve uma festa no Morro da Graça, no palacete do (senador) Pinheiro Machado e eu não fui. Pinheiro Machado perguntou então pelo “rapaz do pandeiro”. Ele se dava com os meus avós, que eram da maçonaria. Irineu Machado, Pinheiro Machado, marechal Hermes, coronel Costa, todos viviam nas casas das baianas.” Baianas eram mães de santo, incluindo tia Ciata que teria curado Venceslau Brás, presidente sucessor de Hermes, de uma enfermidade na perna.
O livro vidas cruzadas, de Nair de Teffé, cita que foram empregados 1.500 operários com objetivo de edificarem 1.350 casas. Antonio Januzzi, dono da construtora da Januzzi & Cia. que reformara vários prédios no centro da cidade, denunciou erros de projeto e altos custos da obra: $ 10.000.000. Nair observou: “Desagradou-nos, não só o aspecto da região, como ainda o terreno, visivelmente alagadiço, úmido e pantanoso como nas proximidades dos brejos”. Nair observou que à direita da estação ficavam os terrenos da fazenda da Boa Esperança.
No trecho de Cascadura a Sapopemba (hoje Deodoro) existiam as fazendas do Campinho, Portela, Valqueire, Afonsos, Boa Esperança e Sapopemba.
Legal eu nasci em marechal hermes e realmente tenho descendência de portugueses! ^^
Marechal Hermes possui um certo encanto suburbano, sou nascido em cascadura e criado em Bento Ribeio mas sempre frequentei o bairro das grandes árvores e casarões de dois pavimentos beirando o muro da rede ferroviária, Marechal Hermes tem História, tem um aspecto bucólico com seus diversos bares com música ao vivo e praças imensas onde milhares de histórias se escondem no tempo e nas curvas do passado, sua estação ferroviária vinda da Inglaterra e toda montada no Brasil é a coisa mais linda de se ver, seu teatro com linhas modernas e sua matriz de Nossa Senhora das Graças guarda muita história, frequento a adega Tudo do mar do meu amigo Celso, essa funciona desde 1977 e eu ainda era um menino, com uma decoração pra lá de especial com animais empalhados, cobras em frascos de vidro, coleções de canecas, quadros na parede, fotos antigas e diversos souvenires exóticos como cestas de basquetes, garruchas do século XIX, máquinas de escrever da década de 1930, raquetes de tênis, fotografias de times de futebol, porta guardanapos, peixes que se mexem na parede, aquários, tartarugas no banheiro, móveis antigos, galhos de arruda, uvas de borracha e tantas coisas que talvez eu perderia umas 100 linhas para descrever tudo, essa adega com o melhor vinho, é claro, ficou entre os melhores 50 “botequins” do Rio de Janeiro escolhido pela prefeitura do Rio, saiu até no livro ” Rio Botequim “, especializada em frutos do mar ela é a cara de Marechal Hermes a quase 40 anos existe fazendo história com suas serestas e chorinhos nas sextas a noite. Lá nesse bairro existia um cinema chamado Cine-Lux, o único do mundo com o teto redondo, a pizzaria e lanchonete Lux que quando o cliente dá caixinha todos os atendentes gritam: OBRIGADOOOOOOOO !…..e por aí vai, até o Botafogo de Futebol e Regatas já foi acolhido por Marechal Hermes e hoje existe no local a sede das divisões de base, a Escola Técnica Visconde de Mauá que tanto profissional formou !…….Marechal das rodas de samba, Marechal das rodas de chorinhos e citado tanteas vezes em letras de bambas do nosso Rio querido, Marechal do antigo Parque de diversões IV centenário que existiu por quase 40 anos alegrando gerações e inclusive a minha……..ESSE É MARECHAL HERMES, Bairro simples de gente simples e forte, filhos que jamais fugirão da luta pela sobrevivência ! que guarda em seu existir um pitada de passado, um ar gostoso de outrora. Salve Marechal Hermes e a cultura popular do nosso país!
Adoro Marechal, bairro de cotidiano forma tranquilo em comparação a outros bairros, chopp sem colarinho da brahma, pessoas de características de verdadeiro carioca da gema, cachorro quente, batata frita, pizza etc.., fácil acesso á tudo e do lado de madureira, show….
Faço parte de uma Associação Cultural aqui em Marechal Hermes, criamos uma página – Marechal Hermes – Cultura, Fatos e Fotos, com o intuito de resgatarmos a memória do nosso Bairro.
Nasci em Marechal Hermes em 1941, onde morei até 1950. Das minhas lembranças se destacam a Chácara do Terral (que meu pai afirmava ser a maior cultura de mangas do antigo Distrito Federal e hoje toda loteada), o casarão existente naquela chácara, do qual guardo boas lembranças, o palacete de Hermes da Fonseca, um antigo clube de volley fundado pelos jovens na década de quarenta (Recreativo Vila Esporte Clube), o Cine Lux, os coretos de carnaval da praça, as escolas Evangelina, Santos Dumont e Paraguai, a linda e romântica estação de trem com sua torre, (hoje desaparecida), do Campo dos Afonsos…
Nasci em Marechal Hermes em 1957; morei uns tempos nos prédios situado atras do teatro de Marechal Hermes. Tenho um carinho especial por por Marechal. (rimou)
Nasci em Marechal Hermes em 1952, morei na Praça Manágua, onde há a escola Pública Paraguai e lá fiz o meu primário, depois fui para a Américo da Rocha numero 132, até 1966, quando fomos morar na rua igaratá. Lembro-me dos sábados e domingos, quando caminhávamos duas, várias vezes na noite, indo do cine lux até a igreja de Nossa Senhora das Graças. Incluindo a frente do teatro e o HCC.. Marechal dos tempos de rixa de briga de rua, pessoal do pombal contra a rapaziada da belize, e Américo da Rocha . Lembro-me dos armarinho da ponte da academia suburbana de judô, dos bailes pre-carnavalescos; dos tempos de carnaval e a PE na rua tomando nossas lança-perfumes de metal. Lembro-me de um time chamado Rubro Negro, encabeçado pelos Soares. Ivan, Irio, Ivo tonga e tantos outros.
FOI O BAIRRO , ONDE UMA DETERMINADA FAMILIA , DOTADA DE MUITO AMOR E MISERICORDIA DADA DE DEUS , ADOTOU ME RECEM NASCIDO DO CARDOSO FONTES , HOSPITAL. E ME DEU EDUCACAO,AMOR COMPAIXAO,DIRECAO E ACIMA DE TUDO O CONHECIMENTO DE DEUS , O MESMO QUE SALVOU ME DAS RUA FRIAS E IMUNDAS , DANDO UM FUTURO DO QUAL JAMAIS VOU PODER PAGAR AOS MEUS PAIS. HOJE ELES EM MEMORIAS, CITO OS NOMES OLINDA RIBEIRO DA SILVA E MIGUEL ARCHANJO DA SILVA QUE DEUS TODO PODEROSO OS TENHA EM SEU REINO AMO VOCES MEUS AMADOS E QUERIDOS PAIS.MUITA SAUDADE.
Morei na rua Piracaia,e estudei no Ginásio Laurel.Como era alérgica, muitas vezes fui levada para o Hospital Carlos Chagas,hoje totalmente destruído. Lembro com saudade desse tempo.nos 60.
ótima publicação. qual é a fonte dessa planta baixa de Marechal ?
Olá Elisa. Procurei em meus arquivos pdf e não encontrei. Eu acho que criei a figura a partir de alguma monografia disponível na internet sobre Arquitetura de bairros operários do início do século XX.