Recentemente, li o livro de Jacobsen e Coleman que trata de uma estória do encontro de um pastor exausto com quem considera ser o apóstolo João.
Na página 29, ele relata o argumento do apóstolo: “A proposta de Jesus não é… reunir uma multidão de fiéis e construir novos templos”. A proposta do livro parece ser o retorno ao primeiro amor e à essência de ser um discípulo de Cristo. Mas o argumento citado pode pretender frear o crescimento da igreja.
A tradução dos versos bíblicos, citados nas páginas 38 e 39, careceu de melhor revisão. Por exemplo, Most High não foi traduzido como Altíssimo, mas literalmente Mais Alto.
No capítulo 3 o ensino religioso é alvo de críticas. Na página 45, ele cita uma pesquisa em que “… 90% das crianças que freqüentaram escola bíblica abandonam a congregação quando saem da casa dos pais.” Faltou dizer se abandonaram a fé ou mudaram de igreja após o casamento. Na página 43, há uma crítica à memorização de versos bíblicos.
Na página 57, há o seguinte argumento: “… a Bíblia fala de líderes que prestam contas pelas vidas que afetam. Toda a responsabilidade nas Escrituras tem a ver com Deus, não com outros irmãos e irmãs.” Este ensino se propõe a quebrar o peso do pastoreio de líderes e crentes, questionando toda prestação de contas.
Na página 64, outro argumento: “… A vida da fé já é um esforço suficiente num mundo destruído. Não vamos complicar mais as coisas para outros fiéis…”. O tema do livro se reforça na busca pela liberdade da fé individual em relação às estruturas e líderes. É a velha idéia de que é possível ser cristão sem ir à igreja, sem relacionar-se com os irmãos e sem submeter-se à liderança local.
Na página 77, ele argumenta:”… O sistema inteiro se baseia num anzol. Chegamos a usar conceitos como “unidade doutrinária” para controlar as pessoas e impedir qualquer possibilidade de discórdia.”
Na pág. 97, ao comentar sobre igrejas em casas: “… mudar o encontro para uma casa não irá atender suas expectativas.”
Na pág. 102, “A institucionalização gera amizades baseadas em tarefas. Enquanto partilhamos as tarefas, podemos ser amigos. Quando não, as pessoas tendem a tratar o outro como mercadria danificada…”.
Na pág. 111, o protagonista Jake exclama: “Isso sempre acontece nas igrejas institucionais…”
Na pág. 125, um dos membros da célula observa: “Nós todos desperdiçamos muitos anos na igreja institucionalizada e não encontramos a vida de Deus que desejávamos.”
Na pág. 127, o apóstolo João aconselha: “Só há uma coisa que eu diria que devemos fazer: é acabar com essa história de ficar falando “devemos” para nós mesmos e para os outros.”
Na pág. 131, João propõe: “… Em vez de se empenharem em construir uma igreja em casa, aprendam a se amar e a partilhar a jornada uns com os outros.”
Na pág. 170, Jake chega à conclusão de que não há relação entre o êxito do seu trabalho na igreja e o crescimento da relação com Deus…”

Os autores parecem propor uma espécie de “igreja no caminho”, oportuna para quem não quer assumir compromissos com igrejas e pessoas. Pode ser que muitas pessoas não queiram ir mais à igreja depois de ler esse livro. Pode ser que muitas pessoas se sintam gratas por nunca terem ido à igreja.

Não sabem o que estão perdendo …

#paracleto
#Missão integral
G/P
Jair