Repare: pesquisas presenciais têm apresentado resultados em que o principal candidato da esquerda no Brasil aparece em primeiro com mais de 40% dos votos. Mas quem faz as perguntas?
Autor: Leonardo Dias
https://leonardodias.substack.com/p/pesquisas-presenciais-confirmam-a
Muito se falou sobre ciência e experimentação durante a pandemia. O maior experimento da história, ainda em curso, já apresenta seus efeitos colaterais mais imediatos: a comoção por mais tirania dos governantes motivada por uma mídia panfletária e em desespero. A ideologia das redações, mais próxima da extrema esquerda do que do centro, tem tido a necessidade de controlar a narrativa, calando opositores por cancelamento ou ativismo judicial.
Sendo apoiada por um conjunto pequeno de políticos e empresários, esse comportamento da redação não é único. Mas se acirrou após a vitória de Bolsonaro em 2018. Fenômeno similar vimos acontecer em 2020, contra a reeleição de Trump. Por lá, Trump perdeu, mas há controvérsias. Lá existem muitas emissoras de esquerda e apenas uma grande à direita, a Fox News. Aqui no Brasil já foi diferente. Mas o tempo, e o dinheiro, alinhou a ideologia de duas das principais empresas de mídia no Brasil: Globo e Folha.
E não só. Há muitos profissionais que foram contratados, treinados e preparados por essas empresas, ou que estudaram nas mesmas faculdades de comunicação, ocupando postos em diversas redações do Brasil. Quando o dono da empresa toma decisões de, por exemplo, ter mais conteúdo de direita e dar espaço à esquerda, como é o caso da Jovem Pan, outras empresas contratam profissionais apenas no espectro da esquerda.
Não é à toa que pesquisa da UFSC mostrou que mais de 80% dos profissionais de comunicação do Brasil se consideram de esquerda. Essa pesquisa, chamada de Perfil do Jornalista Brasileiro, está publicada neste site.
Dela podemos notar que a situação em 2012 era a seguinte:
A síntese dos dados obtidos na pesquisa realizada no final de 2012 nos permitia afirmar que os jornalistas brasileiros eram então majoritariamente mulheres (64%), brancas (72%), solteiras, com até 30 anos (59%). Em termos de formação, nove em cada dez eram diplomados em Jornalismo (89%), majoritariamente em instituições de ensino privadas, e quatro em cada dez já tinham cursos de pós-graduação; do total, 98% dos profissionais que atuavam nos segmentos de mídia, fora da mídia e docência tinham formação superior. Do ponto de vista político, apenas 25% dos profissionais eram sindicalizados; quase metade dos jornalistas (49%) se considerava de esquerda, mas cerca de um terço (30%) refutavam qualquer classificação ideológica e nove em cada dez jornalistas não eram filiados a partidos políticos (MICK; LIMA, 2013).
Já nessa pesquisa, feita em 2021, o perfil do jornalista mudou bastante. Em nove anos, muita coisa aconteceu. Mas vejamos alguns pontos interessantes:
Os jornalistas brasileiros ainda são predominantemente brancos (67,8%) e, apesar do percentual ter aumentado nas outras categorias, a diferença para as demais raças e/ou etnias é bastante significativa. Consideram-se pardos/as 20,6% dos jornalistas, pretos/as 9,3% e amarelos/as 1,3%. Os indígenas representam apenas 0,4%, o mesmo percentual da pesquisa realizada em 2012 (Tabela 5 expressam características com peso maior para mestiço/a e multiétnico/a. Houve também respostas como negro e negra, representações para cor/raça defendidas por movimentos sociais.

Predomina amplamente a formação nos cursos de jornalismo (94,1%). Há também os que cursaram graduação em outras áreas da comunicação, como Rádio e TV ou Audiovisual/Cinema (5,6%), Publicidade e Propaganda (2,9%) e Relações Públicas (1,6%). A profissão abriga desde administradores de empresas até artistas, biólogos, designers, cientistas sociais, historiadores, além de profissionais de letras, marketing, teologia, teatro e turismo, entre tantas outras. Individualmente ou associadas à formação inicial no jornalismo ou na comunicação essas graduações de origem não são significativas; mas, considerando o conjunto, 7,8% dos jornalistas trouxeram ou buscaram uma formação universitária fora da área de comunicação
A maioria dos jornalistas é formado em algum curso de comunicação. Os que indicaram “outros” incluem pessoas formadas, em sua maioria, Direito, História, Letras e Ciências Sociais. A julgar como todas as faculdades de comunicação possuem currículos extremamente voltados às teses da Escola de Frankfurt e de Gramsci, é de se esperar que muitos desses alunos já saiam da faculdade com certa visão de mundo.
É possível dividir os jornalistas em três grupos genéricos: os que passaram por processos seletivos (incluindo o trainee, concursos e seleção por empresa terceirizada); aqueles que foram convidados, indicados ou são da família; e os empreendedores (prestadores de serviço, freelancer, voluntários e empresários). O primeiro grupo corresponde a 43,9%, o segundo grupo a 42,3% e o terceiro a 13,6%
Perceba que uma grande parcela de jornalistas são contratados por indicação. E isso de fato ocorre. Durante a faculdade de jornalismo da Cásper Líbero, pude notar que os professores, muitos profissionais da grande mídia na época, buscavam alunos para trabalhar nas salas de aula com maior afinidade ideológica. Aqueles que pensavam um pouco diferente, por vezes, iriam ouvir que jamais seriam jornalistas. Faz sentido. Jamais seriam jornalistas nessas redações, onde quase metade dos profissionais são indicados ou devidamente escrutinados. Apenas um certo perfil é selecionado.
Ponto importantíssimo é esse daqui:
Das 1978 pessoas que responderam sobre filiação partidária, 89,7% afirmaram não estar filiadas a nenhuma sigla e 10,3% estão vinculados a alguma organização. Dentro desse universo, 23 legendas foram citadas
As respostas mais significativas foram: PT (40,1%), PSOL (17,6%), PCdoB (7,8%), PSB (3,4%) e PSDB (2,9%). O engajamento partidário reflete uma inclinação para partidos de esquerda. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (2021), 16 milhões de brasileiros estão filiados a partidos políticos, o que corresponde a 7,4% da população. Entre os/as jornalistas o índice de filiação é maior.
Ou seja, dos 10% que afirmam serem filiados a partidos, quase todos são de esquerda. O nível de filiados entre jornalistas ser maior é sinal de que muitas redações possuem cotas “partidárias” em suas contratações.
Acredito que muitas empresas de mídia ganhariam relevância se publicarem, ao lado do nome de seus colunistas e jornalistas que assinam as matérias, em qual partido são filiados.
responsabilidades de ter uma família e, de certa forma, não entende nem vislumbra a forma de pensar de muitos conservadores. Simplesmente não é a realidade na dimensão em que eles vivem.
Predomina amplamente a formação nos cursos de jornalismo (94,1%). Há também os que cursaram graduação em outras áreas da comunicação, como Rádio e TV ou Audiovisual/Cinema (5,6%), Publicidade e Propaganda (2,9%) e Relações Públicas (1,6%). A profissão abriga desde administradores de empresas até artistas, biólogos, designers, cientistas sociais, historiadores, além de profissionais de letras, marketing, teologia, teatro e turismo, entre tantas outras. Individualmente ou associadas à formação inicial no jornalismo ou na comunicação essas graduações de origem não são significativas; mas, considerando o conjunto, 7,8% dos jornalistas trouxeram ou buscaram uma formação universitária fora da área de comunicação
A maioria dos jornalistas é formado em algum curso de comunicação. Os que indicaram “outros” incluem pessoas formadas, em sua maioria, Direito, História, Letras e Ciências Sociais. A julgar como todas as faculdades de comunicação possuem currículos extremamente voltados às teses da Escola de Frankfurt e de Gramsci, é de se esperar que muitos desses alunos já saiam da faculdade com certa visão de mundo.
É possível dividir os jornalistas em três grupos genéricos: os que passaram por processos seletivos (incluindo o trainee, concursos e seleção por empresa terceirizada); aqueles que foram convidados, indicados ou são da família; e os empreendedores (prestadores de serviço, freelancer, voluntários e empresários). O primeiro grupo corresponde a 43,9%, o segundo grupo a 42,3% e o terceiro a 13,6%
Perceba que uma grande parcela de jornalistas são contratados por indicação. E isso de fato ocorre. Durante a faculdade de jornalismo da Cásper Líbero, pude notar que os professores, muitos profissionais da grande mídia na época, buscavam alunos para trabalhar nas salas de aula com maior afinidade ideológica. Aqueles que pensavam um pouco diferente, por vezes, iriam ouvir que jamais seriam jornalistas. Faz sentido. Jamais seriam jornalistas nessas redações, onde quase metade dos profissionais são indicados ou devidamente escrutinados. Apenas um certo perfil é selecionado.
Ponto importantíssimo é esse daqui:
Das 1978 pessoas que responderam sobre filiação partidária, 89,7% afirmaram não estar filiadas a nenhuma sigla e 10,3% estão vinculados a alguma organização. Dentro desse universo, 23 legendas foram citadas
As respostas mais significativas foram: PT (40,1%), PSOL (17,6%), PCdoB (7,8%), PSB (3,4%) e PSDB (2,9%). O engajamento partidário reflete uma inclinação para partidos de esquerda. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (2021), 16 milhões de brasileiros estão filiados a partidos políticos, o que corresponde a 7,4% da população. Entre os/as jornalistas o índice de filiação é maior.
Ou seja, dos 10% que afirmam serem filiados a partidos, quase todos são de esquerda. O nível de filiados entre jornalistas ser maior é sinal de que muitas redações possuem cotas “partidárias” em suas contratações.
Acredito que muitas empresas de mídia ganhariam relevância se publicarem, ao lado do nome de seus colunistas e jornalistas que assinam as matérias, em qual partido são filiados.
Quanto ao posicionamento ideológico, dos 1.978 respondentes, 52,8% se identificam como de Esquerda, 25,9% de centro-esquerda e 2% de extrema-esquerda. Esse campo de posicionamento com mais inclinação à esquerda foi a opção de 80,7% de jornalistas respondentes. A posição “centro” correspondeu a 4,7% das respostas, enquanto “centro-direita” obteve 2,5%, direita 1,4% e extrema-direita 0,1%. O campo que inclui posições de Direita somou 4%. Já 8,3% dos entrevistados não quiseram informar seu posicionamento.
Agora que você já entende a visão de mundo das redações Brasil afora, vamos falar das pesquisas eleitorais.
O viés de confirmação do pesquisador de opinião
O Editorial
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PESQUISAS PRESENCIAIS CONFIRMAM A REALIDADE EM QUE VIVEM OS PESQUISADORES E CONTRATANTESRepare: pesquisas presenciais têm apresentado resultados em que o principal candidato da esquerda no Brasil aparece em primeiro com mais de 40% dos votos. Mas quem faz as perguntas?
Leonardo Dias
Sep 4
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Muito se falou sobre ciência e experimentação durante a pandemia. O maior experimento da história, ainda em curso, já apresenta seus efeitos colaterais mais imediatos: a comoção por mais tirania dos governantes motivada por uma mídia panfletária e em desespero. A ideologia das redações, mais próxima da extrema esquerda do que do centro, tem tido a necessidade de controlar a narrativa, calando opositores por cancelamento ou ativismo judicial.
Sendo apoiada por um conjunto pequeno de políticos e empresários, esse comportamento da redação não é único. Mas se acirrou após a vitória de Bolsonaro em 2018. Fenômeno similar vimos acontecer em 2020, contra a reeleição de Trump. Por lá, Trump perdeu, mas há controvérsias. Lá existem muitas emissoras de esquerda e apenas uma grande à direita, a Fox News. Aqui no Brasil já foi diferente. Mas o tempo, e o dinheiro, alinhou a ideologia de duas das principais empresas de mídia no Brasil: Globo e Folha.
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E não só. Há muitos profissionais que foram contratados, treinados e preparados por essas empresas, ou que estudaram nas mesmas faculdades de comunicação, ocupando postos em diversas redações do Brasil. Quando o dono da empresa toma decisões de, por exemplo, ter mais conteúdo de direita e dar espaço à esquerda, como é o caso da Jovem Pan, outras empresas contratam profissionais apenas no espectro da esquerda.
Não é à toa que pesquisa da UFSC mostrou que mais de 80% dos profissionais de comunicação do Brasil se consideram de esquerda. Essa pesquisa, chamada de Perfil do Jornalista Brasileiro, está publicada neste site.
Dela podemos notar que a situação em 2012 era a seguinte:
A síntese dos dados obtidos na pesquisa realizada no final de 2012 nos permitia afirmar que os jornalistas brasileiros eram então majoritariamente mulheres (64%), brancas (72%), solteiras, com até 30 anos (59%). Em termos de formação, nove em cada dez eram diplomados em Jornalismo (89%), majoritariamente em instituições de ensino privadas, e quatro em cada dez já tinham cursos de pós-graduação; do total, 98% dos profissionais que atuavam nos segmentos de mídia, fora da mídia e docência tinham formação superior. Do ponto de vista político, apenas 25% dos profissionais eram sindicalizados; quase metade dos jornalistas (49%) se considerava de esquerda, mas cerca de um terço (30%) refutavam qualquer classificação ideológica e nove em cada dez jornalistas não eram filiados a partidos políticos (MICK; LIMA, 2013).
Já nessa pesquisa, feita em 2021, o perfil do jornalista mudou bastante. Em nove anos, muita coisa aconteceu. Mas vejamos alguns pontos interessantes:
Os jornalistas brasileiros ainda são predominantemente brancos (67,8%) e, apesar do percentual ter aumentado nas outras categorias, a diferença para as demais raças e/ou etnias é bastante significativa. Consideram-se pardos/as 20,6% dos jornalistas, pretos/as 9,3% e amarelos/as 1,3%. Os indígenas representam apenas 0,4%, o mesmo percentual da pesquisa realizada em 2012 (Tabela 5 expressam características com peso maior para mestiço/a e multiétnico/a. Houve também respostas como negro e negra, representações para cor/raça defendidas por movimentos sociais.
Portanto toda a pauta antirracista e pró-indígena desses meios de comunicação está sendo conduzida onde há uma maioria de brancos. Essa primeira diferença aqui é importante, porque é a partir desse ponto que tudo fica mais interessante. Vejam:
Apesar da população de jornalistas ter envelhecido nos últimos 10 anos, o estado civil mais frequente no grupo continua sendo solteiro/a (49,4%). Os demais índices aumentaram nesta década e há um número maior de profissionais vivendo conjuntamente, podendo ser casados/as (28%) ou em união estável (12,6%). Há também mais divorciados/as e separados/as: são 6,3% e 2,5%, respectivamente. Viúvos/as são 0,9%, e na opção de indicar outro estado civil, a resposta predominante foi “namoro”.
A maioria dos jornalistas (61,6%) não tem filhos. Entre aqueles que os têm, são 18,3% que afirmam ter apenas um, 14,3% com dois e 5,8% com três ou mais
Ou seja, a maioria dos jornalistas é solteiro e sem filhos. Desconhece as responsabilidades de ter uma família e, de certa forma, não entende nem vislumbra a forma de pensar de muitos conservadores. Simplesmente não é a realidade na dimensão em que eles vivem.
Predomina amplamente a formação nos cursos de jornalismo (94,1%). Há também os que cursaram graduação em outras áreas da comunicação, como Rádio e TV ou Audiovisual/Cinema (5,6%), Publicidade e Propaganda (2,9%) e Relações Públicas (1,6%). A profissão abriga desde administradores de empresas até artistas, biólogos, designers, cientistas sociais, historiadores, além de profissionais de letras, marketing, teologia, teatro e turismo, entre tantas outras. Individualmente ou associadas à formação inicial no jornalismo ou na comunicação essas graduações de origem não são significativas; mas, considerando o conjunto, 7,8% dos jornalistas trouxeram ou buscaram uma formação universitária fora da área de comunicação
A maioria dos jornalistas é formado em algum curso de comunicação. Os que indicaram “outros” incluem pessoas formadas, em sua maioria, Direito, História, Letras e Ciências Sociais. A julgar como todas as faculdades de comunicação possuem currículos extremamente voltados às teses da Escola de Frankfurt e de Gramsci, é de se esperar que muitos desses alunos já saiam da faculdade com certa visão de mundo.
É possível dividir os jornalistas em três grupos genéricos: os que passaram por processos seletivos (incluindo o trainee, concursos e seleção por empresa terceirizada); aqueles que foram convidados, indicados ou são da família; e os empreendedores (prestadores de serviço, freelancer, voluntários e empresários). O primeiro grupo corresponde a 43,9%, o segundo grupo a 42,3%
presenciais, portanto, é o universo de pessoas que, sabemos, vivem em outra dimensão. E esse universo refletirá em cadeia de diversas maneiras, atingindo até mesmo o pesquisador que, na ponta final, irá selecionar pessoas para fazer suas perguntas.
Faça um exercício mental: imagine que, no caso do Datafolha, quase que 90% da empresa seja de esquerda. Quem serão os pesquisadores de campo que eles irão contratar? Em seguida, quem os pesquisadores de campo irão escolher para entrevistar?
Na rua, pesquisadores possuem cotas de idade e sexo. Portanto é automático: eles precisam buscar no mundo pessoas de determinados perfis. É natural que busquem sempre as pessoas com quem sentem alguma afinidade. O questionário de uma pesquisa como a do Datafolha não é muito rápido de responder.
Portanto o viés de confirmação se inicia nas perguntas de uma entrevista e terminam nas escolhas do pesquisador de campo. Depois voltam para a análise estatística, onde, na verdade, se desenham várias hipóteses e cenários chamados “what-if”, com recortes específicos que podem dar resultados bastante diferentes entre si.
E então o que é publicado? Aquele recorte que favorece a narrativa da esquerda. E tudo isso produzido com um método científico e aceito, é claro. Até porque, como foi explicado acima, o cenário das redações no Brasil é de total controle da esquerda em quase tudo. E nas pesquisas de campo, naturalmente, isso sempre ocorrerá.
Para piorar, pesquisas como o Datafolha não são muito transparentes quanto à sua amostra. Eles enviam um arquivo de bairros e cidades ao sistema PesqEle do TSE que não possui o número de entrevistas feitos por bairro. Bairros como o da Liberdade em São Paulo, repleto de sindicatos e universidades, aparecem sempre nas pesquisas. Será que há algum viés do pesquisador desse bairro na hora de escolher o local para fazer as suas entrevistas? Quantas entrevistas foram realizadas por bairro e utilizadas na amostra? Essa informação não existe e não podemos confirmar como essa distribuição foi realizada.
Há pistas. Esse caso da pesquisadora da Quaest, que foi até demitida, é bastante conhecido.
Essa dimensão da comunicação que, por isso, se distancia cada vez mais da realidade, comprometerá o futuro financeiro dessas empresas. Em algum momento, a realidade descrita no “Perfil do Jornalista” precisará mudar dentro das empresas e nas faculdades de comunicação. Do contrário, a irrelevância desses meios de comunicação e a falta de credibilidade acabará reduzindo suas receitas a zero.
Estrategicamente falando, os principais donos da mídia brasileira precisam entender que não é possível manipular as pessoas o tempo todo. É possível, sim, hipnotizá-las por um tempo, dando sugestões aceitáveis. Mas em algum momento, todo mundo acorda do transe e deixa de aceitar sugestões. Mentiras e ideologia o tempo todo levam a perda de credibilidade. E ter diversos jornalistas, pesquisadores, colunistas e editoriais de um único lado, levará, inevitavelmente, a acreditar que vivemos algo pior do que mera censura. É a era da censura e da mentira.