Desde 2003, a política de RH da Petrobras transformou a empresa em uma verdadeira aceleradora de valores de imóveis na cidade do Rio de Janeiro. Foram milhares de entradas de concursados que moravam em cidades distantes e, portanto, faziam direito à ajuda para mudança de endereço.
O Ministério Público precisa investigar essa política pois muitos bacharéis foram formados em Universidades da cidade do Rio de Janeiro, mas tinham endereços distantes da cidade. Acho oportuno passar a limpo essa página sombria da história da Petrobras.
Perceba que em 2016, chegamos a ter 7.500 funcionários trabalhando na área de RH (sem contar milhares de terceirizados). Cerca de 800 advogados foram dispersos na Empresa, sendo atrelados em diversas áreas para possibilitar apoio às decisões, enfrentando dificuldades de verificar a conformidade das decisões. O descontrole da primeirização, que já comentamos em postagens anteriores, agora parece absurdo pois a Área de TIC chegou a ter 2.700 empregados (sem contar milhares de terceirizados).
Outra política agressiva foi de promover a transferência para os Edifícios Sede da Petrobras de milhares de funcionários alinhados com os partidos de esquerda. Poderia ser objeto de pesquisa, os custos envolvidos na construção e transferência de empregados para os Edifícios de Salvador, Vitória e Santos, por exemplo.
Um dos efeitos secundários esperados seria o de beneficiar as corretores imobiliários que transitavam na Petrobras para oferecer imóveis alugados ou postos à venda. Perceba que existe uma correlação entre a crise financeira da Petrobras e a queda contínua da compra e venda de imóveis na cidade do Rio de Janeiro. É preciso pesquisar se a cidade de Niterói também foi afetada por essa intervenção estatal.
Pode ser que outros concursos públicos para a cidade do Rio de Janeiro tenham contribuído bastante para aumentar a pressão imobiliária que ganharia mais força com a Copa do Mundo de futebol em 2014 e as Olimpíadas do Rio-2016. Entenda que o propósito dessa postagem é destacar os efeitos depressivos que políticas agressivas de grandes empresas e eventos esportivos de grande dispêndio podem causar sobre uma cidade.
É possível que o aumento da criminalidade em diversas comunidades guarde alguma correlação como decréscimo de aportes em programas sociais promovidos por Governos ou OSCIPs, algumas que não responderam com as devidas prestações de contas. O cenário prosperou diante de tribunais de contas que estavam inertes e pouco atuantes.