João 14:22-27 Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou.
Tenho-vos dito isto, estando convosco.
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
mico#12

Seu nome era Judas, mas como já havia um Judas entre os apóstolos parece ter dois apelidos: Lebeu, de lebh=coração e, Tadeu, de thad=peito.Em Lc.6:16 e At. 1:13, Judas é apresentado como “Judas de Tiago”.

Dentre todas as hipóteses, poderíamos afirmar que Judas era neto de Zebedeu, um próspero pescador da Galiléia (Mt 4.21; Mc 1.19-20) e de Salomé, uma das várias mulheres piedosas que seguiam a Jesus (Mt 27.56; Mc 15-40). Como Zebedeu e seus filhos pescavam em Betsaida e em suas adjacências, teríamos, assim, esta região galiléia como a provável localidade da origem de Judas. João, o irmão mais jovem de Tiago, um dos mais destacados apósto­los da Igreja primitiva, seria, portanto, seu tio.

Uma cronologia popularmente aceita registra um período missionário de oito anos para São Tadeu (35-43 A.D.) e dezesseis anos para Bartolomeu (44-60 A.D.). Ambos so­freram martírio naquelas terras, sendo Tadeu em Ardaze, em 50 A.D. e Bartolomeu em Derbend, em 68 A.D. A associação da Igreja da Armênia com o rol dos apóstolos é uma das mais fundamentadas narrativas de toda a tradição histórica pós-bíblica. São Judas é consistentemente citado como um dos cinco apóstolos que visita­ram e evangelizaram a região. Com a proclamação oficial feita em 301 A.D., a Armênia tornou-se a primeira nação cristã em todo o mundo. O então rei Tiridates, ao lado de toda a nobreza do país, foi batizado por São Gregório, o lluminador.

Nesta Narrativa, representa a quarta interrupção do discurso de Jesus após a Ceia com os discípulos. Antes, foi interrompido por Pedro, Jo 13.36. Por Tomé, Jo 14.5. Por Filipe, Jo 14.8. E agora Judas.

Mas o que é o Reino de Deus? Michael Green, no seu livro Jesus, ressalta que o Reino de Deus não pode ser identificado com uma cultura, porque ele funciona em qualquer cultura. Não pode ser confundido com uma instituição.

Ele adverte que alguns querem o Rei sem o Reino. Essas pessoas estão preocupadas com a salvação individual e atitudes éticas sem nenhuma visão para alcançar a sociedade. Esta é uma fé privatizada, com pequeno compromisso em impactar as estruturas de nosso mundo.

Michael Green diz que outros que querem o Reino sem o Rei. Esse grupo está bastante envolvido em questões sociais e políticas. Estes são ações centradas no homem, como se nós pudéssemos trazer o Reino nelas. Nós não podemos. Só o Reino de Deus pode realizá-lo.

John Stott, autor de Ouça o Espírito, Ouça o Mundo (ABU Editora) argumenta:Para o cristianismo do Novo Testamento é fundamental a perspectiva que estamos vivendo ‘tempos intermediários’ – entre o passado e o futuro, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, entre o que foi feito e o que resta por fazer, entre a realidade presente e o destino futuro, entre o reino que veio e o reino que virá, entre o ‘já’ em relação à instauração do reino e o ‘ainda não’ em relação a sua consumação. Do ponto de vista físico é naturalmente impossível olhar ao mesmo tempo para duas direções opostas; espiritualmente falando, porém, é essencial que o façamos, olhando para trás, para a encarnação e todas as suas implicações, e olhando para frente, para a parusia e tudo que ela há de trazer.”

O teólogo alemão Albert Schweitzer, falecido em 1965, foi um homem versátil: era músico, médico, teólogo e missionário. Em seu livro Em busca do Jesus Histórico (The Quest for the Histórical Jesus, 1906), ele argumenta que, de acordo com Jesus, o reino jaz inteiramente no futuro. Jesus teria sido um profeta apocalíptico, que ensinou (equivocadamente) que a qualquer momento Deus iria intervir de maneira sobrenatural, estabelecendo o seu reino. As demandas deveras radicais que Jesus fez aos seus discípulos (p. ex. vender os seus bens, voltar a outra face e não resistir ao mal) representariam uma “ética interina” à luz da iminente chegada do reino. No outro extremo encontra-se C. H. Dodd, que morreu em 1973. Em seu livro As Parábolas do Reino (The Parables of the Kingdom, 1934) ele elaborou sua“escatologia realizada”, a saber, que a vinda do reino residia completamente no passado. Embora o domínio de Deus seja eterno, mesmo assim ele irrompeu no tempo e no espaço na pessoa de Jesus. Dodd colocava uma ênfase especial em dois versículos, cujos verbos se encontram no pretérito perfeito: “O reino de Deus chegou” e “O reino de Deus chegou sobre vós”. Além disso, segundo Dodd, não existe nenhuma vinda futura do reino. Os versículos que falam nisso devem ser entendidos como concessões a uma escatologia cristã popular, primitiva;. Eles não faziam parte do ensino de Jesus.

Para o cristianismo do Novo Testamento, é fundamental a perspectiva de que nós estamos vivendo “tempos intermediários” — entre o passado e o futuro, entre a primeira e a segunda vindas de Cristo, entre o que foi feito e o que resta por fazer,entre a realidade presente e o destino futuro, entre o reino que veio e o reino que virá, entre o “já” em relação à instauração do reino e o “ainda não” em relação a sua consumação. Do ponto de vista físico, é naturalmente impossível olhar ao mesmo tempo para duas direções opostas; espiritualmente falando, porém, é essencial que o façamos, olhando para trás, para a encarnação e todas as suas implicações, e olhando para a frente, para a parusia e tudo o que ela há de trazer.Um texto que exemplifica isto, se me permitem modificá-lo um pouquinho, seria este: “Queridos amigos, agora nós somos filhos de Deus, mas ainda não foi revelado o que haveremos de ser.

 

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