Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou.
Tenho-vos dito isto, estando convosco.
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

Seu nome era Judas, mas como já havia um Judas entre os apóstolos parece ter dois apelidos: Lebeu, de lebh=coração e, Tadeu, de thad=peito.Em Lc.6:16 e At. 1:13, Judas é apresentado como “Judas de Tiago”.
Dentre todas as hipóteses, poderíamos afirmar que Judas era neto de Zebedeu, um próspero pescador da Galiléia (Mt 4.21; Mc 1.19-20) e de Salomé, uma das várias mulheres piedosas que seguiam a Jesus (Mt 27.56; Mc 15-40). Como Zebedeu e seus filhos pescavam em Betsaida e em suas adjacências, teríamos, assim, esta região galiléia como a provável localidade da origem de Judas. João, o irmão mais jovem de Tiago, um dos mais destacados apóstolos da Igreja primitiva, seria, portanto, seu tio.
Uma cronologia popularmente aceita registra um período missionário de oito anos para São Tadeu (35-43 A.D.) e dezesseis anos para Bartolomeu (44-60 A.D.). Ambos sofreram martírio naquelas terras, sendo Tadeu em Ardaze, em 50 A.D. e Bartolomeu em Derbend, em 68 A.D. A associação da Igreja da Armênia com o rol dos apóstolos é uma das mais fundamentadas narrativas de toda a tradição histórica pós-bíblica. São Judas é consistentemente citado como um dos cinco apóstolos que visitaram e evangelizaram a região. Com a proclamação oficial feita em 301 A.D., a Armênia tornou-se a primeira nação cristã em todo o mundo. O então rei Tiridates, ao lado de toda a nobreza do país, foi batizado por São Gregório, o lluminador.
Nesta Narrativa, representa a quarta interrupção do discurso de Jesus após a Ceia com os discípulos. Antes, foi interrompido por Pedro, Jo 13.36. Por Tomé, Jo 14.5. Por Filipe, Jo 14.8. E agora Judas.
Mas o que é o Reino de Deus? Michael Green, no seu livro Jesus, ressalta que o Reino de Deus não pode ser identificado com uma cultura, porque ele funciona em qualquer cultura. Não pode ser confundido com uma instituição.
Ele adverte que alguns querem o Rei sem o Reino. Essas pessoas estão preocupadas com a salvação individual e atitudes éticas sem nenhuma visão para alcançar a sociedade. Esta é uma fé privatizada, com pequeno compromisso em impactar as estruturas de nosso mundo.
Michael Green diz que outros que querem o Reino sem o Rei. Esse grupo está bastante envolvido em questões sociais e políticas. Estes são ações centradas no homem, como se nós pudéssemos trazer o Reino nelas. Nós não podemos. Só o Reino de Deus pode realizá-lo.
John Stott, autor de Ouça o Espírito, Ouça o Mundo (ABU Editora) argumenta: “Para o cristianismo do Novo Testamento é fundamental a perspectiva que estamos vivendo ‘tempos intermediários’ – entre o passado e o futuro, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, entre o que foi feito e o que resta por fazer, entre a realidade presente e o destino futuro, entre o reino que veio e o reino que virá, entre o ‘já’ em relação à instauração do reino e o ‘ainda não’ em relação a sua consumação. Do ponto de vista físico é naturalmente impossível olhar ao mesmo tempo para duas direções opostas; espiritualmente falando, porém, é essencial que o façamos, olhando para trás, para a encarnação e todas as suas implicações, e olhando para frente, para a parusia e tudo que ela há de trazer.”
O teólogo alemão Albert Schweitzer, falecido em 1965, foi um homem versátil: era músico, médico, teólogo e missionário. Em seu livro Em busca do Jesus Histórico (The Quest for the Histórical Jesus, 1906), ele argumenta que, de acordo com Jesus, o reino jaz inteiramente no futuro. Jesus teria sido um profeta apocalíptico, que ensinou (equivocadamente) que a qualquer momento Deus iria intervir de maneira sobrenatural, estabelecendo o seu reino. As demandas deveras radicais que Jesus fez aos seus discípulos (p. ex. vender os seus bens, voltar a outra face e não resistir ao mal) representariam uma “ética interina” à luz da iminente chegada do reino. No outro extremo encontra-se C. H. Dodd, que morreu em 1973. Em seu livro As Parábolas do Reino (The Parables of the Kingdom, 1934) ele elaborou sua“escatologia realizada”, a saber, que a vinda do reino residia completamente no passado. Embora o domínio de Deus seja eterno, mesmo assim ele irrompeu no tempo e no espaço na pessoa de Jesus. Dodd colocava uma ênfase especial em dois versículos, cujos verbos se encontram no pretérito perfeito: “O reino de Deus chegou” e “O reino de Deus chegou sobre vós”. Além disso, segundo Dodd, não existe nenhuma vinda futura do reino. Os versículos que falam nisso devem ser entendidos como concessões a uma escatologia cristã popular, primitiva;. Eles não faziam parte do ensino de Jesus.
Para o cristianismo do Novo Testamento, é fundamental a perspectiva de que nós estamos vivendo “tempos intermediários” — entre o passado e o futuro, entre a primeira e a segunda vindas de Cristo, entre o que foi feito e o que resta por fazer,entre a realidade presente e o destino futuro, entre o reino que veio e o reino que virá, entre o “já” em relação à instauração do reino e o “ainda não” em relação a sua consumação. Do ponto de vista físico, é naturalmente impossível olhar ao mesmo tempo para duas direções opostas; espiritualmente falando, porém, é essencial que o façamos, olhando para trás, para a encarnação e todas as suas implicações, e olhando para a frente, para a parusia e tudo o que ela há de trazer.Um texto que exemplifica isto, se me permitem modificá-lo um pouquinho, seria este: “Queridos amigos, agora nós somos filhos de Deus, mas ainda não foi revelado o que haveremos de ser.