O antropólogo norte-americano Edward Hall já escrevia, nos anos 1960, que culturas como as do sul da Europa, da América Latina e do Oriente Médio tendem às distâncias interpessoais mais curtas e a um maior contato físico, ao contrário do que aconteceria na América do Norte, norte da Europa e leste da Ásia.
Essa hipótese nem sempre foi confirmada pelos dados, como recorda um estudo liderado por Agnieszka Sorokowska, psicóloga da Universidade de Breslau, na Polônia. Esse trabalho, publicado na revista de psicologia e sociologia Journal of Cross-Cultural Psychology, contou com quase 9.000 participantes de 42 países, aos quais se perguntava pela distância preferida na hora de interagir com um desconhecido, um conhecido ou uma pessoa íntima.
Segundo o estudo, a distância é determinada parcialmente pelo gênero, a idade e o clima, além de preferências pessoais.
Diferença por gênero: as mulheres preferem uma maior distância que os homens na hora de falar com desconhecidos. Esses resultados não coincidem com estudos prévios. Segundo os autores, os trabalhos anteriores são de “muitos anos atrás”, e por isso alguns condicionantes culturais podem ter mudado. Além disso, em seu trabalho “não se especifica o sexo do indivíduo com o qual se estabelece a conversa”, e é possível que essa distância seja diferente se o interlocutor for homem ou mulher.
Diferença por idade: as pessoas mais velhas guardam mais distância que os jovens quando estão interagindo com conhecidos e com pessoas íntimas.
Diferença por clima: nos países frios, tanto homens como mulheres preferem manter uma maior distância do que nos lugares quentes quando conversam com um estranho ou um mero conhecido.
Em média, um quarto das pessoas entretêm convidados em suas casas tanto diária quanto semanalmente, e um terço adicional entretém mensalmente. Menos de uma em 10 pessoas diz que nunca entretém convidados em sua casa. Essas descobertas fazem parte de uma pesquisa da GfK entre 17 países.
Os mexicanos e os argentinos são os anfitriões mais frequentes dentre os 17 países pesquisados, com 42 e 39 por cento respectivamente, entretendo convidados em casa tanto diária quanto semanalmente. Eles são seguidos pelos brasileiros, italianos e chineses.
Por outro lado, os coreanos e os japoneses são os que têm a menor probabilidade de entreterem convidados em suas casas, com mais de um quarto (28 por cento e 27 por cento respectivamente) afirmando que nunca fazem isso. Eles são são seguidos pelos holandeses.
Famílias com crianças pequenas e pessoas na faixa dos vinte anos são os anfitriões mais frequentes. Pessoas de famílias onde não há crianças com menos de vinte anos morando em casa são anfitriões menos frequentes do que aqueles com crianças.
Os jovens entre 20 e 29 anos de idade são os que mais recebem os amigos em casa. 37% desse público afirma receber em casa semanalmente. “Porém, percebe-se uma frequência muito grande em praticamente todas as idades. A maioria dos respondentes, afirmam estar com os amigos em casa ao menos uma vez por mês”, afirma Eliana Lemos.
No Brasil, a crise econômica desencadeou importantes mudanças no consumidor e consequentemente em sua maneira de consumir produtos e serviços.
Dados da GfK também revelam que a venda de eletrodomésticos ligados ao mundo da cozinha está crescendo, o que indica uma forte tendência do consumidor de cozinhar e fazer as refeições em casa. As unidades de fogões modelo cooktop vendidas nos primeiros meses de 2016, cresceram 28%, comparadas ao mesmo período do ano anterior. Já a venda de cafeteiras saltou 12,31%. Esse desempenho pode ser associado a um crescimento expressivo na audiência de programas de culinária que atingiram um público de 15,2 milhões de indivíduos, em 2016. Desse total, 54% são da classe AB e 61% mulheres.
Fonte: “Preferred Interpersonal Distances: A Global Comparison”, Journal of Cross-Cultural Psychology (International Association for Cross-Cultural Psychology), 2017.
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