Carioca nascido em 1957, casado com a mulher que ele diz ter sido sua primeira e única namorada (trata-se de um “homem de uma mulher só”, como afirma seu site) e já avô com menos de 50 anos (tem três filhos e um neto), Crivella é sobrinho do principal bispo da Universal, Edir Macedo.

Crivella não “nasceu” evangélico; era católico, mas converteu-se depois de conhecer a igreja protestante, levado por uma vizinha, quando tinha 7 anos. Mais tarde, participaria da fundação da Igreja Universal junto com o tio.

Antes de ingressar na política, Crivella teve o que sua igreja chama de atuação “missionária”. Viveu nos EUA e na África do Sul, neste país por quase 10 anos. Lá, abriu igrejas para negros, ainda no período de segregação racial oficial (o Apartheid).

Quando retornou ao Brasil, no fim dos anos 90, mudou-se para sertão da Bahia, onde desenvolveu o Projeto Nordeste. Foi quando implementou a Fazenda Nova Canaã, no município de Irecê, uma área de 450 hectares com agroindústria auto-suficiente, que busca tornar o sertão produtivo e independente de ajuda externa.

Baseado na experiência dos kibutzim israelenses para irrigar o deserto, há 17 anos deu início no árido sertão da Bahia, na Cidade de Irecê, ao arrojado Projeto Nova Canaã, o qual desde então vem plantando vida numa região que precisava de quase tudo. O projeto levou água para a região, por meio do sistema de gotejamento. Com a água, apareceu a vida, e, com a vida, a educação.

A responsabilidade para a implantação do Projeto ficou a cargo do engenheiro Marcelo Crivella que lançou um CD, vendendo mais de um milhão de cópias. O dinheiro arrecadado foi utilizado para a compra dos  450 hectares de terras, dando início ao Projeto Nova Canaã.

 Em plena região seca, a água abundante que sai do solo, é capaz de abastecer uma piscina olímpica, produzindo alimento de qualidade, lazer, conforto, dignidade e, neste ambiente, educação para as crianças e jovens, abrindo portas para que aqueles filhos de pessoas paupérrimas tenham uma história diferente dos seus antepassados, venham a ajudar seus pais e avós e possam construir uma nova geração produtiva para o Brasil.

Em 2002, entrou para a vida política como senador da República e, paralelamente, atua como cantor e compositor de músicas gospel. Em 2011, foi o único senador fluminense reeleito.

O Jornal O Globo trouxe reportagem sobre seu passado como missionário, citando seu livro “Evangelizando a África” no qual responsabiliza práticas religiosas pelas dificuldades do continente ao dizer que “na miséria e na pobreza, vemos o ódio do diabo e seus demônios que trabalham descaradamente através de tantas seitas e religiões”.

O bispo, hoje licenciado, da Igreja Universal também afirma que o trabalho de sacerdotes de religiões africanas — chamados no livro de sangomas e nyangas — “se tornou um grande negócio na África, porque é motivado pelo maldito amor ao dinheiro”. Na introdução à edição brasileira, os editores afirmam que sangomas e nyangas “são feiticeiros e bruxos, conhecidos no Brasil como pais, mães e filhos-de-santo.”

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.A Igreja Universal não é citada como uma religião: “Queremos na realidade, apresentar o Deus vivo, o Criador dos céus e da terra, e a Sua Santa Palavra”, escreve Crivella. A condenação a outras manifestações de fé é bem ampla: “Ao redor do mundo, em todas as nações, achamos centenas de crenças, seitas e religiões. Elas podem se diferenciar uma das outras, mas todas têm um ponto em comum: levar as pessoas a adorarem e a aceitarem os espíritos”.