Ninrode foi um personagem histórico, ele é descrito na Bíblia em Gênesis 10: 8-11 como o construtor da Babilônia. Flavio Josefo, historiador da época de Jesus e autor de “Antiguidades Judaicas” cita Ninrode como o construtor da Babilônia. Alguns historiadores colocam Semiramis como a rainha Shamuramat, sacerdotiza da Assíria. Diodoro, historiador grego do século I A.c cita Semiramis como rainha da Babilônia que se casou com Ninrod.

Valério Máximo, escritor romano do século I também cita Semiramis como uma rainha da Babilônia, isso sem falar em relatos de vários historiadores que estudam a historia dos Jardins da Babilônia, muito baseados nas descrições dos antigos historiadores Diodoro e Strabo. Em 1899 Robert Koldewey encontrou a grande muralha e o portão de Ishtar escavando a região onde era a Babilônia (atual Iraque), Ishtar é o nome fenício dado a Semiramis. Robert se baseou nos relatos de Heródoto para encontrar a Babilônia. A deusa Ishtar (Semiramis) tinha como uma de suas representações um estátua de pé, em volta de dois leões.

O leão aparece nas mais antigas esculturas da Babilônia e da Assíria. Lá, os leões eram muitas vezes usados como guardiões simbólicos dos portais. Leões esculpidos estão postados na entrada de muitos edifícios modernos, como o Instituto de Arte de Chicago. No Egito antigo, o corpo do leão, simbolizando a força, virtude e sabedoria, muitas vezes era complementado pela cabeça de um soberano. A Esfinge é a mais famosa dessas esculturas.
Segundo a mitologia grega, a esfinge era um monstro alado com corpo de mulher e leão que afligia a cidade de Tebas.  A Grande Esfinge de Gizé é uma estátua composta de corpo de um leão e uma cabeça humana situada no planalto de Gizé, ao norte do Egito em sua margem oeste do rio Nilo, nos arredores da atual metrópole do Cairo. A palavra “esfinge” deriva do grego σφινξ, aparentemente do verbo σφινγω, que significa “estrangular”, já que a esfinge da mitologia grega estrangulava todos que não conseguissem decifrar suas charadas.
Desta forma, procuro revelar que a saga de Daniel na cova dos leões foi um encontro espiritual entre o profeta e os “protetores” da deusa Ishtar. Seria inimaginável que alguém pudesse sobreviver à pena imputada. Também faço distinção de mito e saga. Mito é uma estória irreal com descrições acreditáveis. Saga é um história verdadeira com descrições inacreditáveis.
A Bíblia está repleta de confrontos espirituais de profetas, que em nome de Deus, enfrentaram os deuses do Egito, os falsos profetas de Baal no monte Carmenlo, entre outros.
Apenas os reis e a nobreza tinham permissão para caçar leões. Enfrentar os leões numa câmara de execução era um feito impensável. A Saga de Daniel é fantástica e assombrou muito mais seus contemporâneos pois perceberam a interferência divina com várias implicações.
Algum tempo depois, subiu ao trono de Babilônia o rei Dario, que pretendia elevá-lo ao mais alto cargo do reino. Mas, movidos por inveja e ódio, vários ministros e sátrapas (governadores de províncias), tramaram a morte de Daniel, apresentando a Dario esta proposta:
“Os ministros do reino, os prefeitos, os sátrapas, os conselheiros e os governadores estão todos de acordo em que seja publicado um edito real com uma interdição, estabelecendo que aquele que nesses trinta dias dirigir preces a um deus ou homem qualquer que seja, além de ti, ó rei, seja jogado na cova dos leões” (Dn 6: 8). Embora admirasse o fiel israelita, o rei cedeu e fez publicar a infame lei. Sabendo disso, “Daniel entrou em sua casa, a qual tinha no quarto de cima janelas que davam para o lado de Jerusalém. Três vezes ao dia, ajoelhado, como antes, continuou a orar e a louvar a Deus” (Dn 6: 11).Os ministros e sátrapas o denunciaram ao rei, o qual se entristeceu e procurou salvá-lo da morte. Mas os iníquos adversários do profeta ameaçaram o monarca, frisando que, segundo a lei dos medos e persas, todo edito real era imutável. Este acabou fraquejando e ordenou que Daniel fosse lançado na cova dos leões.Perturbado, Dario não conseguiu dormir naquela noite e, logo de manhã, foi à cova. Chamou Daniel, que lhe respondeu: “Meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca dos leões; eles não me fizeram mal algum, porque a seus olhos eu era inocente e porque contra ti também, ó rei, não cometi falta alguma” (Dn 6: 23).O rei mandou tirá-lo e jogar na cova os acusadores, com suas mulheres e filhos. “Não haviam tocado o fundo da cova, e já os leões os agarraram e lhes trituraram os ossos!” (Dn 6: 25). Decretou, então, Dario: “Em toda a extensão de meu reino, se mantenha perante o Deus de Daniel temor e tremor. É o Deus vivo, que subsiste eternamente; seu reino é indestrutível e seu domínio é perpétuo” (Dn 6: 27).

A seção apócrifa do livro de Daniel, presente nas bíblias católicas, declara que Daniel foi lançada 2ª vez na cova dos leões:

Existia também em Babilônia um imenso dragão, adorado como deus. O rei interpelou Daniel: “Pretenderás também dizer que aquele é de bronze? Vive, come, bebe. Tu não podes negar que seja um deus vivo. (…) Adora-o então” (14, 23-24). Este replicou que, se o rei lhe permitisse, mataria o dragão sem mesmo usar espada ou bastão. Ele autorizou. Então Daniel cozinhou juntos breu, gordura e pêlos, fez bolotas e jogou-as na boca do monstro, o qual estourou e morreu. “Eis aí o queadoráveis!” – disse ao rei (14, 26). Cheios de ódio, os babilônios exigiram do rei: “Entrega-nos Daniel; do contrário, nós te mataremos, bem como toda tua família” (14, 28). Este cedeu, e Daniel foi lançado numa cova onde havia sete leões famintos. Por milagre de Deus, Daniel não foi tocado pelas feras. Enquanto isso se passava, o profeta Habacuc – na Judéia a muitos quilômetros de Babilônia – preparava a refeição para os ceifadores no campo.

De repente, apareceu um anjo que lhe ordenou levar os alimentos a Daniel. “Senhor, disse Habacuc, nunca vi Babilônia, e não conheço essa cova” (14, 34). O anjo, então, levou-o até a entrada da cova dos leões, em Babilônia, onde Habacuc bradou: “Daniel, toma a refeição que Deus te envia” (14, 36). Daniel exclamou: “Ó Deus, vós pensastes em mim! Vós não abandonastes os que vos amam!” (14, 37). Pôs-se a comer, e o anjo transportou Habacuc de volta à Judéia. Transcorridos sete dias, o rei dirigiu-se à cova para chorar Daniel. Surpreso, viu-o ileso, sentado no meio dos leões. Em alta voz, o monarca louvou o verdadeiro Deus, mandou imediatamente retirar Daniel da cova, e nela jogar seus inimigos. Todos foram devorados num instante.

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