Esta postagem dá sequência a divulgação dos resultados da pesquisa desenvolvida pelo Instituto Paracleto sobre reciclagem de lixo na percepção do cidadão do Rio de Janeiro. Cerca de 2/3 dos cariocas estão dispostos a separar o lixo reciclável no âmbito de sua rotina residencial. Essa informação pode ser importante para os gestores públicos de resíduos. O carioca está consciente de que precisa ajudar a reduzir e tratar o lixo que produz.

O especialista em resíduos sólidos Maurício Waldman, autor de Lixo: Cenários e Desafios, diz que o lixo urbano, aquele acumulado pelas cidades e seus habitantes, representa só 2,5% dos detritos mundiais. Os grandes sujadores do planeta são pecuária, mineração e agricultura. Há uma interseção de geração de lixo entre os setores, por isso a soma dá mais de 100% (veja mais ao lado). Mas como uma fazenda pode causar tanto estrago? Os dejetos dos 7,9 milhôes de porcos de Santa Catarina poluem quatro vezes mais que o esgoto de todos os brasileiros juntos. E uma mineradora? “Cada parte de ouro gera 5 rniihôes de partes de resíduos”, diz Waldman. “Quem compra aliança pensa na montanha de lixo envolvida?”. Por isso que, ao olhar para trás e analisar toda a cadeia de produção, especialistas dizem que cada saco de lixo que geramos representam 60 sacos produzidos anteriormente. O grosso do lixo pode estar longe da cidade, mas ainda é nosso. E, com tanto consumo, criamos um distúrbio psicológico.

lixo3A coleta seletiva na região metropolitana do Rio de Janeiro, hoje tem menos de 3% de lixo reciclado (5 mil toneladas por dia, dos 152,1 mil toneladas de resíduos recolhidos por mês). O índice de cobertura da coleta convencional é superior a 90% e o custo de coleta, transporte e aterramento de resíduos sólidos, praticado pelas Prefeitura é de pelo menos R$ 135/t.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente afirma que avanços na questão ambiental foram empreendidos a partir da implantação da legislação federal. Em 2007, dos 92 municípios do estado, 76 descartavam seus resíduos em lixões. Em 2010, ano que a lei passou a vigorar, o número pulou para 30 municípios fluminenses que depositavam seus resíduos sólidos em locais ecologicamente corretos – o que representava apenas 11% da quantidade total do lixo gerado no estado.

Em 2012, o número quase dobrou e atingiu 58 cidades do Estado do Rio de Janeiro que passaram a destinar 92% dos resíduos sólidos gerados em todo o território fluminense em aterros sanitários. A projeção do Governo do Estado é de que ao final de 2013, 82 cidades estejam descartando mais de 14 mil toneladas dos resíduos sólidos gerados no território fluminense em local ecologicamente correto; sobrando apenas pequenos municípios para se adequar à legislação até 2014.

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