NADA.

Nada demais. Haverá choro e reclamações pelo baixo desempenho dos jogadores, com certeza. Muitos comentaristas vão reconhecer as qualidades da equipe vencedora. Mas a rotina necessária voltará a ocupar nossas necessidades básicas. Espera-se que um país civilizado aceite a derrota em uma competição justa. O Brasil pode demonstrar que está nesse caminho.

Muito se discute se o desempenho da seleção tem influência nas eleições. Penso que não. Mas parece que tem no governo. Os governos precisam de apoio popular para tomar decisões difíceis. Essas decisões são tomadas longe do período eleitoral. Se possível, com muito pão e circo.

Não é fácil convencer europeus e norte-americanos a visitar o Brasil há muito tempo. As altas temperaturas sentidas no inverno brasileiro assustam qualquer homem de negócio ou viajante experiente. O clima no Brasil favorece as colheitas variadas de norte a sul. Muitos estrangeiros imigraram para o Brasil em busca de refúgio em tempos de perseguição e guerra.

Vivemos um tempo que os Mercados-Estado estão engolindo as Nações-Estado. As nações são uma criação recente, com o apoio dos mercados ainda restritos nas Cidades-Estado. Isso ocorreu no final da Idade Média. As nações emergiram no século VIII disputando os controles das Colônias e fronteiras na Europa.

O que se vê nessa Copa é uma reação nacionalista dos países latinos. Uma auto-afirmação coletiva. Uma busca pelo sentido de união que se estende nos gramados para chegar nos países de origem. Talvez seja o resultado intencional mais visível entre as equipes. Parece que os países europeus não tem muito orgulho de seus hinos. Depois de tantas guerras, teriam motivos para isso.

O jornalista Kennedy Alencar, sempre pró-governo, afirmou: Ao dizer que não se confirmaram as previsões negativas a respeito da preparação do país para a Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff afirmou: “Tem um clima de pessimismo criado no Brasil. (…) Teve um processo de instilar o pessimismo em relação à Copa”.

Em entrevista ao SBT, a presidente afirmou que havia prognóstico de que o Maracanã ficaria pronto apenas em 2038 (reportagem de 2011 da revista “Veja”) e vaticínios de falta de estádios e de energia (artigos em geral). No entanto, ela não responsabilizou a imprensa pelo “clima de pessimismo”.

Rebateu o discurso da Fifa sobre os atrasos nas obras e a dificuldade de lidar com o Brasil. “Eles [integrantes da Fifa] fizeram a mesma coisa na África do Sul. A mesma coisa”. E sustentou que as obras prometidas para a realização da Copa foram feitas.

“Eu quero saber o seguinte: o que nós prometemos que nós não entregamos? (…) Não estou vendo a Fifa falar agora. A Fifa tá mudando o discurso. A Fifa e a imprensa. Você me desculpa. Tá todo mundo mudando o discurso.”

Segundo a presidente, o governo vai atuar para garantir a segurança  de quem vai assistir aos jogos e de quem vai protestar. No entanto, condenou depredação de patrimônio e ferimento de pessoas, inclusive com possibilidade morte. “Isso é inadmissível, não tem nada a ver com democracia. Isso tem a ver com barbárie e selvageria.” Sobre a possibilidade de ocorrerem greves na Copa, Dilma avaliou que não é “uma boa ocasião para fazer reivindicações”.

Sobre o ex-jogador Ronaldo ter dito que sente “vergonha” pelo impacto no exterior do atraso de obras, ela declarou: “Não é bom para ele e não é bom para o país”.

A presidente elogiou o técnico da seleção brasileira: “Meu coração bate pelo Felipão”. Avaliou que ele dá confiança aos jogadores. Batendo na madeira, disse que o Brasil chegaria à final, mas não arriscou palpite sobre o adversário nem sobre o placar. Para ela, o resultado do Copa será uma “variável secundária” no processo eleitoral. Julgou ser normal protestos em ano eleitoral.

A presidente prometeu que cobrará contrapartida dos clubes que querem renegociar dívidas previdenciárias e fiscais com o governo. De acordo com ela, será atendida reivindicação feita pelos atletas do Bom Senso Futebol Clube, que se queixaram de atrasos salariais e desrespeito às leis trabalhistas.