Cerca de 60% dos cariocas consideram ruim ou péssimo o tratamento de doenças crônicas que recebem nas Unidades de Saúde da cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa não pretendeu identificar e avaliar as esferas de Governos. Apenas identificamos a avaliação do carioca em relação ao tratamento recebido.
A teoria de atendimento público de saúde divide as ações em atendimento primário, secundário e especializado. O primário é aquele característico dos postos de saúde, que dependendo da avaliação do clínico geral de plantão, vai encaminhar o paciente a um ambulatório ou a um hospital especializado. Bom, tudo isso é uma bela teoria, na prática as pessoas buscam otimizar seus deslocamentos. Se o hospital se localiza próximo ao seu domicílio ou então se alguma instituição tem fama de prestar bom atendimento, não existem dúvidas, é para lá que se dirigem. E foi pensando provavelmente nisto tudo que o suplemento especial de saúde da PNAD de 1998 quis saber qual o tipo de serviço normalmente utilizados pela população. Os resultados da pesquisa para a RMRJ parecem transmitir bem essa diversidade de tipologia de atendimento. O ambulatório foi a opção mais usada por pessoas que buscavam atendimento médico com 35,2% do total de consultas. A segunda maior procura foi por consultórios particulares (32,1%), demanda esta provavelmente apoiada nas facilidades que um plano de saúde particular permite aos seus filiados. Como terceira opção mais cotejada ficaram os postos e centros de saúde que atenderam 26,6% dos pacientes. Pronto-socorro e emergências responderam por apenas 5,1% dos atendimentos.
Os fatos expostos provocam uma reflexão em termos da disponibilidade de assistência à saúde da população em idades avançadas. Ao considerar que a deficiência não é condição intrínseca ao envelhecimento e sim o resultado das desigualdades ou desvantagens advindas da organização de cada sociedade, entende-se que o envelhecimento pode ser vivenciado de uma forma saudável e com qualidade de vida. Para tal, faz-se necessário adaptar não somente a sociedade ao fenômeno do envelhecimento como também disponibilizar recursos em termos de atenção à saúde, que se entende deva ser mais preventiva do que curativa, privilegiando a atenção à saúde do indivíduo desde seu nascimento. Dessa forma, pode-se obter ganhos na qualidade de vida da população em idades avançadas com algum tipo de deficiência, o que acarreta em uma menor pressão sobre o sistema de saúde.