A secretária-geral da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, viajou para o Zimbabwe para acompanhar os preparativos para as eleições que ocorrerão amanhã, dia 31 de julho. O organismo deliberou uma missão de observadores que será composta por 60 pessoas da UA sob a coordenação do ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, que já chegou no país. Além da missão da organização africana, Zimbabwe tem a expectativa de receber ao todo 600 observadores estrangeiros para as urnas, além dos 6.000 observadores previstos para a votação em si. Não haverá a participação de nenhuma grupo de observadores “ocidentais” por causa das sanções impostas ao presidente Robert Mugabe, que está no poder desde a independência da antiga Rodésia britânica em 1980, e seus oficiais quanto a violação de direitos humanos.

Nestas eleições, a população do Zimbabwe ira eleger o presidente, as duas câmaras do Parlamento, conselheiros provinciais e autoridades locais. O novos sistema eleitoral impõe a todos os partidos a reservarem vagas na Câmara dos Deputados para 60 candidatas femininas do total de 210 assentos. Cada partido deve possuir, na mesma proporção, o número de candidatas femininas com relação ao número de candidatos masculinos.

Morgan Richard Tsvangirai é o Primeiro-Ministro do Zimbábue desde 2009, e preside o Movimento para a Reforma Democrática, o principal partido de oposição. Nasceu em Gutu, na província de Masvingo, no sul do país, onde nasceu também Simon Muzenda, ex vice-presidente da República.

O novo sistema, também, aplica um modelo próximo ao “voto em lista”. Os votantes podem votar em qualquer candidato para a Câmara dos Deputados e para o Senado, todavia, ambos devem pertencer à mesma legenda partidária. A escassez alimentar é recorrente, a inflação é galopante e o desemprego atinge cerca de 50 a 80% da população ativa, de acordo com as estimativas das Nações Unidas.

Embora haja, segundo Al Jazeera, muita especulação quanto a possível fraude eleitoral, a secretária da UA, Zuma, manifestou contentamento do organismo regional com os preparativos para as eleições. Segundo a Comissão Eleitoral do Zimbabwe, dos 6,3 milhões aptos a votar, 93% registraram-se para participar dessa votação.

Em 2008, muitos jornalistas estrangeiros da BBC, CNN, Reuters, AP, entre outras, foram proibidos de cobrir as eleições.