No século XIX o país foi dominado e dividido entre britânicos e turco-otomanos, após a abertura do Canal de Suez em 1870. Na antiguidade foi chamada por gregos e romanos de “Arábia Feliz”, em referência às suas vastas riquezas naturais. O Iêmen é muito dependente das suas reservas de petróleo, que correspondem a cerca de 25% do PIB do país. A agricultura é muito favorecida pelas constantes chuvas.
Ali Abdullah Saleh assumiu a Presidência em Sanaa, capital do então Iêmen do Norte, em 1978, aos 36 anos. Como presidente, Saleh tentou levar adiante o seu principal objetivo – o de unificar o norte e o sul do território, governado, desde 1967, por um regime marxista aliado da União Soviética. A unificação ocorreria em 1990, depois do fim da Guerra Fria.
Apesar de hoje serem o mesmo país, os dois Iêmen não compartilharam a mesma história recente. O norte era parte do Império Otomano e conquistou a independência depois da Primeira Guerra. Era governado por uma família de imãs de uma dinastia da corrente Zaidi do islamismo, próximo dos xiitas. Em 1962, foram derrubados por militares iemenitas inspirados pelo egípcio Gamal Abdel Nasser. Os arabistas, apesar de controlarem Sanaa, lutaram uma longa guerra civil contra os antigos monarquistas, que contavam com o apoio de Riad. O sul teve uma história distinta, sempre ao redor do porto de Aden, no oceano Índico, controlado pelos britânicos desde 1839. A independência do sul, há 42 anos, levou ao poder grupos que instalaram o único regime marxista no mundo árabe.
As economias também eram distintas. O sul, justamente devido à presença de Aden, por décadas se baseou no comércio marítimo. Com o comunismo, se tornou dependente da União Soviética. O norte tinha o café como produto predominante na sua pauta de exportações, mas decaiu com as guerras civis e secas nas últimas décadas. O PIB também recebia boas contribuições de trabalhadores iemenitas baseados em países do golfo Pérsico.
Líder da unificação, Saleh, governou a economia mais pobre de todo o mundo árabe, com uma renda per capita inferior à da Faixa de Gaza. Para complicar, as reservas de petróleo estão secando e os iemenitas enfrentam dificuldades para diversificar a economia. Uma das esperanças para melhorar as finanças do país são as descobertas de gás na região de Marib. Na política externa, Saleh se aliou à Arábia Saudita para combater os o grupo Houthis, no norte do país. Também enfrenta problemas antigos com separatistas no sul.
No início de 2011, houve revoltas e manifestações populares pró e contra Ali Abdullah Saleh, que governava o país há 32 anos. As eleições para presidente foram realizadas em fevereiro de 2012 com sucesso.
A Constituição declara que o islamismo é a religião do Estado e que a Sharia (lei islâmica) é a fonte de toda a legislação. Muçulmanos e seguidores de outros grupos religiosos que não sejam o Islã são livres para adorar de acordo com suas crenças, no entanto o governo proíbe o proselitismo e a conversão de muçulmanos a outras religiões.
O emprego da sharia é mais comum na região norte do país, onde os muçulmanos são mais conservadores. A perseguição contra os muçulmanos que abandonam o islamismo é perpetrada principalmente pela família e pela sociedade.
No Iêmen, é comum o cultivo do “khat” . Quando suas folhas são mastigadas ou utilizadas em chás, produzem um efeito alucinógeno. Diz-se que é o vício em khat que paralisa a população iemenita, mergulhada em miséria e pobreza. A planta chamada de khat recebeu inúmeros nomes, como qat e ghat no Iêmen, qaat e jaad na Somália, chat na Etiópia e miraa no Quênia e na Tanzânia. O khat vem sendo cultivado para o uso como estimulante por séculos no Chifre da África e na península Arábica. Lá, o hábito de mascar o khat é mais antigo que o hábito do café, sendo utilizado num contexto social similar. Suas folhas frescas são mascadas ou, mais raramente, secas e consumidas na forma de um chá, para atingir um estado de euforia e estímulo.