No Brasil, a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens, de 19 a 45 anos, aumentou pelo menos 30% nos últimos 25 anos. O crescimento é maior do que o da média da população. As maiores taxas se revelam na região sul do Brasil, a mais desenvolvida e a menos cristã evangélica. A manchete da capa da revista norte-americana Newsweek de 03 de junho de 2013 foi “A epidemia de suicídio”. A reportagem destaca que este ano os Estados Unidos poderão atingir a maior taxa anual – 40 mil pessoas. Isso atinge todas as classes sociais, pois na última semana, houve o registro de uma tentativa da filha de Michael Jackson, Paris Michael Katherine Jackson.
A curva ascendente vai contra a tendência observada em países da Europa ocidental, nos Estados Unidos, na China e na Austrália. Nesses lugares, o número de jovens suicidas vem caindo, ao contrário do que acontece no Brasil, aponta um estudo da University College London publicado no periódico “Lancet” no ano passado. Porém, na última década, a taxa de suicídios entre adultos de 45 a 64 anos, aumentou 30%. O problema é mais grave entre mulheres adultas com um salto de 60% na última década.
Na década de 1990, a taxa de suicídios aumentava em todos os países do mundo, e a OMS [Organização Mundial da Saúde] lançou um programa de prevenção. Os países que fizeram campanhas de esclarecimento conseguiram baixar os números. É importante falar do assunto”, diz o psiquiatra Neury Botega, da Unicamp. O tema é tabu até para profissionais de saúde. Nos registros do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), aparece como “mortes por lesões autoprovocadas voluntariamente”. Um longo eufemismo, segundo Botega. Evita-se a palavra, mas o problema se perpetua.
Muitos estudiosos acreditam que a real taxa de suicídos é 30% maior devido ao pequeno número de autópsias em relação ao uso de venenos e pílulas em excesso.
O suicídio assistido, prática em que uma pessoa portadora de doença terminal ou deficiência grave recebe auxílio para pôr fim à vida, é legal na Suíça há décadas.
Nos últimos anos, Zurique vinha ganhando atenção pelo trabalho de organizações não governamentais que praticavam o suicídio assistido. Muitos dos “clientes” das organizações eram estrangeiros, principalmente da Alemanha e da Grã-Bretanha, países nos quais a prática é proibida.
A cada 15 minutos, alguém no Japão se mata, o que torna o suicídio a principal causa da morte de homens entre 20 e 44 anos e mulheres entre 15 e 34 anos. São cerca de 90 casos por dia e mais de 30 mil por ano, segundo levantamento do governo. A média anual é duas vezes maior do que nos Estados Unidos por exemplo.
Entre os países desenvolvidos , o Japão tem os maiores índices de suicídio. Mas o país fica atrás de Lituânia, Coreia do Sul, Cazaquistão e Belarus na lista mais recente da Organização Mundial da Saúde de países com maior número de suicídios por 100 mil habitantes.
Republicou isso em Revista Ciclo Geográfico.