As operações de crédito realizadas por governos estaduais e prefeituras em 2009 e em 2010, com autorização do Ministério da Fazenda e do Senado Federal, bateram recorde e atingiram R$ 18,77 bilhões, com um crescimento de 215% em relação aos dois anos anteriores, quando ficaram em R$ 5,96 bilhões, de acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

A maior operação de crédito feita de 2009 a 2010 foi para o Estado de Goiás, que obteve R$ 3,898 bilhões. Desse total, no entanto, R$ 3,728 bilhões foram concedidos pela Caixa Econômica Federal para o pagamento de dívidas da Companhia Energética de Goiás (Celg). Ou seja, não foram utilizados em investimentos. Outros R$ 170,59 milhões foram concedidos a Goiás pelo BNDES, no âmbito do PEF.
Em julho de 2010, a prefeitura do Rio de Janeiro foi autorizada a fazer uma operação de crédito com o Banco Mundial, no valor de R$ 1,045 bilhão, destinada à reestruturação e recomposição do principal de suas dívidas renegociadas com a União. Com essa operação, o Rio reduziu o seu custo de endividamento e ampliou o espaço para novos empréstimos.

Nos últimos dois anos, o Estado de São Paulo foi beneficiado com operações de crédito no montante de R$ 2,65 bilhões. Os recursos obtidos foram utilizados pelo governo paulista em investimentos de infraestrutura e na aquisição de máquinas, equipamentos e veículos, entre outras destinações. Em 2009 e 2010, o Estado do Rio de Janeiro foi autorizado a contratar operações de crédito no montante de R$ 1,9 bilhão, enquanto o governo da Bahia ficou com R$ 1,3 bilhão.

dívida cidade São PauloA propósito, Sttephen Kanitz deu uma entrevista sobre o crescimento exponencial da dívida pública da cidade de SP, que deve chegar a R$ 250 bi, nas próximas 2 gestões. Segundo ele, essa deveria ser a principal pauta da disputa eleitoral de 2012, pois, se nada for feito, o aumento de impostos e o corte de gastos públicos para resolver tal problema tornaria a vida na cidade inviável.

Em 2007 e 2008, os Estados e municípios foram autorizados a fazer operações de crédito no montante total de R$ 5,96 bilhões, de acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional. A rigor, o governo federal começa a facilitar a obtenção de empréstimos por parte de governadores e prefeitos a partir de 2008, quando as operações atingiram R$ 5,5 bilhões. Em 2007, elas ficaram em apenas R$ 488,3 milhões.
Este ano, as operações de crédito deverão continuar em ritmo intenso, principalmente para as 12 cidades-sede da Copa de 2014 e respectivos Estados. O CMN autorizou o BNDES a abrir linha de financiamento de R$ 4,8 bilhões para a construção dos estádios, e de R$ 8 bilhões para projetos de mobilidade social. Muito pouco desses recursos foi liberado até agora.

Apenas em projetos de infraestrutura civil, que incluiu principalmente construção de estádios, melhoria dos aeroportos e adequação urbana, o Brasil receberá R$ 33 bilhões, valor que corresponde ao dobro dos investimentos feitos na África para a Copa de 2010. O levantamento também revelou que 78% dos investimentos deste setor serão provenientes dos cofres públicos.  Mas qual é o problema do modelo? Ele não utiliza capital privado para evita o endividamento da União, estados e municípios.

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