“É nos períodos de expansão acelerada, e não de estagnação, que se deve praticar a austeridade”, disse John Keynes em 1937. A crise na Europa força os jovens europeus a buscar empregos em países emergentes onde haja a presença de multinacionais, tomando os melhores empregos. Esta ação pode encontrar receptividade de governos alinhados com partidos de mesma orientação o que pode resultar num crime lesa-pátria.
A Mídia tem bombardeado a sociedade brasileira pretendendo provar que existe um apagão de mão-de-obra. Mas isso é uma falácia. Sabemos que uma pequena parcela da população brasileira possui nível superior o que produziu uma dívida que pode ser abatida conforme haja recursos para formação e capacitação. Por muito tempo fomos tratados como Colônia, agora precisamos alimentar nossos filhos, permitindo que novos recursos cheguem para produzir mais prosperidade sustentável.
Um governo que adota política de cortes numa economia em depressão faz a queda ser pior; a austeridade deve esperar até que a recuperação esteja bem encaminhada. Segundo o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Oliver Blanchard, o período de recuperação da economia mundial após a crise financeira originada em 2008 pode durar ao menos uma década. Divagando sobre suas preocupações quanto a persistente crise na zona do euro e as dívidas de Estados Unidos e Japão, Oliver Blanchard afirmou: “seguramente, o período de crise durará pelo menos uma década desde o seu início em 2008 até o momento no qual a economia mundial volte a apresentar uma forma decente.
Outros dados catastróficos demonstram que o número de desempregados na Europa já ultrapassa a barreira de 25 milhões de pessoas – com 18 milhões residindo nos países da zona do euro mais afetados pela crise. A taxa de jovens sem emprego na Espanha e na Grécia é particularmente alta: respectivamente 52,90% e 55,40%, de acordo com a Eurostat.
Para George Soros, “a sobrevivência da Grécia” não resolve o debate sobre o futuro do euro, já que o verdadeiro campo de batalha é constituído por Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha.
Além de Soros, um dos maiores críticos da atual situação da Europa é o economista e prêmio Nobel Paul Krugman. Em artigo para o Wall Street Journal, Krugman disse que o problema da região é a “arrogância das elites, isto é, das elites políticas que levaram a Europa a adotar uma moeda única muito antes de o continente estar preparado para uma experiência desse tipo”.
Em Portugal, 34% das pessoas consideram que o euro teve um efeito negativo na economia, mas apesar disso, querem manter-se na zona euro. Apenas 20% gostaria de regressar ao escudo. Parece óbvio, ruim com o euro, pior sem o euro.
De acordo com o inquérito da Transtlantic Trends, Portugal é assim o país onde mais pessoas têm má opinião sobre a moeda única mas querem mantê-lo, logo seguido da França (33%), Espanha (30%) e Itália (30%). Os países que não fazem o dever da casa, temem sair do euro. Estes países viveram sob opulência de governantes, gastos públicos financiados pela opressão de colônias, guerras oportunistas e perseguições religiosas.
Todavia, o campeão da perceção negativa sobre o euro é o Reino Unido (89%), seguido da Suécia (84%) e da Polónia (71%), todos países que se encontram fora da “eurolândia”
Por outro lado, são também os países mais em dificuldades que apresentam taxas mais elevadas de desacordo em relação à gestão da crise pelos seus governos (65% em Portugal), sendo também o nosso país aquele que tem uma perceção negativa do sistema económico, no sentido de que a maioria dos benefícios reverte em favor de uma minoria (90%). Nesta visão, é seguido de perto pela Itália (89%), Bulgária (86%) e Eslováquia (85%).