Faz alguns anos usava esta teoria no evangelismo pessoal, sem conhecê-la. Usava especialmente com meus colegas espíritas, doutrina elaborada através do “jeitinho” brasileiro, que admite novas chances de vida.
A Aposta de Pascal, criada por Blaise Pascal, longamente apresentada no livro “Penseés”, não é um argumento direto da existência de Deus. Pascal explicou que a crença em Deus não é uma decisão. Você não pode acordar uma manhã e declarar: “Hoje acho que decidirei acreditar em Deus.” Você acredita ou não acredita. A decisão, portanto, é se você optará por agir de um modo que leve a acreditar em Deus, como viver entre pessoas devotas e seguir uma vida de “água benta e sacramentos”. Quem seguir esses preceitos estará apostando na existência de Deus. Os que não quiserem se dar a esse trabalho estarão apostando que Deus não existe. O único meio de optar entre uma aposta na existência de Deus e uma aposta em que Deus não existe ao longo daquela distância infinita do jogo de cara ou coroa de Pascal é decidir se um resultado em que Deus existe é preferível – mais valioso em certo sentido – a um resultado em que Deus não existe, embora as probabilidades possam ser apenas de 50-50. Essa visão é o que conduz Pascal rumo a uma decisão – uma opção em que o valor do resultado e a probabilidade de sua ocorrência diferirão porque as conseqüências dos dois resultados são diferentes.
Em 1642, antes dos 19 anos, num esforço para ajudar seu pai nos cálculos e recálculos exaustivos e infindáveis, sobre taxas devidas e pagas, Pascal construiu uma calculadora mecânica capaz de adicionar e subtrair: Calculadora de Pascal ou a Pascaline. Mais tarde, com Pierre de Fermat, estudou a teoria da probabilidade, influenciando o desenvolvimento da economia moderna e ciências sociais.
É um argumento que poderá ser considerado calculista, a favor de um comportamento humano de acordo com a existência de Deus, seguindo a “razão do coração”. Este argumento tem mais ou menos o conteúdo que se segue:
- Se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, será beneficiado com a ida ao paraíso.
- Se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, não terá perdido nada.
- Se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, não terá perdido nada.
- Se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, você irá para o fogo eterno.
Caso Deus não exista, será indiferente se você levar uma vida devota ou pecaminosa. Mas suponha que Deus exista. Então, se você apostar contra a existência de Deus, recusando-se a viver uma vida de devoção e sacramentos, correrá o risco da danação eterna; o vencedor da aposta de que Deus existe tem a possibilidade da salvação. Como a salvação é claramente preferível à danação eterna, a decisão correta é agir com base na existência de Deus. “Para que lado nos inclinaremos?” A resposta era óbvia a Pascal.
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G/P
Jair