No Brasil, os estudos e pesquisas tem demonstrado que, em função do fast food, um novo padrão está se delineando, com prejuízos dos produtos da dieta tradicional. Na década de 70 foi realizado o Estudo Nacional da Despesa Familiar. O ENDEF, primeiro inquérito no território nacional, verificou que, guardadas algumas particularidades regionais, o hábito alimentar do brasileiro era muito semelhante de Norte a Sul do país. Além deste estudo, ao nível nacional, temos mais duas Pesquisas de Orçamento Familiar (POFs). A primeira realizada entre 1961 e 1963, e a segunda entre 1987 e 1988.

Mondini e Monteiro, analisando os dados destas três pesquisas chegaram a importantes conclusões a respeito do padrão alimentar da população urbana nas últimas três décadas. Pode-se dizer que mudanças que ocorreram não apenas nos países desenvolvidos mas, recentemente, até em outros países em desenvolvimento, o Brasil tem tendência em reduzir o consumo de cereais e tubérculos , de substituir carboidratos por lipídios de trocar proteínas vegetais por proteínas animais.

sobrepesoO sobrepeso é um grande problema que não para de crescer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1980 a obesidade mais do que dobrou no mundo todo, sendo que 65% da população mundial vive em países onde o sobrepeso e a obesidade causam mais vítimas do que a desnutrição.

Diante desse problema, a WIN Américas organizou a pesquisa Percepção e Realidade – Um estudo sobre a obesidade nas Américas, realizada em nove países do continente americano (Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Panamá e Peru), que representam 90% da população da região. No Brasil, a pesquisa foi conduzida pelo CONECTA, plataforma web do IBOPE Inteligência.

Segundo o estudo, apesar de 75% dos cidadãos das Américas desejarem realizar mudanças na sua alimentação, apenas 19% conseguem fazer essas alterações com sucesso. Os brasileiros são os mais dispostos: 89% mudariam seus hábitos alimentares. Os norte-americanos e canadenses aparecem na sequência, com 77% e 76%, respectivamente. Por outro lado, os mexicanos se mostram muito resistentes: 50% não querem mudar sua maneira de se alimentar.


De acordo com o estudo, as mulheres têm uma percepção mais crítica de sua saúde do que os homens: 67% delas se declaram saudáveis, percentual que sobe para 72% entre os homens. Eles, entretanto, têm mais dificuldades para enfrentar os problemas relacionados ao sobrepeso do que elas: 40% dos homens declaram estar acima do peso, porém, de acordo com seu IMC, (Índice de Massa Corporal) 52% têm sobrepeso de fato. Entre as mulheres as percepções se invertem: 46% dizem estar com sobrepeso, mas o cálculo do IMC mostra que, na realidade, 43% delas estão acima do peso.

Outro aprendizado retratado pela pesquisa é que a atividade física não tem forte presença na América Latina. Enquanto na América do Norte, onde estão os dois países com maior índice de declarações afirmativas de exercícios regulares (Canadá e Estados Unidos), 68% da população pratica exercícios regularmente (duas vezes por semana ou mais), nos países latino-americanos o índice cai para 41%, sendo que 31% não fazem nenhuma atividade (14% na América do Norte). Peruanos e panamenhos são os que menos se exercitam.

Na média do continente, 52% afirmam realizar exercícios físicos regularmente, 24% praticam atividades com uma frequência menor e outros 24% não se exercitam. A pesquisa foi realizada pelo IBOPE entre agosto e setembro de 2014, com 10.786 entrevistados de nove países do continente.

“Os resultados refletem uma situação preocupante: a população das Américas está com excesso de peso, mas não reconhece claramente que isso pode ser um problema. Alguns até entendem que precisam mudar seus hábitos alimentares e praticar exercícios, mas poucos realmente tomam uma atitude e acabam colocando sua saúde e bem-estar em risco”, diz a diretora executiva do CONECTA, Laure Castelnau.

percentage-of-obese-population-by-countryEstudo feito pelo Overseas Development Institute, um dos principais centros de estudo sobre desenvolvimento internacional da Grã-Bretanha, comparou dados de 1980 com dados de 2008, e verificou que na América Latina, por exemplo, o percentual de pessoas acima do peso recomendado era de 30% em 1980 e de quase 60% 18 anos depois.

As regiões do Norte da África, Oriente Médio e América Latina apresentaram grandes aumentos nas taxas de sobrepeso e obesidade, para cerca de 58% da população geral, um nível em pé de igualdade com a Europa.

Globalmente, o percentual de adultos que apresentavam sobrepeso ou obesidade – que têm um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25 – cresceu de 23% para 34% entre 1980 e 2008. Em números absolutos, isso representa um crescimento de 250 milhões de pessoas em 1980 para 904 milhões em 2008. Enquanto a América do Norte ainda tem o maior percentual de adultos com excesso de peso, 70%, regiões como a Austrália e sul da América Latina não ficam muito atrás, com 63%.

O maior crescimento em pessoas com sobrepeso ocorreu no sul da Ásia oriental, onde a percentagem triplicou a partir de um ponto de partida mais baixo, de 7%, para 22%. Entre os países, o relatório descobriu que a taxa de sobrepeso e obesidade quase dobrou na China e no México, e aumentou em um terço na África do Sul desde 1980.

 

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