Não é que o brasileiro trabalhe pouco. Trabalhamos mais horas por dia do que americanos e alemães. Ou seja, se considerarmos a produtividade por hora trabalhada, o quadro é ainda pior. Neste quesito, éramos o penúltimo de 30 países em 1950, somos o último de 52 países em 2012.
Quanto maior a quantidade de horas extras, menor a produtividade. Quanto maior o número de empregados, menor a produtividade. Portanto, deverá existir um ponto ótimo de produtividade em relação ao número máximo de empregados alocados por empreendimento (indústria ou construção), permitindo até 40 horas extras mensais como número aceitável.
Nosso problema é a eficácia questionável e a baixa eficiência. Eficácia é a medida de atingimento dos resultados desejados e eficiência refere-se à relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados.
Embora a proporção de pessoal com formação universitária na população economicamente ativa tenha aumentado desde 2003, o aumento na sua renda cresceu apenas 3%, enquanto a renda da população economicamente ativa em geral cresceu 19%. Isto se deve a vários fatores: formação em carreiras que não têm procura, proliferação de cursos de baixa qualidade, etc. Assim , temos pessoas tituladas trabalhando em profissões que nada têm a ver com sua formação e que exigem baixa qualificação. Outro fator é que o brasileiro apresenta uma inapetência geral por carreiras técnicas. Somos uma nação de bacharéis e humanistas.
Outro valor que nos atrapalha na competição internacional é o paternalismo que está por trás do tamanho e da ineficiência da máquina pública em que a maioria busca emprego sem grande trabalho. O paternalismo também se expressa quando as pessoas esperam que o seu próprio desenvolvimento seja uma atribuição do Estado ou das organizações e não assumam a responsabilidade pela própria educação.
Entre 1950 e 1980, o PIB cresceu, em média, 7,4% ao ano . A decomposição dessa alta revela que a produtividade foi crucial, respondendo por 58% do crescimento do período, enquanto o aumento populacional foi responsável por 40% do crescimento.
Entre 1980 e 2000, período das “duas décadas perdidas” em que PIB alcançou média de 2,1% ao ano, a equação foi outra.O aumento da população respondeu por nada menos do que 88% do avanço do PIB, enquanto a contribuição da produtividade foi negativa.
Nas projeções feitas para os próximos anos, a perda de força dos componentes demográficos na composição do PIB fica patente, especialmente diante do esgotamento do fenômeno conhecido como “bônus demográfico” – período em que a população ativa é, proporcionalmente, mais numerosa dentro da população total.
Assim, um crescimento médio anual de 3,3% do PIB entre 2010 e 2020 exigiria uma contribuição da 60% da produtividade. Se a…
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