Considerado o maior arquipélago do mundo, a República da Indonésia possui mais de 17 mil ilhas, das quais apenas 6 mil são habitadas. Todas possuem belíssimas paisagens de areias brancas e uma rica fauna e flora bem diversificada. O pais é transcontinental, pois está situado entre os continentes da Ásia e Oceania. A Indonésia tem uma população de mais de 215 milhões de pessoas com mais de 200 grupos étnicos.
Em 1945, sob a liderança de Sukarno, a Indonésia tornou-se independente. Entre 1965 e 1998, o General Suharto assumiu o poder, instalando a “Nova Ordem”. No final do século XIII, com a chegada de comerciantes-piratas de Gujarat (hindus convertidos pelos persas) a influência do Islão Sufista tornou-se na religião dominante. Em 1414 Malaca já tinha um príncipe muçulmano. Em 1998, Suharto saiu do poder. A Indonésia pós-Suharto tem caminhado no sentido dac implantação da democracia. O poder tem sofrido transformações e em 2004 tiveram lugar as primeiras eleições presidenciais diretas.
O mais populoso País islâmico do mundo vive um tempo de maiores limitação à liberdade religiosa. Toda uma série de sinais aponta para uma asfixia da liberdade de culto. Em primeiro lugar a condenação no último dia 15 de junho a dois anos e meios de cárcere por um ateu declarado, Alexander Na, com a acusação de blasfêmia e de ateísmo público. Mas não só: na área de Aceh a imprensa informa o fechamento forçado de pelo menos vinte igrejas cristãs, enquanto em West Java aumentam as intimidações e restrições de outra Igreja, a HKBP Filadélfia, localizada em Bekasi.
A Indonésia reconhece cinco religiões, de acordo com a “Pancasila” a ideologia estatal: isto é, o islã, cristianismo, budismo, hinduísmo e confucianismo. Pancasila é uma palavra originada do sânscrito que significa cinco (Panca) princípios (Sila).
Mas se exige aderir a uma das confissões reconhecidas; e assim os seguidores de outras religiões, que não entram na Pancasila, e naturalmente os ateus e os agnósticos declarados encontram-se numa posição delicada, mais vulneráveis dos outros às acusações de blasfêmia e, em geral, a serem atacados. A situação parece assumir particular gravidade na área de Aceh, na província de Sinhkil, onde 20 igrejas cristãs foram fechadas e provavelmente serão derrubadas pelas administrações locais.
Em 2002 Timor Leste tornou-se independente após 27 anos de ocupação. Isto ocorreu graças a pressão da ONU para ajuda pelo FMI. Foi também o ano em que Bali sofreu um ataque terrorista, morrendo 202 turistas. Neste ataque as autoridades indonésias prenderam o líder espiritual do grupo Jemaah Islamish (JI), o clérigo muçulmano Abu Bakar Ba’asyr.
Em Dezembro de 2004, mais de 220 000 pessoas morreram e/ou desapareceram por causa
do Tsunami, cuja origem teve lugar na costa de Sumatra .
A denúncia foi feita no Parlamento indonésia por Eva K. Sundari, membro da 3ª Comissão dos Direitos Humanos, que declarou que 20 templos que pertencem a uma confissão pentecostal, a United North Sumatra Alliance, foram fechados. A solução legal para este impasse está na pouca clareza legislativa; de acordo com a lei é preciso ter pelos menos 90 assinaturas para apresentar um pedido, e segundo outra, 150. Mas, sobretudo, é necessário pelo menos 60 cidadãos de credos diferentes manifestem aprovação. E visto que um decreto local, aprovado pelos imãs, proíbe aos islâmicos de aprovarem lugares de culto que não sejam mesquitas, as administrações locais, pressionadas pelos radicais, tem carta branca para fechar e demolir. E o risco de fechamento atinge também um lugar “histórico” a Pakpak Dairi evangélica, fundada em 1932.
Em 2004, o número de crentes muçulmanos era de 88,22% (a maior parte sunitas e 100 000 xiitas), seguiam-se os protestantes com 5,87%, os católicos com 3,05%, os hindus com 1,81%, os budistas com 0,84% e 0,2% da população pertencia a outras crenças.
Apesar da firmeza do “modelo”, a ascensão de certa intolerância vem acompanhada de uma inquietante permissividade, ou até de certa cumplicidade por parte das mais altas autoridades, preocupadas em não se isolarem dos meios ultraconservadores. “O presidente Susilo Bambang Yudhoyono não se mostra firme o suficiente contra os grupos militantes radicais”, acusa Jajang Jamaludin, redator-chefe de um website e presidente da Aliança dos Jornalistas Independentes.
Em 2008, o governo promulgou um decreto que restringia a liberdade de culto da seita muçulmana dos ahmadiyas, considerada herética pelos ortodoxos. No mesmo ano, uma lei contra a pornografia mostrou que o chefe do Estado pretendia dar garantias aos defensores da moral.
Prova dos desacordos entre a opinião pública, uma pesquisa conduzida pela Universidade Islâmica de Jacarta mostrou, em 2007, que 85% das pessoas entrevistadas se declaravam a favor de uma república baseada na pancasila e não no islamismo. Mas 62% desses mesmos entrevistados eram contra a eleição de um não-muçulmano para a presidência da República, e 52% se disseram contrários à construção de igrejas em seu bairro.