No meu livro MISSÃO DA IGREJA: dimensões e efeitos fiz as seguintes observações: “Mais estrutura, mais poder. Menos estrutura, menos poder. Nenhuma estrutura, nenhum poder. Refiro-me ao modelo de Inácio. E lembre-se: poder não é dinheiro. Poder é terra e gente. A igreja católica é o exemplo como a hierarquia na igreja torna as pessoas adeptas, porém não atendidas. Muitos brasileiros respondem que são católicos, mas vão à igreja em eventos especiais como casamentos e festas religiosas.

A estrutura católica romana se tornou pesada e centralizadora. Algumas igrejas neo-pentecostais utilizam estrutura semelhante para facilitar a migração de cristãos vindos do catolicismo, acostumados com pouca interferência da igreja na vida pessoal e familiar.  Algumas funcionam quase como uma empresa. Por vezes, temos dificuldade de discernir a separação da igreja e da empresa.

Perceba que alguns conceitos da vida empresarial são possíveis de aplicação, com a devida adaptação, no campo eclesiástico. Muitos problemas acontecem quando os líderes resolvem adotar, sem adaptar, os conceitos de liderança do mundo dos negócios. Tem gente usando conceitos do livro Art da Guerra, de Sun Tzu, para a igreja!

No meu livro eu destaco: “Existe uma diferença muito grande em ser um líder capaz ou ser um líder capacitador. O líder capaz é aquele que sabe fazer tudo e é centralizador. Ele normalmente não se dedica ao discipulado, nem em ajudar as pessoas a descobrirem o seu lugar no Reino de Deus, não trabalha em equipe, não desenvolve relacionamentos saudáveis com seus liderados e muito menos se dedica ao trabalho de capacitá-los a servir com excelência. Já o líder capacitador é radicalmente diferente. Basta dar uma olhada no que a Bíblia diz sobre isso.

Veja o que Paulo fala aos líderes de Éfeso: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.” (Efésios 4.11-16)

Paulo era um apóstolo dinâmico. Plantou dezenas de igrejas e alcançou regiões extensas. Mas não realizou sozinho. Ela mantinha uma rede de suporte apostólico em parceria com as igrejas. Ele treinava jovens como Timóteo e Tito para supervisionar as igrejas que escolhiam sua própria liderança. Em alguns casos, eles designavam os presbíteros. A fórmula não era única. Mas a estratégia de delegar autoridade era a mesma.

George Barna afirma: Nada é mais importante que a liderança. Mesmo que outros afirmem que mais importante é santidade, ou retidão de caráter, ou compromisso com Cristo, nunca houve qualquer movimento significativo e bem-sucedido, revoluções ou outros sistemas, que não tivessem à sua frente lideres fortes e de visão, liderando o caminho da mudança em pensamento, palavra e ação.

Poucos são os pastores que tem uma filosofia de ministério. Podemos definir filosofia de ministério como um conjunto de diretrizes e princípios básicos tanto para a igreja como para o pastor que deve servir de orientação no desenvolvimento da igreja e do ministério.