A terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que indica o comportamento leitor do brasileiro em todas as regiões do país, indica que o brasileiro lê, em média, quatro livros por ano, entre literatura, contos, romances, publicações religiosas e didáticas. Das quatro leituras, apenas duas são completas, enquanto a outra metade fica pelo caminho.

O levantamento, realizado entre junho e julho de 2011, foi divulgado ontem, em Brasília, pelo Instituto Pró-Livro (IPL). O estudo foi feito com o apoio da Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

De acordo com a presidente do IPL Karine Pansa, os dados podem ser considerados bons, uma vez que o mercado editorial brasileiro está aquecido.

— Muitos fatores têm contribuído para conscientizar a população sobre a importância do hábito da leitura, como a queda constante nos preços, o aumento do poder aquisitivo, principalmente da chamada nova classe média, que reflete na melhora do percentual de aquisições de obras registrado pela pesquisa, de 45% em 2007 para 48% em 2011, e o crescimento das novas tecnologias, como os e-books, que apresentam mais familiaridade com os jovens — analisa Karine.

Quantidade de leitores

Hoje, 50% da população brasileira é composta por leitores — isto é, gente que leu ao menos uma obra, inteira ou em partes, nos últimos três meses —, o que representa cerca de 88,2 milhões de pessoas. A pesquisa ainda apontou que a leitura é mais comum entre as mulhres (53%) do que entre os homens(43%).

Considerando-se apenas os últimos três meses, período que o IPL determinou como mais fácil para a lembrança no ato da entrevista do que se leu, o brasileiro lê a média de 1,85 livros, sendo que a maior parte deste número (1,05) são os escolhidos por iniciativa própria e o restante (0,81) os indicados pela escola. Separando apenas os leitores, a média no mesmo período é de 3,74.

A leitura entre os estudantes


Quando abordados apenas os estudantes (64% da população ou 114 milhões de pessoas), o nível chega a 3,41 exemplares nos últimos três meses. Do índice total, 2,21 livros são indicados pelas escolas e divididos em 1,72 didático e 0,49 de literatura.

Os alunos também revelaram que leem 1,2 livro por iniciativa própria, dividido entre literatura (0,47), bíblia (0,15), livros religiosos (0,11) e outros gêneros (0,47).

Leitura e ascensão econômica

Outro dado apontado revela que para 64% dos entrevistados “ler bastante pode fazer uma pessoa vencer na vida e melhorar sua condição socioeconômica”.

— Apesar de os indicadores apresentarem uma redução no número de leitores, se aprofundarmos a análise dos resultados percebemos indicadores que mostram uma melhor qualidade nessa leitura, com um crescimento no número de pessoas que afirmaram ler mais hoje do que em relação à última pesquisa — reforça Karine.

A pesquisa mostra que aproximadamente 49% das pessoas leem mais hoje do que em 2007, quando esse número era de 40%. A bíblia ainda aparece em primeiro lugar entre o tipo de leitura, seguido de livros didáticos, romances, demais livros religiosos, contos e literatura infantil. Além disso, 55% dos entrevistados afirmaram que a motivação para ler vem da atualização cultural e de conhecimentos gerais.

Professores se tornaram os principais incentivadores

Os professores passaram do segundo para o primeiro lugar entre os que mais incentivam a leitura, ultrapassando a importância das mães como responsáveis por despertar o interesse pelos livros.

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