A mulher hebraica não cogitaria em hipótese alguma adentrar no Templo (ou mais tarde sinagoga) sem cobrir suas cabeças. Esta prática é simplesmente passada pela Igreja (isso é passado também nas Igrejas orientais ortodoxas).
Minha intenção não é defender o uso do véu por motivos religiosos ou culturais. Porém, buscar entender as raízes da utilização do véu pelas mulheres muçulmanas e pertencentes a outros grupos religiosos.
O uso do véu, aconselhado por Paulo numa das suas Epístolas, representou o reclamar para si de um direito próprio das elites: as mulheres cristãs querem o uelum matronale, símbolo tradicional da pudicitia da mulher casada em iustae nuptiae e marca de estatuto social. Ao contrário do que frequentemente se pensa, hoje para estas mulheres, e para os cristãos em geral, o véu representava mais um sinal de liberdade e de promoção social do que um objecto redutor e símbolo da submissão da mulher ao homem.
1Cor 10-15. O uso do véu tornava todas as mulheres iguais em dignidade. É mecanismo de opressão, dado o exemplo bastante mediatizado do que ocorre em determinadas comunidades muçulmanas. A opinião ocidental sente-se chocada com o hábito do véu no mundo islâmico, mas pontualmente vemos mulheres muçulmanas atestar que, para elas, o véu é não só um símbolo da cultura de origem (o caso das emigrantes muçulmanas em França), como uma garantia de liberdade de circulação.


Há um equívoco na citação das Igrejas Ortodoxas. O uso do véu permanece. Ele não é uma lei, e sim uma representação do sagrado e uma tradição muito viva na Igreja. As mulheres têm a liberdade de não usá-lo, mas o seu uso é maiormente praticado do que omitido. Leia, por favor este artigo: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/fe_crista_ortodoxa/o_uso_do_veu_na_igreja_ortodoxa.html
Grato pela correção, padre Mateus.
Li o artigo recomendado e vou estudar mais o assunto. Busquei trazer nova luz sobre o costume diante das restrições impostas na França. Recentemente, estivemos em Israel e encontramos várias caravanas e locais preservados de igrejas ortodoxas.
Graça e Paz,
Jair Walter