Segundo a Enciclopédia Britânica, Baal foi, primariamente, um deus-sol. Representado com um relâmpago numa das mãos o que o tornou similar ao deus Thor dos vikings. Era adorado em diversas cidades cananéias. Baal-zebul (deus da alta casa) tinha um oráculo em Ecrom que foi consultado pelo rei Azarias (2 Reis 1:2-3). Mais tarde o nome foi corrompido para baal-zebub (deus das moscas). Baal-Peor era um deus moabita que seduziu os israelitas conforme Números 25:1-3,5, sendo citado no Salmo 106:28.
- 1 E ISRAEL deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. 2 Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses.3 Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel.5 Então, Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os homens da sua tribo que se juntaram a Baal-Peor.
- 28 Também se juntaram a Baal-Peor e comeram os sacrifícios dos ídolos mortos.
A imagem de bois ou bezerros fazia grande parte da arte e religião do Antigo Egito, Mesopotâmia, Ásia Menor, Fenícia e Síria. Para estas nações, o boi ou novilho representava força, e fertilidade, e por isso, era considerado como um deus. Em várias regiões do Egito seu nome variava: em Mênfis era conhecido como Ápis; em Heliópolis como Mnevis, e na região de Gosén como Horus. Em Canaã, Fenícia e Síria, a imagem era identificada com o deus Baal ou Hadade. Existem duas menções sobre a construção de bezerros de ouro nas Escrituras, a primeira é feita no segundo livro do Pentateuco, o Êxodo (32.1-8).
A passagem registra como Israel depois de três meses de sua saída do Egito pediu a Arão para fazer um deus que eles pudessem ver, ou seja, a materialização do Deus a quem eles tinham ouvido 40 dias antes ditando-os o Decálogo (Ex 20). Enquanto Moisés recebia a Lei de Deus no Sinai, o povo que havia dito: “Fale tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos” (Ex 20.19), pede a Arão: “Faze-nos deuses, que vão adiante de nós…” (Ex 32.1). Por causa da insistência do povo, Arão recolheu os pendentes de ouro, ou seja, os brincos das orelhas das mulheres, e com isso construiu o bezerro de fundição (Ex 32.2-4). Segundo os costumes pagãos de todas as nações vizinhas, o culto aos deuses era seguido de orgias, ritos lascivos, danças, sacrifícios humanos, tortura própria, prostração e beijos na imagem adorada (I Rs 18.28). Israel não foi uma exceção a estes costumes tão vís. A voz de Deus para Moisés no monte foi: “Desce, porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido” (Ex 32.6,7,19).
O Baal de Tiro era conhecido como Melkart, sendo trazido por Acabe para Israel. Charles Pfeiffer, no Comentário Moody, diz que era praticado o infanticídio. ( II Reis 16:3; 21:6; Jer 19:5). Era associado à fertilidade dos campos, não pelas chuvas, mas pelas águas subterrâneas (Os 2:8-13).
O deus dos Amonitas era Moloque (I Reis 11:5, 33;II Reis 23:13). Os Amonitas foram derrotados pelo juiz Eúde e posteriormente pelo juiz Jefté pois foram atacados. Moisés orientou os israelitas a evitar guerra contra os moabitas e amonitas, descendentes de Ló:
- O Senhor me disse: Vocês estão prestes a passar pelo território de Moabe, pela região de Ar, e vão chegar perto da fronteira dos amonitas. Não sejam hostis a eles, pois não darei a vocês parte alguma da terra dos amonitas, pois eu a entreguei aos descendentes de Ló. (Dt 2:17-19)
Os moabitas e amonitas não permitiram a passagem dos israelitas por questões de segurança interna.
Jetro, sogro de Moisés, foi sacerdote de Midian (Ex. 3:1; 18:1). Porém, encontraram um povo contrário e aguerrido.
- Números 31:7 Pelejaram contra os midianitas, como o SENHOR ordenara a Moisés,8 e mataram todo homem feito. Mataram, além dos que já haviam sido mortos, os reis dos midianitas, Evi, Requém, Zur, Hur e Reba, cinco reis dos midianitas; também Balaão, filho de Beor, mataram à espada.
O juiz Gideão, antes chamado Jeru-Baal, destruiu o altar conforme relato de Juízes 6:25-32. Ele liderou 300 homens a derrotar 120 mil midianitas. Após o feito, ele rejeitou a liderança permanente. Em Juízes 8:33 relata o retorno do culto a Baal em Siquém, antiga cidade de Ofra na tribo de Manasses durante um longo período de 40 anos de paz na terra (8:28):
- Morto Gideão, tornaram a prostituir-se os filhos de Israel após os baalins e puseram Baal-Berite por deus.
O rei Davi derrotou os filisteus no vale de Refaim conforme 2 Samuel 5:20 e I Cro 14:11. Parece que o profeta Isaías mencionou o evento no cap. 28:21.
- Então, veio Davi a Baal-Perazim e os derrotou ali; e disse: Rompeu o SENHOR as fileiras inimigas diante de mim, como quem rompe águas. Por isso, chamou o nome daquele lugar Baal-Perazim.
- Porque o SENHOR se levantará, como no monte Perazim, e se irará, como no vale de Gibeão, para realizar a sua obra, a sua obra estranha, e para executar o seu ato, o seu ato inaudito.
O rei Salomão chegou a edificar altares para fazer aliança com os moabitas e amonitas, conforme I Reis 11:7:
- Então, edificou Salomão um alto a Quemos, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque , a abominação dos filhos de Amom.
Muitos estudiosos opinam que o fogo de Javé durante o confronto do Monte Carmelo (I Re 18:38) foi um relâmpago entre os quais Jan Ruthven, autor de A note on Elijah´s “Fire from Yaweh”. Para Ruthven a combinação de pedra e madeira molhadas e o cume do monte Carmelo propiciaram a descarga atmosférica localizada. O narrador bíblico, porém, indica que o dia estava claro (VS. 41-44). O culto a Baal tinha a preferência por lugares altos (I Re 14:23). O profeta Elias utilizou um novilho devido ao mito cananeu e, após a intervenção de Deus, decretou a morte dos falsos profetas no rio Quisom (1 Reis 18:33,40):
- 33 Então armou a lenha, e dividiu o novilho em pedaços, e o pôs sobre a lenha, e disse: Enchei de água quatro cântaros, e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. 40 Disse-lhes Elias: Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um deles escape. Lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.
Sobre Baal dos cananeus:
http://quem-escreveu-torto.blogspot.pt/2009/04/seculo-xiii-aec-canaa-ugarit-o-epico-de.html
Saudações
Grato Paulo Ramos pela contribuição.
Deus abençoe vc e sua família.