Quando me refiro ao termo evangélico, quero indicar o cristão comprometido com os princípios bíblicos na sua vida pessoal, familiar, congregacional e nos seus negócios ou trabalho.

Em 1981, quando me converti na PIB de Irajá, o crente era chamado de “bíblia”. Deus sabe como foi difícil o relacionamento com a minha família. Muitos parentes deixaram de falar comigo. Mas, com o tempo, minha mãe se converteu. Depois veio meu irmão e, finalmente, meu pai se converteu. Se em 1981 encontrasse um Brasil evangélico, não passaria por tantas dificuldades. Listo as seguintes razões:

1. O Brasil expressaria sua arte para louvar a Deus. Mais samba, menos carnaval, maracatu e boi-bumbá. Lendas e mitos que ainda amedrontam e escravizam pessoas pelo Brasil. Recentemente, a música do Regis Danese tornou-se um hit nacional. Claro, que é difícil ver centenas de casais cantando e chorando a música com um copo de cerveja na mão. O que já fez com que líderes evangélicos corressem para liberar o povo declarando publicamente que bebem vinho e cerveja.

2. O Brasil teria mais comunhão se fosse mais evangélico. O mau exemplo vem de Brasília com a fragmentação política que motiva e empurra os assuntos para pactos questionáveis. Como a igreja diminuiu sua comunhão com organizações secretas como a maçonaria, opus dei, e outras, ela está mais livre. Deu um susto nas últimas eleições em quem pensava que a conhecia.  E continuará na sua missão de libertar as pessoas e reconstruir a família. A família tem sido muito assolada nestes últimos anos. Para lhe dar um exemplo pessoal, quando fui transferido para trabalhar no Edifício-sede da Petrobras fui informado que o pregador do culto ecumêncio da Páscoa seria o rev. Neemias Marien. Questionei a gerência organizadora, dizendo que o referido pastor não mais representava o pensamento da maioria dos evangélicos do Brasil. Surpresa, a coordenadora argumentou não houve nenhum questionamento até então mas aceitaria sugestões. Então passei a tarefa para o grupo evangélico do Edise. Nunca mais o Marien voltou. Um Brasil evangélico não dará audiência a falsos profetas que corrompem o povo.

3. O Brasil seria mais mordomo das riquezas que contém em seu território. Começo pela distribuição de terras desde o Brasil colônia. Terra e gente é poder. O catolicismo já teve muito mais poder porque já perdeu muita gente. Perdeu! Por pouco, o petróleo brasileiro estaria nas mãos de alguns magnatas. Temos assistido tantas enchentes e deslizamentos porque os governos são incapazes de ordenar a ocupação do solo. Não sabe o povo que quando se decreta estado de calamidade em um município, seu governo pode contratar sem licitação o que quiser. Muitos governos de evangélicos trabalham e oram para que não aconteça calamidade na sua cidade. Outros governos pouco se importam.

4. O Brasil evangélico enfrentaria seus problemas reais. Gastaria menos com propaganda. Menos circo e mais pão. É verdade que cantores evangélicos participam desses circos em ano de eleição. Porém, o povo precisa de mais pão do que cevada para fabricar tanta cerveja. Aliás, foi um dos temas que John Wesley combatia na Inglaterra do início do século 20. A escravidão foi outro combate pois a monarquia assinou a lei áurea depois de perder centenas de navios negreiros. Temas que não eram muito abordados nos meus tempos de escola. Época de ditadura onde havia pouca liberdade e os materiais didáticos eram filtrados. Hoje, a Internet dificulta a vida de qualquer teocracia islâmica ou ditadura latino-americana.

5. O Brasil evangélico poderia testemunhar sua transformação para o mundo. Poderia orar agradecendo a Deus após uma conquista esportiva sem aturar o mau humor do Juca Kfouri e dos dinarmaqueses que acham seu país ótimo porque foram obrigados a ser luteranos e hoje, tem muito ateus. Aqui nenhum grupo social ou partido político teriam poder para extorquir verbas públicas para promover carnaval, passeatas gays e shows para o povo esquecer suas mazelas. Não haveria leis e normas que impedissem a liberdade de expressão e de culto como aconteceu desde 2009 pelas garras do Ministério Público (RJ) que recebe grandes verbas do governo do Estado do RJ.

Corremos o risco de deixarmos de ser um país católico para sermos um país sem religião, agnóstico. Para tanto, as igrejas evangélicas precisam ser fortalecidas, avaliadas e renovadas. Precisamos nos afastar da hierarquização e do mundanismo. Os líderes precisam responder se querem um Brasil evangélico pois isso trará enormes responsabilidades. Para chegar lá, os líderes e pastores precisam plantar novas igrejas e renovar as existentes. Parece que muitos pastores estão satisfeitos com o rebanho que possuem. Enquanto isso, o rebanho cresce rapidamente mas definha lentamente.