Atual presidente, candidato a um novo mandato, justifica promulgação do diploma sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O candidato presidencial Cavaco Silva considerou hoje que um presidente da República não deve atuar “exclusivamente com base nas suas convicções filosóficas e religiosas”, sob pena de ser “mau” chefe de Estado. Em declarações no «Fórum» da TSF, onde foi entrevistado, o atual presidente justificava a promulgação da legislação que permite, desde 2010, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

“Um presidente que actue exclusivamente com base nas suas convicções filosóficas e religiosas é um mau presidente, porque não cumpre uma função fundamental que a Constituição lhe atribui, que é garantir a unidade do Estado”, afirmou Cavaco Silva, Cavaco Silva afirmou que não quis “prejudicar Portugal” ou “desviar as atenções”, fazendo notar que o diploma, mesmo que vetado, teria sido depois confirmado no Parlamento.

A mais recente sondagem sobre as eleições presidenciais de 23 de janeiro de 2011,  divulgada pela TVI, atribui a Cavaco Silva 64,3% das intenções de voto, mais do que os 61,5% conseguidos no mês passado na anterior pesquisa da Intercampus para a TVI. Uma vantagem mais do que confortável sobre o segundo candidato, Manuel Alegre, que recolhe actualmente 20,7% das intenções de voto (em novembro tinha 26,1%).

“Uma coisa são as minhas convicções, outra coisa são os interesses superiores de Portugal”, precisou, frisando que não podia ter “ignorado o país”. As eleições para a presidência da República Portuguesa têm lugar no próximo dia 23 de Janeiro.