A felicidade pode ser medida? O Institute for Social Research, da University of Michigan, conduz periodicamente, o World Values Survey que é uma investigação em escala mundial de mudanças sócio-culturais, econômicas e políticas, resultado da união de pesquisas nacionais representativas das convicções e valores das pessoas em mais de 65 sociedades de todos os continentes, representando cerca de 80% da população mundial. Inclui amostras de sociedades com renda variando desde US$300 até US$30.000/ano, com longa tradição democrática ou com estados autoritários, e, ainda, sociedades com as mais diversas religiões existentes.
A pesquisa publicada na revista britânica New Scientist, em 2004, demonstrou que o povo mais feliz do mundo mora na Nigéria. México, Venezuela, El Salvador e Porto Rico estão classificados de segundo ao quinto lugar.
Os resultados mostraram que, no Brasil, as pessoas mais ricas e com emprego tem mais chance de ser felizes. Além disso, indivíduos casados se mostram mais felizes que os outros, na média. Para efeito de comparação, observamos muitas semelhanças ao analisarmos os resultados de outros países. Com exceção do Japão, todos apresentam relação positiva e significante entre casamento e felicidade. Da mesma maneira, a renda parece aumentar o nível de bem-estar subjetivo das pessoas, para todos os países analisados. Por fim, encontramos uma relação convexa entre idade e felicidade, com ponto de mínimo por volta dos 53 anos. A análise de dados do Brasil, onde mais de 17% dos entrevistados consideram-se “não muito felizes” ou “infelizes” é semelhante a países como Espanha e Argentina.
O Instituto Gallup, com sede na Dinamarca, também realizou pesquisa sobre satisfação de vida de cada pessoa em cinco anos. A felicidade geral da nação é de 6,84, inferior a da esperada por cada um, que é 8,78, a maior de 132 países. A nota do país no mesmo período e na mesma escala cai cerca de 2 pontos. O problema é mais do Brasil do que do brasileiro. Somos o nono do mundo com maior diferença de notas individuais e coletivas.
O Brasil é o 12º país mais feliz do mundo, segundo pesquisa Gallup feita pela revista “Forbes” em 155 países e publicada este ano. As perguntas, segundo a revista, levaram os entrevistados a avaliar sua satisfação geral com suas vidas. Depois, foram feitas perguntas específicas a respeito do passado recente com o objetivo de classificar os entrevistados em três graus de satisfação – da felicidade ao sofrimento. A Dinamarca é a líder do ranking, seguida de Finlândia, Noruega, Suécia e Holanda. Mas o que explica um país com temperaturas abaixo de 20 graus, invernos longos e altas cobranças de Imposto de Renda ser o mais feliz do planeta? Segundo os pesquisadores, a resposta em relação à satisfação geral está relacionada com a riqueza do país. Porém, ao se referir ao passado recente, a felicidade reflete mais a satisfação das necessidades psicológicas e sociais, e não necessariamente o bem-estar econômico. Assim fica mais fácil de entender: em Copenhague, capital dinamarquesa, é comum ver as pessoas sorridentes andando de bicicleta pelas ruas bem cuidadas e seguras, sem medo de caminhar à noite ou aflitas e apressadas, como se vê nas grandes metrópoles, entre elas São Paulo e Nova York.