Para Ana Maria Rossi, presidente da Isma Brasil (International Stress Management Association), a felicidade é um estado “interno” que traz tranquilidade, harmonia e a sensação de paz. “Ela acontece de dentro para fora, ao contrário da alegria, que ocorre de fora para dentro e depende de situações externas, como a compra de uma casa nova ou a aprovação em um concurso público”, explica. Já Rebeca Fischer, instrutora da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL), encara a felicidade como um conjunto de estados positivos. “Por esse motivo ela parece ser instável. Em um dia, por exemplo, estamos mais insatisfeitos com nossa vida profissional ou relacionamento amoroso e isso nos desequilibra. Só que a felicidade não se perde, o que perdemos é o foco. Se estamos centrados nos estados positivos, conseguimos encontrar recursos para melhorar a área da vida que não está tão legal”, acredita.

Na opinião de Ana Maria Rossi, da Isma Brasil, a felicidade depende basicamente de três ingredientes. O primeiro é a fé, independentemente da religião. “E nesse quesito as mulheres saem na frente, pois são mais espiritualizadas do que os homens, que demonstram enorme resistência em acreditar ou admitir que acreditam em alguém ou alguma coisa”, pondera. O segundo fator é a esperança. “O otimista, mesmo em meio às dificuldades, vê luz no fim do túnel. O pessimista até enxerga essa luz, mas ouve o trem vindo em sua direção”, compara. O terceiro ingrediente é a harmonia. Se a pessoa tem equilíbrio emocional, ela deseja ser melhor – e também busca uma vida melhor. Se está fora do eixo, preocupa-se mais em ter, procurando a felicidade fora dela. “É comum, nesses casos, comer mais, beber mais e comprar mais para compensar o vazio”, diz Ana Maria.

Os brasileiros lidam pior com o estresse do que outros povos. E o mês de dezembro é o mais estressante do ano devido às festas natalinas. O que deveria ser uma festa de celebração tornou-se uma festa de aquisição, superação e comparação. Por aqui, as taxas daquilo que é definido como estresse extremo são mais altas que na maioria do países. Esse último nível de estresse, ou ‘burn out’, caracteriza-se por um esgotamento mental intenso, geralmente associado ao trabalho. Na população economicamente ativa do Brasil, 30% já chegaram a esse estado causado por uma pressão excessiva, segundo dados da Isma – Brasil, associação internacional que pesquisa dados sobre estresse.

Nesse quesito, o Brasil está atrás apenas do Japão, onde 70% das pessoas já perderam o controle sobre o estresse. As altas taxas desse país são explicadas pela rotina de trabalho e pela cultura: jornada mais longa e maior dificuldade para verbalizar e expressar opiniões e emoções.