De acordo com o título, Salmo 100 é um mizmôr lethôdah, um Salmo de ação de graças. A palavra mizmôr, normalmente traduzida como “Salmo”, vem do verbo zmr que quer dizer “tocar música.” No contexto do Antigo Testamento e especialmente nos salmos, a palavra é usada para descrever o ato de tocar ou cantar música para adorar a Deus. Este Salmo faz parte do 4º Livro de Salmos (90 ao 104).
Gilson Santos comenta que “Louis Bourgeois seguiu Calvino para Genebra em 1541, onde se tornou cantor (chartre) da igreja. Ele musicou os salmos. Com Bourgeois o coro foi abandonado; o próprio povo cantava no santuário da igreja.” Para ele, o que deu maior popularidade ao Salmo 100 foi a sua música, chamada Old Hundreth. Esta melodia é usada em muitas igrejas com o texto da Doxologia “Ao Deus Supremo Benfeitor”.
1 Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra.
O imperativo “aclamar” é dirigido para “todos os habitantes da terra”, kal-ha’aretz, literalmente, “todas as terras.” Em Salmo 98.4 o apelo é idêntico ao de Salmo 100: “Celebrai com júbilo, todos os habitantes da terra.”
Russell Shedd considerou este Salmo um modelo de adoração. Comentando sobre o aspecto universal do convite para adorar, ele disse: “Enquanto existir um povo ou mesmo um único homem que não reconheça que Deus é digno de receber toda a gloria, o culto será incompleto.” Veja Adoração bíblica (São Paulo: Vida Nova, 1987), p. 113.
2 Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico.
J. Clinton McCann explicou que servir neste contexto “significa orientar a vida e existência completamente a um mestre soberano. McCann vinculou o serviço que o adorador deve a JAVÉ ao serviço que o escravo deve prestar ao rei. Ele disse que não é por acaso que o imperativo “servi” em Salmo 100 segue imediatamente depois de Salmos 93-99. Nestes Salmos JAVÉ é exaltado como o Rei majestoso do universo. Salmo 100 chama o mundo que JAVÉ criou para adorar seu Rei.
3 Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu pasto.
O nome de Deus aparece 17 vezes nos Salmos 96 e 97 e mais 17 vezes nos Salmos 98 a 100. Uma distinção notável em relação aos outros livros de Salmos.
4 Entrai pelas suas portas com ação de graças, e em seus átrios com louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome.
Segundo Claus Westermann, não existe nenhuma palavra no AT que expresse a ideia contemporânea de “agradecer”. Quando se quer expressar gratidão, usa-se o verbo yadah, “louvar”, ou afirma que “o AT não possui o nosso conceito autônomo de agradecimento. A expressão de gratidão a Deus está incluída no louvor, é um modo de louvor.” Por isso, a melhor tradução do termo yadah seria “confissão”: o adorador confessa os atributose os atos de Deus na história.
5 Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua fidelidade de geração em geração.
O salmista disse que JAVÉ é “bom” (tôv), que a sua “benignidade” (hesed) e a sua “fidelidade” (‘emeth) duram para sempre.
C. S. Lewis, em seu livro Reflexões sobre os Salmos escreveu: “uma palavra sobre louvor”, que nos ajuda a entendermos bem tudo isso. Ele disse: O fato mais óbvio sobre o louvor – seja de Deus, seja de qualquer coisa –, estranhamente me escapara. Eu o considerava um tipo de elogio, aprovação ou honra. Jamais eu percebera que toda alegria transborda espontaneamente em louvor. (…) O mundo ressoa de louvor: apaixonados louvam suas amadas; leitores, seu poeta favorito; viajantes, a paisagem; jogadores, sua jogada predileta…
#paracleto
#Revelações da Palavra
G/P
Jair
Olá! É possível voces passarem as referencias usadas para este estudo? Obrigada!! Ellen