O Conselho estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDCA) vai enviar uma representação ao Conselho Tutelar de Niterói e à 1ª Vara da Infância e Adolescência do Rio recomendando a proibição de que Júlia Lira, de apenas 7 anos, desfile como rainha de bateria da Unidos do Viradouro. De acordo com o presidente da entidade, o advogado Carlos Nicodemos, a medida será tomada depois de a escola não ter se manifestado sobre um ofício pedindo esclarecimentos quanto à presença da menina no desfile.

Apesar de Júlia Lira ser filha do presidente da escola de samba Viradouro, gerou-se muita polêmica por causa desta decisão, e a escola de samba carioca está recebendo várias críticas entre os especialistas.

O pediatra Lauro Monteiro protesta: “Carnaval é uma festa de exaltação à sexualidade. Participar de um evento de forte conotação sexual é um estímulo à erotização precoce.” Outros discordam, como é o caso do desembargador Guaraci Vianna: “Se tiver autorização judicial e dos pais, não tem problema algum.”

Já no Conselho Tutelar de Niterói, as medidas em relação à rainha-mirim devem ser discutidas na próxima sexta-feira. Enquanto na Vara da Infância e da Adolescência, a polêmica já é analisada desde a semana passada.

Raíssa Oliveira, rainha da Beija-Flor desde os 12 anos, é uma das que torce pela permanência da colega da vermelha-e-branca. Ela lembra com humor sua estreia tumultuada na Marquês de Sapucaí.
“- Gerei o mesmo rebuliço na época e continuo no posto há sete anos. Lembro que minha mãe tinha que pedir autorização para tudo, um exagero.”

A Viradouro provocou polêmica ano passado, ao escolher Juliane Almeida ex-membro da Igreja Batista de Porto Novo, em São Gonçalo.