No livro A PRÉ-HISTÓRIA DO SAMBA, de Bernardo Alves, defende dois pontos principais:

1º) O Samba não é de origem negra, mas brasilíndia.
2º) O Samba não é carioca, mas nordestino.

Um desses documentos refere-se a uma pessoa que cantava e tocava o samba em 1837 no Recife (segundo a história, esse gênero nasceu no Rio em 1917). A verdade é que o samba no começo do século XIX, no Nordeste do Brasil, já era coisa muito antiga.
O professor Silvio Salema, que pesquisou por mais de 30 anos a música dos índios brasileiros e era a favor da tese da origem indígena do Samba, ouviu no Recife em 1953 uma africana de 115 anos de idade cantar durante horas todo o seu repertório de músicas africanas que a mesma tinha aprendido com os seus antepassados. Em nenhuma das canções conseguiu Salema identificar elementos sambísticos.
Segundo o pesquizador zairense Kazadi Wa Mukuna, pouca coisa na música brasileira tem origem banta. Afirma ainda que os ”Conceitos foram alimentados com informações falsas, reinvindicando a posse de certas expressões culturais brasileiras cujas raizes não podem remontar à África.”

Gilberto Borges identifica que “Já no início do Séc. XX, o carnaval do Rio de Janeiro não possuía um ritmo que se apresentasse como sendo tipicamente carnavalesco, já que este era brincado tanto ao som de côcos, lundus e modinhas quanto de polcas e maxixes. Os músicos desta época não se relacionavam a um ritmo ou estilo únicos. Poetas como Arinos e músicos como Pixinguinha, Donga e João Pernambuco foram importantíssimos no processo de afirmação do samba como tema carnavalesco e como gênero musical genuinamente nacional.”

Durante o Estado Novo, o samba, ritmo até então marginal, tornou-se a música ofical do país. Nesse período, o repertório da música popular se ampliava com o nascimento e a fixação de gêneros urbanos como o choro,
o maxixe, a marchinha e o samba. Mas o músico popular da época não desfrutava de grande prestígio e era muitas vezes tido como marginal. A presença de calos na mão esquerda (fruto da prática do violão) podia levar um cidadão para a cadeia, acusado de vagabundagem e boemia.

sambas – Estado Novo

A situação começa a mudar a partir da década de 1930, quando o rádio se populariza. A partir de um decreto publicado durante o governo Vargas em 1932, as emissoras são autorizadas a veicular propaganda
comercial em suas transmissões. Um dos instrumentos de manutenção dessa ditadura é o Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP), criado em 1939, órgão que cuida da imagem do governo por meio da propaganda e da censura. Outra estratégia do governo será a incorporação da Rádio Nacional ao patrimônio da União. A valorização do trabalho e da figura do operário, tão caras à ditadura Vargas, passa a fazer parte dos sambas deste período, e o malandro, figura freqüente dos sambas do período anterior, aparece regenerado, numa clara concordância com a ideologia do governo.

Percebe-se que a associação do samba ao carnaval foi promovida pela Era Vargas como objetivo de criar-se um produto nacional, bem como mantê-lo sobre controle estatal. Observa-se, hoje, movimentação semelhante para ressuscitar os blocos de rua na cidade do Rio de Janeiro, que se avolumavam na região dos Lagos nos últimos anos. Além disso, a conquista política das comunidades tem sido custeada através do reforço ao carnaval e outras festas populares que se mostram esvaziadas.

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G/P
Jair