Mais da metade dos brasileiros está acima do peso, revela pesquisa do Ministério da Saúde. O trabalho, feito em todas as capitais do País e no Distrito Federal, mostra que 51% da população acima dos 18 anos tem sobrepeso. O excesso de peso atinge 54% dos homens e 48% das mulheres. Em 2006, quando o levantamento começou a ser feito, eram 43%.

A obesidade também aumentou no período de 11% para 17%. Ao anunciar os números, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a adoção de hábitos mais saudáveis é tarefa de todos. “A hora é agora. Caso algo não seja feito, em dez anos podemos ter números semelhantes aos dos Estados Unidos.”

Os dados mostram que, além dos fatores genéticos, o excesso de peso está ligado a escolaridade. É entre as pessoas com menos anos de estudo que está a maior parcela dos que tem excesso de peso. Um total de 57,3% dos que tem até oito anos de estudo está com excesso de peso. Entre os que tem entre nove e 11 anos de estudo, o percentual é 46,7% e entre aqueles com 12 ou mais anos de estudo é 48,4%. “Essa é uma tendência mundial e que tem sido alvo de preocupação”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

A pesquisa mostra que a capital com maior percentual de adultos com excesso de peso é Campo Grande (56%), seguida de Porto Alegre e Rio Branco com 54%, Recife e Fortaleza com 53%. A Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – Vigitel 2012 – entrevistou 45 mil pessoas acima de 18 anos das 26 capitais e do Distrito Federal.

O trabalho mostra outro dado preocupante: o alto porcentual de pessoas que consomem em excesso bebida alcoólica. O abuso é maior entre as pessoas com maior escolaridade: 22% dos que têm mais de 12 anos de estudo disseram ter consumido de forma excessiva bebidas no mês anterior à entrevista. Entre aqueles com 9 a 11 anos, a média foi de 19,4% e entre os com menos de oito anos, 15%. “A população mais vulnerável é a masculina: da parcela com maior escolaridade, 31,9% disseram beber de forma excessiva”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.