Um ano antes da reforma protestante de1517, aescravidão foi revitalizada pela Espanha e Portugal. Sabemos que a escravidão foi abolida primeira na Inglaterra, por meio de William Wilberforce, convertido através da pregação de John Wesley. Wilberforce tornou-se um dos mais poderosos ministros. Foi aquela pequena carta que Paulo escreveu a Filemon. Paulo pede por Onésimo a quem encontrou na prisão e se converteu a Cristo. Paulo pede: “… para que o recobrasses para sempre, já não como escravo, antes, mais do que escravo, como irmão amado.” (Fil 15,16).

Entre 1750 e 1850, porém, surgiram sinais de uma mudança drástica. A Inglaterra, em especial, mostrou sinais de um salto para a frente. Em1800, aChina e a Índia detinham 2/3 da prosperidade do comércio mundial. Estes sinais começam a ficar evidentes no Brasil. A igreja tem se mobilizado em intercessão e cobrança política. As pessoas estão correndo para ouvir o evangelho nas igrejas desde que haja pregadores cheios da unção de Deus. É o fim da hereditariedade ministerial. É a afirmação da necessidade do carisma do Espírito.

Sammy Tippit, autor de PREPARADO PARA A BATALHA, comenta o avivamento que ocorreu na Irlanda a partir de uma reunião de oração iniciada em 1857: Após dois de reuniões de oração uma luz irrompeu, abalando as trevas. Quase 100 mil pessoas receberam a Cristo como seu Salvador durante 1859. Toda a Grã-Bretanha foi abalada por Deus. Os crentes da Irlanda do Norte ainda se referem àquele ano como o ano da graça. O reavivamento afetou todos os aspectos da sociedade, do social ao moral, passando pelo espiritual. Em muitas áreas de Ulster a criminalidade caiu praticamente à zero, à proporção que o Espírito de Deus se movia sobre o povo.

Tippit relata o avivamento na cidade de Timisoara, da Romênia, em dezembro de 1989. Dezenas de milhares de pessoas se concentraram na praça da cidade após a prisão de um pastor e a truculência da policia do ditador Ceaucescu. Peter Dugalescu, pastor da Primeira Igreja Batista local, estava entre o povo e começou a proclamar o evangelho. Em pouco tempo um grito ecoou na multidão: Exista Dumnezeu! (Deus existe!). Em Bucareste, a capital, o povo invadiu a TV estatal sob um grito uníssono: Deus está conosco!

Por exemplo, a religião não apenas promove a abstinência do consumo de drogas, mas oferece recursos sociais de reestruturação: nova rede de amizades, ocupação do tempo livre em trabalhos voluntários, atendimento psicológico individualizado, coesão do grupo e, em especial entre evangélicos, a formação de uma “nova família”.

Nos espaços violentos das favelas e áreas empobrecidas, multiplicam-se as igrejas e uma densa rede social de suporte e ajuda mútua, que gradualmente vem se formalizando através de parcerias com ONGs e órgãos governamentais. Paulatinamente, os evangélicos “assimilam a lógica cultural da participação, com o seu voluntarismo típico”, a partir de diferentes formas de engajamento social.

Em pesquisa realizada pelo ISER, das 843 igrejas brasileiras tomadas como a base de dados, mais da metade declarou possuir algum tipo de trabalho social. Desse total, 218 igrejas – 26% apresentavam trabalhos sociais dirigidos a crianças e adolescentes nas faixas etárias entre 0 e 18 anos incompletos.

Quanto ao tempo de organização dos projetos, a maioria é recentíssima. Até 1990, apenas 5,3% dos projetos tinham sido criados. Na década seguinte (1991-2000), surgem 35% dos trabalhos sociais entrevistados, enquanto que nos últimos quatro anos (2001-2004), são fundados 46% dos projetos. Desdobrando os números, temos que 66% dos projetos, a maioria, portanto, foram criados na última década (1994-2004). Parece possível afirmar que, se já havia um interesse na ação social por parte de grupos evangélicos, este interesse se intensificou nos últimos anos com uma atenção especial para crianças e adolescentes. Essa informação é coerente com o que afirmávamos antes a respeito do crescente protagonismo do movimento evangélico nas décadas de 1980 e 1990 em relacionar evangelização e responsabilidade social na prática missionária das igrejas locais.

         Lidório cita Durkheim: “O objetivo da experiência religiosa é a sociedade (…) Se a religião gerou tudo o que existe de essencial na sociedade, é porque a idéia da sociedade é a alma da religião. As forças religiosas são portanto forças humanas, forças morais.

No artigo The Growth of Protestantism in Brazil and its Impact in income, 1970-2000, de Ernesto Amaral, Joseph Potter e Robert Woodberry, eles demonstram como uma pesquisa nacional de 2005, realizada em 108 municípios brasileiros, revelou que 75% dos brasileiros consumiram bebida alcoólica durante sua vida. Metade deles bebe eventualmente e um terço bebe regularmente. Porém, eles demonstram que o impacto da abstinência alcoólica exigida em igrejas evangélicas é significativo no aumento da renda financeira. Essa influência é mais evidente entre homens com baixa escolaridade. Como a influência é menor entre aqueles com 5 ou mais anos de escolaridade, quanto mais cedo é a idade do convertido maior será o efeito da doutrina em sua vida econômica.

Kjell Sjöberg, um dos co-autores do livro Derrubando as Fortalezas em Sua Cidade, relata o fechamento da fundição de fer­ro da cidade de Gränsberg, na Suécia, onde trabalhavam cerca de seiscentos operários. Um domingo à noite, a cidade inteira de Gränsberg protestou, apagando todas as lâm­padas elétricas nas casas, nas ruas e nas lojas. O noticiário pela tele­visão mostrou uma cidade inteiramente às escuras. Foi uma demons­tração de desesperança, como se os habitantes não vissem futuro para a sua cidade. O preço das propriedades desabou e se tornou quase impossível vender uma casa.

Eles reuniram as igrejas em ôni­bus de oração, cheio de intercessores, e paramos do lado de fora de cada um dos 15 centros da Nova Era da cidade, a fim de orarmos. Após um período de oração, o governo conce­deu um bilhão de coroas suecas (150 milhões de dólares norte-ameri­canos), para serem empregadas em toda aquela área. Imediatamente subiram os preços das propriedades, ao mesmo tempo que caía a taxa de desemprego. A fundição realmente cerrou as portas, mas todos os operários conseguiram novas colocações.

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