É ilusão achar que as armas que estão nas mãos de pessoas que cometem crimes no cotidiano brasileiro entram pelas fronteiras. 95% dos crimes passionais são cometidos com armas adquiridas legalmente em estabelecimentos autorizados a vendê-las. 87% das armas encontradas nas mãos daqueles que cometeram crimes não associados ao tráfico de drogas também são armas, ou compradas ou furtadas de lojas autorizadas. 
Igrejas católicas e evangélicas promoveram eventos para apoiar a campanha do desarmamento como se vê nas fotos em Manaus e Rio de Janeiro.
Em 1999, o Governo do RJ modificou a legislação estadual proibindo a venda de armas (depois a lei foi derrubada em Brasília), oferecia prêmios a quem entregasse voluntariamente suas armas, realizou destruições públicas de milhares de armas, e provocou uma discussão nacional que levou ao plebiscito sobre a venda de armas no Brasil.
Infelizmente prevaleceu uma mentalidade armamentista. A população incentivada por um discurso sem nenhum conteúdo, que jogou com a idéia de que é preciso é desarmar os bandidos e não os cidadãos de bem, acabou por optar pela manutenção da venda de armas livremente no Brasil. O plebiscito terminou com 63% favoráveis à livre venda de armas. Foi um erro gravíssimo. A Inglaterra já proibiu a comercialização de armas há anos. A maioria dos países desenvolvidos, exceto os Estados Unidos, também seguiu o mesmo caminho.


